Cerimónia do 3º aniversdário do RAME, juramento de bandeira e tomada de posse do novo comandante do RAME, Coronel Luís Barroso. Tomou posse, tendo assinado o Termo de Posse e recebido das mãos do Vice-CEME e Comandante das Forças Terrestres, Tenente-General Guerra Pereira, o Estandarte Nacional à guarda daquela Unidade. Créditos: mediotejo.net

O Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME), em Abrantes, tem um novo comandante. O Coronel de Infantaria Luís Fernando Machado Barroso foi nomeado pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General José Nunes da Fonseca, e rendeu no cargo, esta quinta-feira, o Coronel Mário Alvares. A cerimónia ficou ainda marcada pela condecoração do presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Valamatos, que mereceu a Medalha Dom Afonso Henriques.

A Cerimónia alusiva à Comemoração do 3º Aniversário do RAME e Juramento de Bandeira do 8.º Curso de Formação Geral Comum de Praças do Exército de 2019 teve lugar na manhã desta quinta-feira, dia 21 de novembro, no quartel de S. Lourenço, em Abrantes. O programa comemorativo contemplou a Cerimónia de Homenagem aos Mortos e a Transferência de Comando do RAME: saiu o Coronel de Infantaria Mário Álvares e tomou posse o novo comandante, o Coronel de Infantaria Luís Fernando Machado Barroso, da Academia Militar, nomeado, por escolha, pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General José Nunes da Fonseca.

O Coronel de Infantaria Luís Fernando Machado Barroso nasceu em Porto de Mós em 1967, entrou para a Academia Militar em 1986 e terminou o curso de Infantaria em 1991, tendo ficado colocado na Escola Prática de Infantaria onde desempenhou as mais variadas funções de comando e de instrução.

Depois de terminar o curso de Estado Maior no Instituto de Altos Estudos Militares desempenhou funções no Estado Maior do Exército e no Instituto de Estudos Superiores Militares onde foi professor de tática e de estratégia nos vários cursos ali ministrados. Na Joint Force Command Brunssum, na Holanda, foi responsável pela coordenação da obtenção de informações para a área de implementação norte da NATO.

Desempenhou as funções de segundo comandante do Regimento de Infantaria nº1 em Beja, e desempenhava, igualmente, funções como professor de tática e operações militares e as de coordenador científico dos mestrados integrados dos cursos de Infantaria, Artilharia e Cavalaria da Academia Militar.

Além dos cursos de carreira é qualificado com o curso Estado Maior das Forças Armadas de Espanha, e tem várias condecorações e prémios científicos. É doutorado pelo ISCTE em História, Defesa e Relações Internacionais, colabora com várias instituições do ensino superior e centros de investigação. É casado com Maria José Venâncio Pacheco Barroso e tem duas filhas.

Nesta data comemorativa e perante a formatura geral, o novo Comandante do RAME tomou posse, tendo assinado o Termo de Posse e recebido das mãos do Vice-CEME e Comandante das Forças Terrestres, Tenente General Guerra Pereira, o Estandarte Nacional à guarda daquela Unidade.

Cerimónia do 3º aniversdário do RAME, juramento de bandeira e tomada de posse do novo comandante do RAME, Coronel Luís Barroso. O comandante cessante Coronel Mário Álvares. Créditos: mediotejo.net

No seu discurso de despedida, o Coronel de Infantaria Mário Álvares, após os devidos reconhecimentos, saudações e agradecimentos aos convidados, entidades militares e civis presentes, referiu a “preocupação permanente em materializar um apoio de emergência credível”, sendo que no último ano “procurámos dar continuidade ao trabalho de excelência realizados pelos meus antecessores consolidando processos e promovendo o crescimento das capacidades em termos da resposta de emergência”.

Em jeito de balanço, em termos do que foi o apoio militar de emergência no ano de 2019, destacou “o claro reforço da importância e âmbito da atuação desta unidade. Cerca de 870 mil quilómetros percorridos em missões de vigilância e deteção de fogos rurais, percorrendo áreas rurais e florestais de 147 concelhos. O emprego de pelotões de rescaldo, de destacamentos de engenharia e de modos de alimentação no apoio ao combate dos fogos rurais nomeadamente nos incêndios de Vila de Rei e de Mação”.

Referiu ainda que “a formação em operações de rescaldo e vigilância ativa pós incêndio destinada a quadros de unidades, estabelecimentos e órgãos do Exército português”.

Sublinhou, no entanto, que os números alcançados estão “muito para além do RAME, traduzindo “um comprometimento de inúmeras unidades, estabelecimentos e órgãos do Exército português e que é traduzível numa manifesta disponibilidade para se abrir”.

O Coronel Mário Álvares não esqueceu duas outras áreas de atividade que “complementam parte significativa da missão” do RAME: o apoio à comunidade e os cursos de formação geral comum a praças do Exército. Desde 2017 até à data o RAME “formou 826 militares”, indicou.

Cerimónia do 3º aniversdário do RAME, juramento de bandeira e tomada de posse do novo comandante do RAME, Coronel Luís Barroso. Créditos: mediotejo.net

Entretanto, como parte do dia festivo, os formandos do 8.º Curso de Formação Geral Comum de Praças do Exército de 2019, constituído por 32 soldados recrutas (02 femininos e 30 masculinos) incorporados RAME, juraram bandeira, acompanhados por familiares e amigos que se juntaram para assistir à cerimónia solene presidida pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General José Nunes da Fonseca.

O comandante do RAME cessante lembrou, falando para os familiares do soldados recrutas, que num passado não muito longínquo “a vida era uma longa aprendizagem, todas as capacidades eram adquiridas à custa de um percurso exigente cujas etapas não se podiam saltar e as quais impunham sobretudo prática e tempo, porém os progressos tecnológicos facilitadores da nossa inserção e evolução e, por isso mesmo, simplificadores dos diferentes atos do crescimento, queimando essas etapas vêm colocando a nu um vasto conjunto de debilidades formativas, ou seja deixou de ser requerida a lenta formação de uma personalidade através da valorização do carácter, do pensamento a longo prazo, da paciência ou até do respeito pelos limites da nossa liberdade”.

Mário Álvares considerou que os militares que juraram bandeira “são jovens com valores morais reforçados e com objetivos para o futuro mais bem definidos. Serão mulheres e homens mais aptos a promover a sua autonomia e uma dignidade assente na liberdade, para olhar a adversidade como uma verdadeira prova de coragem para enfrentar o imaginário dos seus sonhos sem medos e repletos de esperança”.

Deixou ainda uma mensagem aos formandos: “Nunca se esqueçam que o sucesso é conseguir o que se quer e a felicidade é gostar do que se conseguiu”.

Ao concluir a sua missão no RAME exortou “à continuação do projeto, marcado pela vontade em servir sem limites para a criatividade, que tem de continuar a ser alicerçado no saber fazer, na disciplina e na grandeza da alma e paixão que marcam as grandes realizações […] o futuro do apoio militar de emergência será sempre um projeto aberto que se definirá todos os dias crescendo e adaptando-se em função daquilo que sejam as necessidades que essa realidade exige”. Segue, num futuro próximo, outra missão no Curso de Promoção Oficial General.

Cerimónia do 3º aniversdário do RAME, juramento de bandeira e tomada de posse do novo comandante do RAME, Coronel Luís Barroso. Créditos: mediotejo.net

A Alta Entidade, o Chefe do Estado-Maior do Exército, General José Nunes da Fonseca, assegurou, em dia do terceiro aniversário do RAME, um trabalho diário “para maximizar as capacidades que nos caracterizam. Move-nos o móbil comum e sinérgico de preservação do património dos portugueses, em última instância da sua própria segurança”.

O RAME “requer uma visão holística sobre as capacidades do Exército, ajustadas às diversas vertentes possíveis. Coube ao RAME o papel fulcral de integração, de planeamento e de seguimento do emprego dos meios. No apoio ao combate aos incêndios merecem destaque as ações de patrulhamento, vigilância, prevenção, deteção e rescaldo enquadrados pelo sistema de gestão integrada de fogos rurais” disse, falando também do apoio em caso de catástrofe.

No que toca ao comando e controlo no terreno, o General José Nunes da Fonseca referiu “além valência das comunicações, o Exército está habilitado a produzir e difundir cartografia de emergência assim como a efetuar análise geoespacial, que amplifica a rapidez na tomada de decisão em áreas tão distintas como o risco de inundação e de incêndio, na localização das estruturas de apoio medico-sanitário, na escolha de aterragem de helicópteros ou até na identificação de trajetos alternativos de evacuação”.

Constitui prioridade para o Exército “planear, aprontar e treinar para uma resposta célere e eficaz em situação real”, lembrou.

Cerimónia do 3º aniversdário do RAME, juramento de bandeira e tomada de posse do novo comandante do RAME, Coronel Luís Barroso. Chegada da Alta Entidade o Chefe do Estado-Maior do Exército, General José Nunes da Fonseca. Créditos: mediotejo.net

O General José Nunes da Fonseca, na sua intervenção, fez referência à transferência do Comando do RAME e em nome de todo o Exército desejou ao novo comandante as maiores felicidades no cargo, reconhecendo publicamente o modo como o Regimento tem sabido “atender à evolução da sua área de atuação evitando anacronismos de doutrina e contribuindo para uma estratégia genérica coerente visando as capacidades necessárias ao cabal cumprimento da missão”.

E ainda vencer os desafios surgidos, com “sobejas provas de dedicação, espírito de sacrifício, profissionalismo, competência e brio”, fazendo jus à divisa deste Regimento: “A União Faz A Força”, concluiu o General.

Cerimónia do 3º aniversdário do RAME, juramento de bandeira e tomada de posse do novo comandante do RAME, Coronel Luís Barroso. Condecoração do presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos. Créditos: mediotejo.net

No momento das condecorações, o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Valamatos, mereceu a Medalha Dom Afonso Henriques, patrono do Exército, 1ª Classe, considerando a sua “permanente disponibilidade e sentido de serviço público que se traduziu no apoio ao RAME de uma forma muito digna e altamente dedicada mantendo e incentivando um excelente relacionamento institucional, na sua inestimável cooperação para a difusão da ação relevante, divulgação das atividades e eventos militares do Regimento no seio da comunidade abrantina”. A condecoração foi imposta pelo General José Nunes da Fonseca.

Mereceram ainda condecorações, designadamente a Medalha de Serviços Distintos grau prata, o segundo comandante do RAME, Tenente Coronel de Infantaria António Marques de Almeida Ferreira. Foi também condecorado com a Medalha Dom Afonso Henriques terceira classe o Sargento Mor Cavalaria Paulo Rainho, que desempenhou durante dois anos o cargo de adjunto do comando do RAME, e ainda o Primeiro Cabo Cardoso, condecorado com a Medalha Dom Afonso Henriques quarta classe.

Chegou depois mais um momento alto da cerimónia solene, em que os formandos fizeram o seu juramento de bandeira, após serem enunciados os deveres militares pelo Chefe de Secretaria do Comando do Apoio Militar de Emergência, Sargento-Chefe do Serviço Geral do Exército, José Claro. A fórmula foi lida pelo Comandante das Forças em Parada, Tenente Coronel de Infantaria, António Marques Ferreira.

Cerimónia do 3º aniversdário do RAME, juramento de bandeira e tomada de posse do novo comandante do RAME, Coronel Luís Barroso. Banda do Exército. Créditos: mediotejo.net

As Forças em Parada, nomeadamente o pelotão da companhia de formação do oitavo curso de formação geral comum de praças do Exército, que jurou bandeira, desfilaram em parada, prestando continência ao Estandarte Nacional com o pelotão de guarda de honra comandando pelo Alferes João Rodrigues. A cerimónia terminou com a atuação da Banda do Exército, comandada pelo Sargento-Chefe Sérgio Mendes.

De seguida decorreu uma visita à exposição estática de meios de Apoio Militar de Emergência, onde foi possível observar uma máquina de rastros, um veículo munido de SIRESP e computador com Internet, uma motobomba de grande caudal capaz de esvaziar uma piscina olímpica em 27 horas, um balão de iluminação lumiair, três unidades de barreira: waterwalls, jackbox e flood lined recoverable, e ainda ferramentas manuais utilizadas em combate direto e indireto nos incêndios, podendo também ser utilizadas no rescaldo, e por fim equipamento de proteção individual.

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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