Castelo de Almourol. Foto. DR

*Este artigo é parte integrante de uma série especial sobre os Museus no Médio Tejo. Descubra mais sugestões em mediotejo.net

Nas margens do rio Tejo, a Barquinha ergueu-se em redor do seu castelo templário, em Almourol, e de uma história assente na sua localização enquanto linha de defesa militar. Já por ali haviam erguido os romanos uma fortificação, os árabes estabeleceram-se depois das invasões bárbaras. Foi Gualdim Pais quem mandou construir dessas fundações o Castelo Templário, após a reconquista cristã, por forma a proteger a região das contra-investidas muçulmanas. Desses tempos ficaram as lendas que conferem ao Castelo muita da sua mística.

Castelo de Almourol. Foto. DR
Castelo de Almourol. Foto. DR

Um pouco por todo o Médio Tejo, em especial onde foram erguidos Castelos medievais, há uma lenda romântica em torno da sua fundação, com uma moura encantada a ser alvo do desejo de um cavaleiro cristão. Em Almourol, curiosamente, há versão semelhante mas também o seu inverso, narrando-se a história de um jovem muçulmano que se perdeu de amores pela filha de um cruel cavaleiro de Cristo. Nem sempre são histórias com final feliz…

Situado num ilhéu, o Castelo foi mandado erguer em 1171, a par de outros Castelos, já desaparecidos, em Paio de Pelle e Cardiga, criando-se uma linha de defesa no Tejo. Gradualmente a região foi perdendo importância militar e as populações voltaram-se para o rio, havendo nele um intenso tráfego fluvial para os portos de Tancos e Barquinha, até que a chegada do caminho de ferro veio pôr um fim a esta atividade.

Já enquanto concelho, em 1880, Vila Nova Barquinha viria nascer, em Tancos, a Escola Prática de Engenharia, readquirindo assim o seu velho estatuto de região militar. Foi naquele espaço que se formaram as tropas que participaram na Primeira Guerra Mundial e na Guerra Colonial. Hoje, o atual Regimento de Engenharia nº1 tem à sua responsabilidade um Museu de Engenharia Militar, com uma exposição permanente, e um Museu das Tropas Aerotransportadas, que reflete a história das tropas paraquedistas portuguesas.

Castelo de Almourol Almourol

Museu de Engenharia Militar – Polígono de Tancos, Estrada Nacional Nº 3 2260-263 Praia do Ribatejo

Museu das Tropas Aerotransportadas Escola de Tropas Paraquedistas, Polígono de Tancos, 2260-209 Praia do Ribatejo

O que visitar mais?

Parque de Escultura Contemporânea Almourol Ao longo dos sete hectares do Barquinha Parque existe uma exposição de escultura ao ar livre que reúne alguns dos nomes mais sonantes da escultura contemporânea portuguesa. No espaço há ainda uma galeria de exposições, loja, ateliers artísticos, biblioteca e alojamento temporário para criadores, entre outros equipamentos.

Visita gratuita. Parque de Escultura Contemporânea, Vila Nova da Barquinha

Centro Integrado de Educação e Ciências Espaço dedicado à ciência, organizado em cinco áreas temáticas com módulos interativos contextualizados na história e cultura local: “Embarca com a Ciência”, “Explorando o Castelo”, “Explorando a Barquinha”, “Explorando o Tejo” e “Explorando o Voo”.

O bilhete custa 3 euros para maiores de 12 anos, 2 euros para infantis e seniores.

CIEC – Escola Ciência Viva, Rua D. Maria II, Vila Nova da Barquinha

Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo Única estrutura do género em Portugal, o Centro é um espaço com uma exposição permanente sobre o espólio arqueológico do Ribatejo Norte.

Largo do Chafariz nº 3, Vila Nova da Barquinha

Igrejas do concelho Com quatro freguesias, destacam-se na Barquinha as seguintes Igrejas:

  • Igreja Matriz da Atalaia – Monumento nacional, esta Igreja é um dos mais belos exemplares do renascimento em Portugal. Dedicada a Nossa Senhora da Assunção, foi mandada edificar cerca de 1528 por D. Pedro de Meneses, Conde de Cantanhede. No local já existia uma outra Igreja, mas do século XIV.
  • Igreja Matriz de Tancos Templo construído no século XVI, com uma ampla abóbada de caixotões e azulejos do século XVII e retábulo de talha maneirista. Tem o Tejo e o Castelo de Almourol na sua paisagem. É um monumento de Interesse Público.

Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita

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