“O que fazer?”, de Martim Brion com curadoria de João Silvério, e “Dois Cafés”, de Luís Paulo Costa com curadoria de Sara Antónia Matos, são as duas exposições que a Coleção Figueiredo Ribeiro e o Município de Abrantes inauguraram no sábado, 17 de setembro, no Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA).
Considerado um dos nomes mais promissores da arte contemporânea em Portugal, Martim Brion disse ao nosso jornal que esta exposição apresenta um conjunto de peças de anos diversos e evolutivos, sendo um “pequeno panorama” do seu trabalho em geral, um “diálogo entre peças de períodos e espaços diferentes”, incorporando igualmente a interpretação de João Silvério, curador da mostra ‘O que fazer'”.
“A ideia, como tenho vindo a fazer nas últimas exposições, é juntar uma questão, conceito, comentário, na realidade um pensamento ou série de pensamentos, que tenha vindo a desenvolver e apresentá-lo(s) para além de textualmente, visualmente. Pensamentos que se debruçam maioritariamente sobre a prática da arte, a interpretação da arte e a sua relação com a sociedade em geral”, explica Martim Brion, adiantando que a interpretação do curador adiciona uma “nova camada” ao projeto, pois é “uma interpretação do meu trabalho e as relações do mesmo que já é exterior à minha pessoa, que se desenvolve não de um diálogo do próprio mas de um diálogo a dois”, diz o artista.
Existindo uma mensagem, Martim Brion diz que é a que está patente na pergunta que dá mote à exposição, a questão “O que fazer?” – “algo com que nos deparamos toda a nossa vida, e no caso das artes plásticas é muitas vezes uma questão literal, o que realizar em termos físicos para apresentar como trabalho artístico. O indagar sobre que decisões se deve tomar, as consequências das mesmas e como tal afeta a perceção do trabalho. Do trabalho do próprio e por conseguinte como o próprio se acaba por definir”.
Esperando Martim Brion que os visitantes gostem da exposição, que questionem a mesma e que façam a sua própria interpretação, o seu trabalho vai estar exposto até dia 12 de fevereiro de 2023.
Sobre o artista
Nascido em Lisboa em 1986, Martim Brion vive e trabalha em Munique, tendo já passado por países como Espanha, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos. O artista expõe regularmente desde 2014, em Portugal e no estrangeiro, destacando-se a primeira exposição individual no Espaço da Politécnica – Artistas Unidos em 2014; o prémio Ibero-Americano do Banco Itáu e Embaixada do Brasil em Londres, em 2015; a exposição com Ado&Comenius na Rua da Madalena Project em Lisboa em 2016; e a escultura site specifc para o Museu de História Natural e da Ciência em Lisboa, em 2017.
Em 2018 tem a sua primeira exposição em Berlim, “Kontrapunkt”, no Kunstraum Botschaft. Em 2019 participa e realiza a curadoria da exposição “Areal3 – Uma exposição de António, Sofia e Martim Areal” no Mercado do Peixe do Museu Carlos Reis, em Torres Novas. No mesmo ano expõe individualmente na Travessa da Ermida em Belém e realiza a curadoria e participa na exposição “Áreas de Diálogo” em Leiria. Em 2020 participa e co-organiza a exposição ‘Incremental Abstractions” no Kunstverein Tiergarten em Berlin e tem uma exposição individual no MUDAS. Museu de Arte Contemporânea da Madeira. Em 2021, expõe no Centro Cultural Raiano.
As exposições de Marim Brion e de Luís Paulo Costa estarão patentes até dia 12 de fevereiro de 2023.
As mostras poderão ser visitadas no horário do MIAA: Terça-feira a domingo, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30.
O MIAA encerra à segunda-feira e feriados (exceto 14 de junho – Dia da Cidade)
c/Ana Rita Cristóvão