O movimento independente ALTERNATIVAcom defendeu hoje a necessidade de “criar condições para um maior dinamismo industrial” em Abrantes. Para tal defende “a requalificação, dinamização e expansão dos parques industriais de Alferrarede, Pego e Tramagal, assim como a criação de ecossistemas empreendedores, onde se instalem indústrias criativas, culturais, tecnológicas, turísticas e recreativas, numa lógica de ‘clusters’ diversificados em que a especialização e a diversificação industrial se combinem estrategicamente”, dá conta em nota de imprensa. 

Considera esta linha de desenvolvimento “essencial para que se consiga travar e reverter o declínio que consome Abrantes, caracterizado pela perda, numa só década, de quase 7% das empresas e 20% dos trabalhadores.

Em 2021, comparativamente a 2020, foram constituídas menos 30% e dissolvidas mais 80% de empresas, ficando o saldo 72% abaixo do ano anterior. E, em matéria de emprego, a percentagem média de colocação dos desempregados inscritos no IEFP não superou, nos últimos anos, os 24%”, acrescenta a mesma nota exibindo um gráfico (ver imagem em baixo).

Já em comunicado anterior, intitulado “O nosso Compromisso para com as Empresas e o Emprego”, o movimento independente referia que “as empresas sediadas nos parques industriais têm visto as suas expectativas goradas por uma gestão amadorística destas infraestruturas, onde sobra em indisponibilidade, negligência e desinteresse, o que falta em diálogo, conservação e melhoramentos”.

Um ano depois, desse comunicado nota que “nada mudou, como se o tempo não jogasse contra o aproveitamento de oportunidades cada vez menos disponíveis”.

O ALTERNATIVAcom dá conta de “problemas de acessos, pavimentação, drenagem, sinalização horizontal e vertical, manobrabilidade, estacionamento, limpeza e eliminação de ervas, assim como dificuldades a nível de comunicação e negociação, burocracia e demoras injustificadas, planeamento e captação de investidores, serviços de apoio partilhados, estudos de impacto social e ambiental, etc. Em geral, parece haver pouca preocupação com a melhoria das infraestruturas e a redução dos custos de contexto”.

Defende ainda “a urgente requalificação, dinamização e expansão dos parques industriais, para que estes não sejam vistos como meros ‘depósitos’ de empresas e para que não sejam perdidas as oportunidades únicas oferecidas pelo PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, FTJ – Fundo para uma Transição Justa e outras fontes de financiamento europeias”.

Paula Mourato

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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