Estudantes do ensino profssional vão ter exames regionais de acesso ao superior. Foto: DR

O Município de Abrantes apresentou a oferta formativa para as escolas dos dois agrupamentos do concelho para o ano letivo 2018/2019. Alguns cursos novos como Técnico de Apoio à Infância ou Técnico de Soldadura ou ainda Técnico de Manutenção Industrial de Metalurgia e Metalomecânica. Em declarações ao mediotejo.net a vereadora Celeste Simão explicou que os objetivos dos novos cursos profissionais passam também por tentar fixar os jovens na região.

No âmbito do Projeto Educativo Municipal de Abrantes, em concreto dos Eixos 2 – Promoção de ofertas formativas/qualificantes e a sua relação com o emprego e Eixo 4 – Articulação Institucional – Linha de atuação A – Desenvolvimento de uma política educativa concertada e articulada, o Município de Abrantes apresentou a oferta de cursos profissionais no concelho para o ano letivo de 2018/2019.

Numa articulação, cooperação e complementaridade com as entidades educativas, foi possível para o ano letivo de 2018/2019, para alem de manter a oferta existente numa perspetiva de continuidade, dar inicio a novos cursos como o de Técnico de Apoio à Infância e Técnico de Comércio, a lecionar na Escola Secundária Dr. Solano de Abreu ou Técnico de Juventude na Escola Sec. c/ 2 e 3 CEB Dr. Manuel Fernandes, ou ainda para Técnico de Soldadura e Técnico de Manutenção Industrial de Metalurgia e Metalomecânica na Escola EB 2,3/S Octávio Duarte Ferreira.

As apostas formativas dos Agrupamentos de Escolas do concelho de Abrantes “vão no sentido de dar continuidade ao trabalho feito durante o passado ano letivo e ao mesmo tempo, de acordo com as expetativas do alunos, propor cursos que fazem parte da lista da Agência Nacional para a Qualificação, tendo em conta as necessidades do mercado de trabalho” explicou ao mediotejo.net a vereadora com o pelouro da Educação, Celeste Simão.

Celeste Simão, vereadora com o pelouro Educação e Ação Social na CM Abrantes. Foto: mediotejo.net

Um trabalho conjunto com os Agrupamentos de Escolas n.º 1 e n.º 2 de Abrantes, a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes, a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, o CLA de Abrantes da Universidade Aberta, o Centro de Recuperação e Integração de Abrantes e o IEFP, IP – Centro de Emprego e Formação Profissional do Médio Tejo, em que a Câmara Municipal de Abrantes tem participado com política educativa local e planeamento estratégico.

Celeste Simão garantiu que o Executivo camarário continua a trabalhar no Projeto Educativo Municipal “em articulação com os agrupamentos para a escolha da oferta formativa” dando conta de parcerias, “olhando para a lista das prioridades lançada pela Agência Nacional para a Qualificação” sustentando a crença de “maior sucesso” dos cursos profissionais se realizados em contexto de trabalho, com acontece após o protocolo assinado para a Escola Octávio Duarte Ferreira, em Tramagal, no sentido de oferecer aos alunos “a formação prática dentro de empresas”. Uma “inovação” que a vereadora destaca para o próximo ano letivo.

Assim a Escola Secundária Dr. Solano de Abreu oferece os cursos de Técnico de Apoio à Infância, Técnico de Comércio e Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos.

A Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes oferece o curso de Artes do Espetáculo – Interpretação e o curso de Técnico de Soldadura.

A Escola Secundária Octávio Duarte Ferreira disponibiliza o curso de Técnico de Soldadura e Técnico de Manutenção Industrial de Metalurgia e Metalomecânica.

Por fim, a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes apresenta cursos de Técnico de Agropecuária, Técnico de Gestão Equina, Técnico de Turismo Ambiental e Rural e Técnico de Cozinha/Pastelaria.

Sublinhando que os cursos profissionais aplicam-se hoje a “uma realidade diferente”, uma vez que, contrariamente ao que acontecia no passado, não são concebidos para alunos que “não se enquadravam no ensino regular”. A responsável refere que o ensino profissional pretende “cada vez mais” preparar alunos para o mercado de trabalho ou para prosseguir no ensino superior. Os cursos profissionais dão equivalência ao 12º ano de escolaridade, sendo cursos de qualificação profissional nível 4.

E exemplificou: “os alunos da oferta formativa da Escola Octávio Duarte Ferreira podem seguir para a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) ou para o Instituto Politécnico de Tomar onde encontram respostas” nas áreas oferecidas no próximo ano letivo. Falando de percurso académico, “desde o pré-escolar até formação superior há resposta no concelho de Abrantes”, sublinha. “A ESTA, que forma profissionais para todo o País, tem em conta as necessidades da região, o parque industrial de Abrantes e a formação” nas escolas do concelho.

No prosseguimento de estudos profissionais no ensino superior, a ESTA contempla cursos de Animação e Modelação 3D, Artes para Jogos Digitais, Design e Desenvolvimento de Produto, Desenvolvimento de Jogos Digitais, Informática, Manutenção de Sistemas Mecatrónicos, Realização e Produção Televisiva, Som e Imagem e Web e Dispositivos Móveis.

Segundo Celeste Simão, as ofertas formativas passam ainda pela tentativa de fixar os jovens na região no momento de ingressarem no mundo laboral. “Precisamos de fixar população jovem no concelho e temos de trabalhar nesse sentido”.

Celeste Simão encontra na escolha das ofertas formativas uma forma de “sensibilizar os jovens a estarem dentro das empresas” do concelho, destacando o curso de soldadura. “É como se fosse um projeto piloto. Vamos ver a adesão. Agora está nas mãos dos alunos e dos pais”, estes últimos no sentido de “ajudarem a escolher”. A vereadora considera que seria “muito bom” a captação de alunos fora do concelho de Abrantes.

Agora, prossegue até setembro “o trabalho de sensibilização e de divulgação” da oferta formativa.

Paula Mourato

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *