O presidente do PSD, Luís Montenegro, responsabilizou hoje o Governo pelos “quase 100 mil alunos” sem professor pelo menos a uma disciplina, alegando que a falta de docentes no país tem se agravado anualmente. Em declarações aos jornalistas junto à Escola Solano de Abreu, em Abrantes, o líder social-democrata desvalorizou a moção de censura ao Governo afirmando que está a preparar um projeto de esperança para o país.
“Quem está interessado no debate é o casal de namorados da política portuguesa, que é o doutor António Costa e o doutor André Ventura, que hoje estão unidos no propósito de darem um beijinho um ao outro e o mesmo significa atacarem o PSD, portanto, juntarem-se no amor ao combate ao PSD e, de permeio, vão dando uns arrufozinhos”, afirmou.
O líder do PSD disse ainda que “o futuro de Portugal não depende do debate de hoje na Assembleia da República” mas sim das “soluções para os problemas reais” do país.
“O que quero dizer aos portugueses é que enquanto eles perdem tempo a debater dentro de quatro paredes assuntos recorrentes, independentemente da sua importância, eu estou na rua, no terreno, a falar com as pessoas, a ouvi-las, e a preparar um projeto de futuro e de esperança para Portugal”, vincou.
Montenegro falava aos jornalistas à entrada da escola secundária Solano de Abreu, em Abrantes, no âmbito da iniciativa “Sentir Portugal em…” que esta semana decorre no distrito de Santarém e que inclui contactos com a população, visitas a empresas e instituições públicas e privadas ou do setor social, entre outras.
O presidente do PSD voltou a responsabilizar o Governo, a exemplo do que fez no dia anterior em Torres Novas, pelos “quase 100 mil alunos” sem professor pelo menos a uma disciplina, alegando que a falta de docentes no país tem-se agravado anualmente.
ÁUDIO | LUÍS MONTENEGRO, PRESIDENTE DO PSD:
Para o líder social-democrata, “o Governo não só não aprende, como cada vez deixa os alunos com mais dificuldade de aprenderem também”.
Para Montenegro, “olhar para as declarações do senhor ministro da Educação, na esteira do que também já tinha dito o seu colega da Saúde e que diz também a ministra do Ensino Superior e da Ciência, de que é preciso tempo para resolver os problemas, é mesmo caso para dizer que isto é um atraso de vida”.
“Este Governo é uma perda de tempo”, declarou.
Questionado sobre o que o PSD entende que devia ser feito para colocar professores mais rapidamente, o líder do partido apontou a necessidade de “fazer uma antecipação dos problemas que já se sabia que iam ocorrer, fazer uma planificação de maneira a ter os recursos humanos mais bem distribuídos, de maneira a não criar este obstáculo nos alunos”.
“Mas, neste momento, já só há mesmo uma solução para isto, que é mudar de Governo. É preciso mudar as políticas, é preciso ser mais ousado, é preciso ser mais diligente e é preciso contemplar menos os problemas”, apontou.




Antes, no balanço do primeiro dia do “Sentir Portugal”, realçou que “um dado que tem passado de uma forma transversal em todos os concelhos” por onde passou é a falta de médicos de família.
“Portanto, o Serviço Nacional de Saúde continua a não dar resposta àquilo que é o mais básico, que é a saúde familiar e por ação de um Governo que já leva oito anos de exercício de funções”, declarou, considerando que “chega a ser anedótico ouvir os ministros deste Governo” queixarem-se de que “as políticas precisam de tempo e que precisam de ter para resolver os problemas”.
C/LUSA