Foto: Flávio Simões / SRMB

Sim. Leu bem! Caixão, ataúde, urna funerária, féretro, tumba. A banda de metal Impera, que veio de Lisboa participar na nona edição do Coffin Festival, organizado pela Sociedade Recreativa e Musical de Bemposta, levou para casa aquele que é um primeiro prémio excecional, ainda que lúgubre, e já imagem de marca desta iniciativa.

Com Gustavo Reis na voz, Bernardo Silva e Frederico Chaves nas guitarras, Miguel Santos no baixo e Daniel Chen na bateria, a banda conseguiu o primeiro lugar neste festival, que contou a título excecional com 6 bandas a concurso.

O ambiente era místico e sombrio, próprio do cenário e elementos associados a este estilo de música que, para os mais sensíveis de ouvido, é bem pesado, e onde o preto tem carga simbólica.

O público era misto, desde os mais velhos aos mais novos que, inconscientemente, corriam de lado para lado ao som desta banda sonora feita de riffs intensos.

Nesta edição participaram bandas e músicos já conhecidos nas lides do metal na região, caso dos Mournkind (Abrançalha de Baixo) ESOLD – Eternal Search of Lucy’s Diamonds (Abrantes) e Miguel Estrada & Os Cobra Cega (Abrantes); e de outros pontos do país chegaram, além dos vencedores Impera, os Três Vintes, do Porto) e os The Teasers, de São João de Ovar.

Foto: SRMB

A estas juntou-se o grupo abrantino “Congruity”, que na última edição conquistou o tão ambicionado caixão. Este festival do caixão, que já deu vitória a bandas como Hyubris e The Legacy, é dirigido a bandas de garagem emergentes, muito na onda do metal.

A votação decorreu ao longo da noite, sendo que o público podia adquirir votos no bar, pelo valor de 1 euro, que incluía também uma bebida (cerveja, sumo ou água). Obviamente que a banda mais votada é a vencedora do festival e do peculiar prémio que lhe dá o nome.

Impera durante a atuação no IX Coffin Festival. Foto: SRMB

E porquê um caixão? A organização explica que em todas as edições o maior apoio e patrocínio foi de uma empresa regional dedicada à indústria de artigos funerários, algo que propiciou a escolha do primeiro prémio destinado para o evento.

Realizando-se atualmente de 3 em 3 anos, 2017 marcou ano de regresso do Coffin Festival à aldeia de Bemposta, no concelho de Abrantes, que trouxe novos nomes do panorama musical português.

Joana Rita Santos

Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres, onde não falta a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Viciada no verbo Ir, nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza... também por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.

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