A utilização ‘abusiva’ dos equipamentos de wakeboard instalados nas proximidades da praia fluvial de Aldeia do Mato, em Abrantes, originou três acidentes com banhistas, levando inclusive à chamada do INEM, o que levou a Câmara Municipal a colocar ali, no final da semana passada, uma corda com bóias sinalizadoras para “dissuadir as pessoas de utilizarem as plataformas”.
O vereador João Gomes disse ao mediotejo.net que “o que causou os acidentes foi o facto das pessoas subirem para as estruturas”, um equipamento que não foi concebido para tal. “As plataformas são escorregadias porque foram feitas para as manobras e para as pranchas do wakeboard deslizarem. Não são para banhos de sol ou para fazerem de escorrega”, criticou.
O comandante dos Bombeiros de Abrantes confirmou ao mediotejo.net a ocorrência de três acidentes naquela zona balnear no mês de agosto, com “feridos leves”, devido a quedas naquela estrutura. A Câmara de Abrantes, para evitar o acesso das pessoas ao equipamento instalado a algumas dezenas de metros da praia fluvial, decidiu antecipar a colocação de bóias sinalizadoras para reforçar os alertas e avisos existentes.
João Caseiro Gomes, vice-presidente da autarquia de Abrantes, disse ainda que as três estruturas para a prática das manobras da modalidade de wakeboard estão “fixas e ancoradas ao fundo do rio”, a dezenas de metros da praia e já “fora da zona de segurança e de vigilância dos nadadores-salvadores”, tendo referido que, “apesar dos avisos e dos alertas instalados, há pessoas que vão a nado para as estruturas”. Vão pela “curiosidade”, mas “devem ter a consciência que vão por sua conta e risco, porque existem avisos a delimitar o perímetro de segurança”, alertou.
“Aquele equipamento está numa zona restrita e as pessoas que vão para lá estão a desrespeitar a informação que dá conta do espaço adstrito à zona balnear e da zona de segurança e de intervenção dos nadadores-salvadores”, vincou, tendo feito notar que a instalação definitiva das três plataformas “só ficou concluída na semana passada”. O equipamento completo para a prática de wakeboard é composto por “três plataformas que estão fixas e ancoradas ao fundo do rio e por duas estruturas metálicas que fazem a ligação aérea entre as duas margens por um cabo de aço acionado por um motor”, e que puxará as pranchas para as manobras nas plataformas.
João Gomes disse ainda que aquele equipamento foi “devidamente licenciado e acompanhado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e cumpre todos os requisitos que foram exigidos”, tendo feito notar que a autarquia decidiu antecipar a colocação da bóias, mesmo antes da entrada em funcionamento do equipamento, como sendo um reforço “para as pessoas perceberem visualmente” que o espaço onde se situam as plataformas está fora da zona de vigilância.
Segundo o autarca, durante os próximos dias será assinado o contrato de concessão com a empresa que irá iniciar a exploração do cable park de Aldeia do Mato.

São cinco os municípios do Médio Tejo que decidiram investir 600 mil euros na construção de uma estância de ‘wakeboard’ para potenciar turisticamente a albufeira de Castelo do Bode, estando os ‘cable parks’ a ser implementados nas praias fluviais de Fernandaires (Vila de Rei), do Lago Azul (Ferreira do Zêzere), Aldeia do Mato, (Abrantes), Trízio (Sertã) e Praia dos Montes (Tomar).
Esta estância funcionará com um modelo de gestão integrada, implementado em todos os cinco municípios do Médio Tejo, prevendo-se que o seu funcionamento seja do género “forfait” (tarifas para acesso às pistas) para um dia ou para uma semana, podendo ser utilizados os vários ‘cables systems’ instalados nas praias fluviais.
A modalidade de ‘wakeboard’ caracteriza-se pelo facto de as pranchas serem puxadas à superfície da água através de um sistema de cabos ou por um barco a motor, como meio de tração, sendo um desporto aquático praticado com uma prancha e manobrada de modo a contornar obstáculos flutuantes.