Autarquia de Abrantes manifestou a sua preocupação com a situação financeira das Fundições do Rossio (FRASAM). Foto: imagem ilustrativa

Garantir a continuidade da laboração da FRASAM – Fundições do Rossio de Abrantes é o principal objetivo do Administrador da Insolvência e da Comissão de Credores, numa altura em que a empresa está novamente à venda. De acordo com um anúncio publicado na imprensa nacional no dia 1 de julho, esta fase visa “a continuidade da laboração com vista à recuperação da empresa e estabelece uma solução de transmissão da empresa a outra entidade com interesse para tal”.

O Administrador da Insolvência, Carlos Cintra Torres, define como alternativas a venda da totalidade das ações representativas do capital social da Frasam ou a cessão dos estabelecimentos industriais da empresa, situados no Rossio ao Sul do Tejo, no concelho de Abrantes.

As ações estão à venda “pela melhor oferta, desde que em simultâneo fique assegurado o subsequente processo de capitalização que garanta o cumprimento do Plano de Insolvência, devidamente aprovado, judicialmente homologado e transitado em julgado”.

Quanto à cessão das unidades fabris, será feita a quem apresente o melhor preço, desde que pague uma mensalidade equivalente a 7% do futuro volume de negócios. O proponente pode “fixar um valor mínimo e um valor máximo, bem como considerar um pagamento inicial a título de adiantamento ou como preço pela compra de equipamentos ou ferramentas em utilização no estabelecimento, para permitir o imediato pagamento pela FRASAM das responsabilidades fiscais e parafiscais correntes, em conformidade com o Plano de Insolvência”, refere o anúncio.

Até ao dia 31 de agosto, o Administrador da Insolvência aceita propostas enviadas para o seu escritório em Paço de Arcos, sendo as mesmas abertas no dia 2 de setembro, às 11 horas, nas instalações da empresa no Rossio ao Sul do Tejo.

Até lá os interessados podem visitar as instalações da sociedade desde que façam marcação prévia através do envio de email para geral@ccintratorres.pt

Segundo o anúncio de venda, a proposta vencedora, com a adjudicação, pagará 10% de entrada com a assinatura do Contrato de Promessa de Compra e Venda e o remanescente será pago na data da Escritura.

Esta é mais uma tentativa para salvar uma unidade fabril centenária que atualmente garante cerca de 80 postos de trabalho.

Depois de dois planos de revitalização falhados, foi decretada a insolvência da FRASAM no final de 2018, a que se seguiram várias tentativas de procura de interessados na empresa, até agora sem sucesso.

Os cerca de 300 credores da FRASAM reclamam créditos a rondar os 11 milhões de euros. As instituições bancárias estão entre os principais credores, mas da lista fazem parte também fornecedores e trabalhadores.

A FRASAM é uma das fundições mais antigas da Europa. Foto: DR

A FRASAM iniciou atividade no ano 1900 com uma pequena fundição de ferro cinzento e máquinas agrícolas, gerida pelo empresário João José Soares Mendes. Em 2002 foi adquirida maioritariamente pelo grupo empresarial Fimove Investimentos.

Com 120 anos de atividade, a FRASAM é uma das fundições mais antigas da Europa, sendo o seu trabalho reconhecido em Portugal, assim como nos países para onde exporta como Holanda, Espanha, Alemanha, França, Suíça, Bélgica, Suécia, Inglaterra, Colômbia, Cuba, Venezuela, Marrocos, Moçambique, entre outros. Dedica-se à fundição de ferro fundido e fabrico de máquinas para indústrias alimentares.

Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.

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