No âmbito da Proteção Civil, na última sessão da Assembleia Municipal de Abrantes o presidente da Câmara, Manuel Valamatos (PS), deu nota do trabalho municipal, nomeadamente dos protocolos desenvolvidos com as Juntas de Freguesia e os kits de primeira intervenção contra os incêndios. Deixou ainda conta dos objetivos do DECIR para 2020 que passam pela revisão do Plano Municipal de Defesa de Floresta Contra Incêndios para 2021/2031.
Em Abrantes, os objetivos do Dispositivo Especial Contra Incêndios Rurais (DECIR) para 2020 passam: pela construção e beneficiação das Faixas da Gestão de Combustível da responsabilidade do Município; o aumento do nº de kits de 1ª intervenção através dos protocolos com as Juntas de Freguesia; melhorar a comunicação entre os presidentes de Junta; redução do número de ignições; redução da área ardida; revisão do Plano Municipal de Defesa de Floresta Contra Incêndios para 2021/2031; e implementação dos programa ‘Aldeia Segura, Pessoas Seguras’, que o presidente da Câmara Municipal de Abrantes quer estender para além dos incêndios, falando também em sismos e outras catástrofes naturais.
Em sessão de Assembleia Municipal, Manuel Valamatos deu conta dos objetivos do DECIR 2019, que passaram por melhorar a primeira intervenção; diminuir o tempo inicial, manter a força musculada de combate ao incêndios, a interligação entre entidades; a diminuição da área ardida e a diminuição do número de ignições, o que resultou em zero acidentes.
Indicou os números da área ardida em 2019 no concelho, contabilizando-se nos 542,4829 hectares, na sua maioria em Martinchel (505,2605). Ocorreram 80 ignições no concelho durante o verão, tendo a freguesia de Abrantes e Alferrarede 20 ocorrências, seguida de São Miguel e Rossio com 12, e depois Fontes e Mouriscas com 9.
Assinalou como pontos positivos: a segurança (sem incidentes graves), as comunicações (rádios SIRESP/ ROB), a logística; o tempo de chegada; o aumento de kits de 1ª intervenção; o trabalho de equipa e interligação institucional, o pré-posicionamento (número de veículos/juntas de freguesia), uma máquina de rasto; e o ataque inicial musculado.

E explicou aos deputados municipais a importância dos kits de 1ª intervenção contra incêndios. A primeira intervenção de ataque ao incêndio é considerada pelos operacionais da Proteção Civil como decisiva e que deve acontecer o mais rápido possível.
Recorde-se que as viaturas equipadas com os kits de primeira intervenção, geridas por seis Juntas de Freguesia do concelho de Abrantes, passaram a integrar o DECIR, no âmbito municipal, para responder de forma mais rápida e eficaz no ataque aos incêndios, na sua fase inicial.
“Há dois kits na Junta de Freguesia de Abrantes, em Aldeia do Mato e Souto, São Facundo e Vale das Mós, Bemposta, Mouriscas, Rio de Moinhos. Fizemos a aquisição de rádios (ROB e SIPRESP), mecanismos facilitadores da comunicação e aqui há muito investimento financeiro, fizemos formação de organização dos postos de comando, segurança na frente de fogo, utilização de equipamentos de combate”, indicou o presidente da Câmara Municipal de Abrantes durante a Assembleia Municipal.
Para concretizar essa operacionalização, a Câmara de Abrantes havia aprovado na reunião do Executivo de 16 de abril o estabelecimento de um contrato interadministrativo de competências no sentido de criar condições, através de meios humanos e materiais, para que possam melhor desempenhar atribuições em matéria de Proteção Civil.

Quanto ao funcionamento do Gabinete Técnico Florestal, disse que foi elaborado o Plano Operacional Municipal de 2019, elaborou-se e acompanhou-se vários projetos de Das Faixas de Contenção dos Incêndios (DFCI), procedeu-se ao restabelecimento da floresta do REE de 2016 e REE de 2017 que ainda está a decorrer, trabalhou-se na rede primária de faixas de gestão de combustível quer nas freguesias prioritárias “onde se fez 53 hectares de proteção quer nas freguesias não prioritárias onde se fez 153 hectares” explicou o autarca.
No apoio ao DECIR 2019 Manuel Valamatos falou em participação e acompanhamento dos briefings DECIR 2019 e dos grupos de trabalho; das campanhas de sensibilização; da participação em vários exercícios/simulacros; e da organização e participação em ações de formação profissional.
Na prevenção florestal municipal, em 2019 o Executivo substituiu-se “em muitas situações aos proprietários. Até dia 15 de fevereiro sairá o regulamento a esse propósito. Gestão de combustíveis em terrenos municipais, com os sapadores florestais fizemos 50 hectares, manutenção da rede viária onde há muito trabalho das Juntas de Freguesia e aguardamos informação complementar” explicou.

Assegurou que a Câmara acompanha o trabalho de outras entidades, nomeadamente a EDP, a REN, as Infraestruturas de Portugal, trabalhos realizados pelas ZIF (Zonas de Intervenção Florestal) e trabalhos realizados por outras entidades privadas.
Só a propósito do incêndios em Martinchel, “quem lá andou percebeu a complexidade do próprio incêndio, todo o trabalho pela ZIF e pelos proprietários ajudou a que tivéssemos um incêndio controlado”, sublinhou o autarca.