Reunião de Câmara Municipal. Créditos: mediotejo.net

O vereador do Bloco de Esquerda, Armindo Silveira, questionou na terça-feira o Executivo da Câmara Municipal de Abrantes sobre o acesso à Fonte da Amieira, em Vale da Donas, São Miguel do Rio Torto (Abrantes), lembrando que o acesso é público e não privado.

O eleito remeteu para um livro com edição da Câmara Municipal de Abrantes [‘Município de Abrantes e Serviços Municipalizados’], em são feitas “algumas referências à importância daquela Fonte, inclusive a importância daquele casal enquanto fonte de captação de água para o Rossio [ao Sul do Tejo]”.

Sobre a água de Vale das Donas, o presidente da Câmara Municipal afirmou ser “excelente”, tendo feito notar que “no dia que faltar a água em Vale das Donas é que a água de Castelo de Bode será decisiva no abastecimento público”.

Contudo, Manuel Valamatos assegura que a Fonte da Amieira não tem relação com a captação de água em Vale das Donas e indica estar “sem água há muitos anos. Está num estado de degradação tal que os novos proprietários de Vale das Donas limparam e arranjaram, porque nem o bebedouro da água estava acessível. Tinha árvores caídas num espaço que acho ser público e que vamos defender, até provarem o contrário, que é público. Há mais de uma década que aquele espaço é mal frequentado”.

A esse propósito, o presidente reuniu com os proprietários do Vale das Donas na semana passada, quando lhes deu conta da existência de registos que confirmam tratar-se de um espaço público. Por seu lado, os novos proprietários contabilizaram mais de um milhão de euros de investimento, inclusive na vedação da propriedade mas sem colocar entraves ao desígnio da autarquia.

“Em tantos hectares cometeram o erro de ter vedado [também a zona da Fonte da Amieira]. Só querem que a Câmara prove tratar-se de um espaço municipal, o que será relativamente fácil. Há muita gente que não sabia da existência daquela Fonte porque era impossível lá ir. Faremos tudo para recuperar aqueles espaço para o domínio público e recuperar a Fonte”, garantiu Manuel Valamatos, respondendo ao vereador do BE.

Explica ainda que por conta da acessibilidade da conduta de Castelo de Bode para Alvega, e por dificuldades na passagem, “iniciou-se um processo de expropriação para o abastecimento público de água. Quando o casal jovem comprou o Vale das Donas, o processo foi interrompido” uma vez que as dificuldades nesse sentido terminaram e “os tubos já estão colocados no terreno”, referiu.

Armindo Silveira revelou-se contente com o investimento e comparou a situação com a ETAR dos Carochos, em Abrantes, dizendo que “foi preciso um incêndio para as pessoas se relembrarem que a ETAR estava ali”, situação que relacionou com “a gestão do património” manifestando-se convicto que será encontrado “um consenso”.

Paula Mourato

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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