A bancada do BE, através de Joana Pascoal, apresentou duas propostas de recomendação na última sessão de Assembleia Municipal, com o intuito da criação de um polo de Saúde da USF Beira Tejo na União das Freguesias de São Facundo e Vale das Mós e outro em São Miguel do Rio Torto de forma a minimizar as assimetrias existentes na atualidade. Foto: mediotejo.net

Na última sessão de Assembleia Municipal de Abrantes, o Bloco de Esquerda viu duas propostas de recomendação aprovadas por unanimidade, uma delas para “Criação do Pólo de Saúde da USF Beira Tejo na União das Freguesias de S. Facundo e Vale Das Mós” e uma outra para a “Criação de Pólo de Saúde da USF Beira Tejo em S. Miguel do Rio Torto”. O presidente da Câmara garantiu que brevemente irá reunir com o ACES Médio Tejo.

A bancada do Bloco de Esquerda (BE) apresentou duas propostas de recomendação na última sessão de Assembleia Municipal, com o intuito da criação de um polo de Saúde da USF Beira Tejo na União das Freguesias de São Facundo e Vale das Mós e outro em São Miguel do Rio Torto de forma a minimizar as assimetrias existentes na atualidade.

Ambas as propostas foram aprovadas por unanimidade, deliberando assim a AM recomendar à Câmara Municipal de Abrantes que “encete esforços e apoie a criação de Pólo de Saúde da USF Beira Tejo na União de Freguesias de S. Facundo e Vale das Mós e a criação de um Pólo de Saúde da USF Beira Tejo em S.Miguel do Rio Torto”.

Após a aprovação na Assembleia Municipal de Abrantes da “Moção Pelos Cuidados de Saúde Primários no Concelho de Abrantes”, ainda em 2018, “foram criadas expectativas no sentido de efetivas melhorias em relação aos referidos cuidados”, começou por dizer a deputada municipal do Bloco, Joana Pascoal, reconhecendo que ”algumas alterações aconteceram”.

Sessão de Assembleia Municipal de Abrantes. Créditos: mediotejo.net

Para o BE “a abertura da USF Beira Tejo veio substituir as instalações indignas onde funcionava o Centro de Saúde do Rossio ao Sul do Tejo há décadas”, opção que saúdam sem esquecer que “a população da União de Freguesias de São Facundo e Vale das Mós não tem qualquer médico há cerca de oito anos e o problema não é falta de instalações”, salientou Joana Pascoal.

O Bloco de Esquerda entende que “a solução mais viável” passaria então pela criação desses pólos da USF Beira Tejo. Referiu também que na última sessão de Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de São Facundo e Vale das Mós foi aprovada por unanimidade uma recomendação que frisa exatamente este mesmo propósito, sendo uma união de freguesias “completamente despejada de serviços públicos”.

A proposta do BE realça alguns fatores que “motivam e justificam” a recomendação, como a idade avançada da maioria da população, os recursos limitados, a importante distância a percorrer e as adicionais dificuldades com o transporte.

Notando que em S. Miguel do Rio Torto, onde existiam quase 800 utentes inscritos no seu polo de saúde, “vem médico e a USF não se encontra muito distante, apenas há atendimento regular para quem não esteja inscrito como utente da USF, sendo que estes moldes de funcionamento não são os mais adequados, dado o grande numero de utentes e a existência de instalações apropriadas”.

A situação em São Miguel do Rio Torto é diferente daquela que se vive na União das Freguesias de São Facundo e Vale das Mós, onde “há um médico que presta cuidados de saúde mas apenas em regime de recurso, ou seja, os utentes neste polo de saúde não têm médico atribuído, não há domicílios a estes utentes, os domicílios apenas são prestados aos utentes que têm o seu médico de família na USF Beira Tejo, em Rossio ao Sul do Tejo”, referiu o BE.

Pela voz do deputado João Salvador Fernandes, a bancada do Partido Social Democrata manifestou o seu voto favorável muito “pela coerência” com moções e recomendações entretanto aprovadas pela AM.

No entanto, manifestou “dúvidas” que, legalmente, bem como em termos logísticos e populacionais, da possibilidade de ser encetado da forma como o BE pretende, lembrando que as propostas de recomendação não são vinculativas para o executivo camarário.

Sessão de Assembleia Municipal de Abrantes. Créditos: mediotejo.net

Do lado do Partido Socialista, Benjamim Marques Filipe sublinhou que “o aumento dos cuidados de saúde primários irá diminuir a afluência desmesurada aos serviços de urgência e à rentabilização dos mesmos para os casos de manifesta urgência e emergência”.

O deputado socialista apontou alguns números referentes a esta legislatura – “mais 100 USF, 30 novos centro de saúde e a contratação de nove mil profissionais que pudessem estar motivados” -, e considerou que o atual executivo camarário “se tem pautado sempre pela procura das melhores soluções” para os munícipes.

Na sua intervenção o presidente da Câmara Municipal, Manuel Valamatos, falou na descentralização de competências na área da Saúde notando que “a área técnica será sempre da competência do Ministério da Saúde”, tendo lembrado que há sete meses foram “recolocados enfermeiros em São Facundo e Vale das Mós e recuperamos os médicos para uma vez por semana. Estamos a todo o tempo interessados em resolver os problemas das nossas pessoas”, vincou.

Manuel Valamatos garantiu que o executivo “está atento” e que irá reunir “rapidamente” com a diretora do ACES Médio Tejo e, “se for preciso”, a ARS de Lisboa e Vale do Tejo. A Câmara Municipal de Abrantes “tem feito mais do que seria porventura a nossa competência”, concluiu.

Paula Mourato

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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