David Belém Pereira/mediotejo.net

Grifo (Gyps fulvus) – Quando o sol já vai alto e os seus raios começam a aquecer a atmosfera, os grifos abandonam os seus poleiros e começam à procura das correntes térmicas ascendentes, para conseguirem subir. O espetáculo de um bando de grifos formando um “balão” gigante enquanto se eleva no ar é um dos momentos mais singulares na observação de abutres.

Muito grande, maior que as águias. Voa grandes distâncias planando e quase sem bater as asas. A plumagem é acastanhada. Os “dedos” das asas são facilmente visíveis. Gregário, forma frequentemente bandos de algumas dezenas de aves. Pode confundir-se com o abutre-preto, que por vezes se lhe associa, distinguindo-se desta espécie principalmente pelas tonalidades castanho-cremes das coberturas, pelo pescoço claro e pela extremidade das asas claramente revirada para cima.

Em Portugal nidificam algumas centenas de casais de grifos, mas a sua distribuição é fortemente assimétrica. O grifo distribui-se sobretudo pela metade interior do território nacional, sendo mais comum junto à fronteira. As principais zonas de reprodução situam-se no nordeste transmontano, que alberga mais de metade da população portuguesa.
A espécie está presente no nosso país ao longo de todo o ano, mas efetua movimentos amplos fora da época de reprodução, surgindo então noutras zonas do território.

No território abrangido pelo mediotejo.net podemos observar o Grifo ao longo do percurso do Rio Tejo, nomeadamente nas Portas do Rodão, onde nidifica, em Belver, Gavião e até mesmo nas escarpas do concelho de Mação. Por vezes surge no concelho de Abrantes e Ponte de Sor. Em Portugal tem o estatuto de “Quase Ameaçado” por diminuição dos rebanhos e desde que as normas da UE proíbem o abandono de gado morto no campo, sobretudo a partir da crise das vacas loucas, o alimento para estes animais diminuiu. Algumas autarquias têm instalado comedouros sob supervisão veterinária.

Foto de David Belém Pereira obtida nas Portas do Rodão.

*Fonte: “Aves de Portugal”

Nasceu a 30 de Janeiro de 1961 em Lisboa e cresceu no Alentejo, em Santiago do Cacém. Dali partiu em 1980 para ingressar no Exército e no Curso de Enfermagem. Foi colocado em Santa Margarida e por aqui fez carreira acabando por fixar-se no Tramagal em 2000. A sua primeira ligação à Vila "metalúrgica" surge em 1988 como Enfermeiro do TSU. Munido da sua primeira câmera digital, em 2009 e com a passagem à situação de reserva, começou a registar a fauna do Vale do Tejo, a natureza e o património edificado da região, as ruas, as pessoas... Com colaborações regulares em jornais da região e nacionais este autodidata acaba por conseguir o reconhecimento público, materializado em alguns prémios. Foi galardoado na 8ª Gala de Cultura e Desporto de Tramagal na categoria de Artes Plásticas (Fotografia) em 2013.

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