Duas semanas após a audiência de António Costa com o Presidente da República fica evidente que o Secretário-Geral do PS mentiu a Cavaco Silva. Como todos tivemos oportunidade de ouvir, António Costa assumiu em Belém que teria um acordo com o PCP e com o BE mas passado todo este tempo ainda não existe nada. Tudo não passou afinal de uma manobra desesperada de evitar que o Presidente desse posse a Passos Coelho como Primeiro-Ministro.

É este tipo de atitudes que mancham a imagem da política e Costa muito tem feito por isso.

Revelador da postura do PS, e do seu sentido de Estado, é o maquilhar do cenário macroeconómico para acomodar as exigências do Bloco e do PCP.

Por estes dias deve andar Mário Centeno, o tal professor independente, a manipular o Excell do seu cenário macroeconómico a fim de respeitar o Tratado Orçamental e os limites do défice.

Acomodar os mais de 2000 milhões de euros que custa o voto do Bloco e do PCP para que António Costa possa ser finalmente Primeiro-Ministro tem um preço e é um custo para Portugal. Ou seja, o Partido Socialista é capaz de tudo para conseguir que António Costa venha a ser líder do Governo, mesmo que isso custe aos portugueses uma nova bancarrota ou, o mais provável, uma nova crise política.

Este cenário macroeconómico do PS parece-se cada vez mais com uma bimby, em que tudo cabe lá dentro na esperança que a máquina, o Excell, faça o milagre de apresentar à mesa um prato ao gosto de todos os comensais. O problema é que o país não é uma bimby nem os portugueses cobaias voluntárias de qualquer experimentalismo de um cozinheiro radical que apenas quer provar aos seus amigos que pode ser o Chef principal, nem que seja por uma semana e mesmo que isso cause uma dor de barriga aos seus clientes.

Estas quase quatro semanas de incerteza podem ter sido devastadoras para a economia portuguesa e o que aí vem pode ser ainda pior.

A instabilidade criada nos investidores e nos empresários, aqueles que de facto criam emprego em Portugal, provocará danos sérios no PIB e no crescimento económico.

Costa e o PS não pensam nisso, à extrema-esquerda isso não dá jeito porque lhes limita o protesto, e ao PSD e CDS cabe a esperança de tudo fazer para inverter esta sina que parece destinada a Portugal.

Sempre que tudo começa a melhorar…a esquerda aparece para nos fazer andar para trás.

Triste sina a nossa.

 

 

Duarte Marques, 39 anos, é natural de Mação. Fez o liceu em Castelo Branco e tirou Relações Internacionais no Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, com especialização em Estratégia Internacional de Empresa. É fellow do German Marshall Fund desde 2013. Trabalhou com Nuno Morais Sarmento no Governo de Durão Barroso ao longo de dois anos. Esteve seis anos em Bruxelas na chefia do gabinete português do PPE no Parlamento Europeu, onde trabalhou com Vasco Graça Moura, José Silva Peneda, João de Deus Pinheiro, Assunção Esteves, Graça Carvalho, Carlos Coelho, Paulo Rangel, entre outros.
Foi Presidente da JSD e deputado na última legislatura, onde desempenhou as funções Vice Coordenador do PSD na Comissão de Educação, Ciência e Cultura e integrou a Comissão de Inquérito ao caso BES, a Comissão de Assuntos Europeus e a Comissão de Negócios Estrangeiros e Cooperação. O Deputado Duarte Marques, eleito nas listas do PSD pelo círculo de Santarém, foi eleito em janeiro de 2016 um dos novos representantes portugueses na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, com sede em Estrasburgo. É ainda membro da Assembleia Municipal de Mação.
Sócio de uma empresa de criatividade e publicidade com sede em Lisboa, é também administrador do Instituto Francisco Sá Carneiro, director Adjunto da Universidade de Verão do PSD, cronista do Expresso online, do Médio Tejo digital e membro do painel permanente do programa Frente a Frente da SIC Notícias.

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