Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, aborda questões ligadas à Central do Pego. Foto: mediotejo.net

A Endesa obteve a melhor pontuação do júri, entre as seis propostas participantes, para a reconversão da Central Termoelétrica do Pego, em Abrantes, segundo o relatório preliminar divulgado recentemente pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). O edil de Abrantes aguarda agora pela decisão final e quer ver o projeto vencedor implementado no terreno para uma rápida “dinâmica económica“ no sentido de “minimizar os efeitos” do encerramento da Central.

Em comunicado, a Endesa adianta que “não tem dúvidas sobre a solidez do projeto apresentado que compreende não só a instalação de uma importante capacidade de produção renovável, mas também um plano socioeconómico de criação de valor partilhado na região”.

Dúvidas o presidente da Câmara de Abrantes também não tem relativamente ao efeito profícuo de terem sido apresentadas seis propostas para a reconversão da Central Termoelétrica do Pego.

“Foi bom no concurso ter surgido seis projetos todos eles de grande envergadura. Estamos a falar de um ponto de injeção, de uma estrutura extremamente valiosa e importante para a rede elétrica nacional”, disse Manuel Jorge Valamatos ao nosso jornal à margem da reunião de executivo, na qual o concurso público também foi abordado pelos eleitos.

O autarca manifesta-se, no entanto, “preocupado” com as “ações concretas de criação de postos de trabalho” trazidos pelo projeto vencedor desejando que “possa arrancar rapidamente dinâmica económica”.

Manuel Jorge Valamatos disse ainda estar “convicto” que o projeto vencedor “e que se venha a efetivar, tenha um resultado extremamente positivo para o concelho e que consiga minimizar os efeitos do encerramento da Central”.

ÁUDIO | PRESIDENTE DA CÂMARA DE ABRANTES, MANUEL JORGE VALAMATOS:

Central do Pego. Foto: DR

Para a empresa, o projeto de transição justa enquadra-se no “compromisso da Endesa com o crescimento das energias renováveis e com uma descarbonização justa e equitativa”.

A proposta apresentada pela empresa espanhola que atua na distribuição de gás natural e na geração e distribuição de energia elétrica obteve uma pontuação de 3,72 no relatório preliminar batendo as propostas da Tejo Energia SA, EDP Renováveis, Greenvolt, Brookfield Ltd & Bondalti SA e Voltalia SA.

Na segunda posição ficou a Tejo Energia SA (atual proprietária da Central Termoeléctrica do Pego), com 3,27.

A Greenvolt ficou em terceiro lugar, o consórcio da Brookfield Ltd & Bondalti SA em quarto, a Voltalia SA em quinto e a EDP Renováveis em último lugar.

Em setembro do ano passado, o Governo anunciou a abertura do concurso público para a atribuição do ponto de injeção na Central do Pego, que deixou de ser ocupado pela unidade a carvão, desativada em novembro do ano passado. O concurso avançou para a audiência de interessados, permitindo a todos os participantes contestar a avaliação do júri. 

A Tejo Energia já disse que vai recorrer da avaliação preliminar do júri para a reconversão da Central Termoelétrica do Pego, em Abrantes, que a posicionou no segundo lugar entre as seis propostas participantes.

“A Tejo Energia vai-se pronunciar porque há um ponto onde a Tejo Energia é penalizada e, como temos uma visão diferente, vamos apresentar os nossos argumentos”, disse à Lusa fonte oficial da empresa, atual proprietária da Central Termoelétrica do Pego, que tem mais duas semanas para apresentar a contestação.

O prazo para os concorrentes ao ponto de ligação à rede elétrica da central do Pego se pronunciarem sobre a decisão preliminar, que põe a Endesa à frente, foi prorrogado por mais 10 dias úteis, segundo despacho do Governo.

O prazo foi alargado por mais 10 dias úteis, “até às 23:59 do dia 25 de fevereiro”.

Fonte oficial do Ministério do Ambiente tinha confirmado à Lusa que o prazo para os concorrentes ao ponto de ligação à rede elétrica da central do Pego, em Abrantes, cuja produção a carvão foi encerrada em 2021, se pronunciarem relativamente ao relatório preliminar terminava na sexta-feira, dia 11 de fevereiro, às 23:59, conforme o calendário inicial, que previa cinco dias úteis para o efeito.

C/Lusa

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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