Foi na tarde de domingo, dia 20 de maio, que a freguesia de Mouriscas, concelho de Abrantes, recebeu de volta o Largo Espírito Santo, antigo Largo das Ferrarias, após obras de requalificação e instalação de novos equipamentos. Em dia das celebrações religiosas da Festa do Espírito Santo, na Capela situada no mesmo local, a comunidade aplaudiu o descerrar da placa, bem como o anúncio da presidente da CM Abrantes sobre intervenções futuras, caso da transferência do mercado semanal para o Campo das Aldeias.

Durante a cerimónia, junto da Capela do Espírito Santo após a celebração religiosa, procissão pelas ruas e o leilão de fogaças, o executivo municipal, representado pela autarca Maria do Céu Albuquerque e pelos vereadores Celeste Simão e João Caseiro Gomes, marcou presença para devolver à comunidade este espaço público com grande significado para a terra.

O presidente da Junta Pedro Matos (PS) frisou, durante o seu discurso, que o espaço se reveste de especial importância para a comunidade mourisquense, substituindo o antigo espaço que vem agora estimular “ao lazer, à prática desportiva com o ginásio ao ar livre e ao recreio”.

Foto: CMA

“Vem substituir o anterior, um local de referência e com valor simbólico para a população, pois durante muitos anos aqui se realizaram as festas de Mouriscas, quer eram uma referência não só para nós, como para as freguesias envolventes”, lembrou o presidente de junta.

Por seu turno, Maria do Céu Albuquerque lembrou um conjunto de investimentos realizados e o esforço da autarquia  “para chegar a todas as freguesias do concelho”.

A autarca referiu que se pretende “dar continuidade a um conjunto de investimentos no espaço público para melhorar a qualidade de vida”, lembrando a instalação do saneamento básico. Quanto ao Largo Espírito Santo, Maria do Céu Albuquerque deu conta da existência de um projeto na Câmara para o efeito e que fora “adaptado em função da proposta ganhadora” no âmbito da primeira edição Orçamento Participativo abrantino, em 2016.

Foto: mediotejo.net

O largo foi alvo de um projeto de requalificação paisagística pelo adjudicatário Construforte – Sociedade de Construções e Empreitadas, Lda. e teve como principal objetivo a requalificação do espaço público e a sua transformação num espaço polivalente de lazer e estadia, maioritariamente pavimentado em calçadas de calcário e granito.  O espaço encontra-se dotado de mobiliário urbano, de equipamentos de ginásio ao ar livre (fitness) e houve remodelação da iluminação pública.

Campo das Aldeias será requalificado para acolher mercado semanal
Foto: CP Mouriscas

A informação foi avançada por Maria do Céu Albuquerque (ver vídeo) durante a sua intervenção na inauguração do Largo Espírito Santo. Segundo a edil irá ser disponibilizado, numa primeira fase, um apoio para intervenção que possibilite a instalação das festas de Mouriscas.

“Depois, vamos melhorá-lo definitivamente, não só para servir como campo de futebol, mas também para instalar como deve ser aquilo que é um grande atividade económica e social desta freguesia e que tem a ver com o mercado”, disse Maria do Céu Albuquerque, indicando tal facto como “prioridade”, sob pena de não ser possível a sua continuidade nas condições atuais.

A presidente da CMA referiu como motivos desta intervenção as “condições de segurança” e “condições legais”, bem como a possibilidade de criação de outra dinâmica e outras valências, que permitam manter o habitual mercado de domingo, muito frequentado por consumidores de toda a região.

“Foram 50 anos de espera”, diz autor da proposta
Foto: mediotejo.net

Para António Louro, o autor da proposta vencedora do primeiro Orçamento Participativo da CM Abrantes, que contou com ajuda da proponente Ana Pedro, este foi um “dia memorável” após “uma longa espera”. O mourisquense lembrou toda a luta pelo largo “da sua infância”, nomeadamente desde 2013, com a criação de uma petição pública, bem como o alcance desta vitória através da “ferramenta social” disponibilizada pela autarquia e que, este domingo, veio dar outro sabor e nova vida àquele espaço público.

Ainda assim, António Louro não deixou de assumir as inúmeras reclamações que foi apresentando no decorrer da obra, que durou mais de sete meses e cujo atraso lhe trouxe alguma preocupação.

“Ao longo do desenvolvimento do projeto fui apresentando algumas reclamações, nomeadamente quanto ao facto de deverem ser instaladas casas de banho públicas, que considero serem essenciais”, e que estavam incluídas na proposta inicial, submetida ao OP abrantino, afirmou notando que estavam reunidas condições a nível de infraestruturas.

Outro motivo de descontentamento prende-se com a não instalação de um parque infantil, tendo o autor da proposta apontado de imediato para as muitas crianças presentes no evento e que se serviam dos aparelhos de ginásio ao ar livre enquanto baloiços.

“Era um pequeno parque infantil, com dois ou três brinquedos e com pavimento adequado, e era uma mais-valia”, referiu, notando que apesar de serem poucas as crianças na freguesia, ainda existem e poderiam usufruir de “mais uma vertente”.

Ainda assim, o balanço é positivo e António Louro mostrou-se “satisfeito” e esta requalificação “tem um sabor especial”.

 

 

Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres, onde não falta a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Viciada no verbo Ir, nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza... também por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.

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