Tramagal assinala 100 anos do incêndio na sede da Tuna "para que a memória não se perca". Foto: mediotejo.net

“Para que o tempo não apague a memória, mesmo desagradável e horrorosa, a Direção da Tuna entendeu realizar uma evocação, quando passam cem anos da tragédia, no dia 20 de abril, em que aconteceu o incêndio da sede da Tuna Tramagalense, em que pereceram oito pessoas”, indica a direção da associação.

O programa começou cerca das 11h00, com a deposição de “coroa de flores” no Mausoléu das Vítimas do Incêndio da Tuna Tramagalense, erigido por subscrição pública, no Cemitério Ocidental de Tramagal, momento ao qual se seguiu, ainda naquela manhã, a colocação de uma placa evocativa da sede da primitiva Tuna Tramagalense, hoje residência particular, no n° 14, da rua da Tuna, em Tramagal. À tarde, decorreu na sede do Teatro Tramagalense uma sessão evocativa e lançamento de um livro que regista o episódio e a sociedade da época.

O mediotejo.net acompanhou o momento de deposição de uma coroa de flores junto ao Mausoléu das oito vítimas do trágico incêndio, e que contou com a presença de familiares, antigos e atuais presidentes de junta de freguesia, presidente da Câmara de Abrantes, dirigentes da Tuna Tramagalense e populares. Registámos as intervenções de Octávio Oliveira, presidente da direção da Tuna Tramagalense, de António José Carvalho, presidente da Junta de Freguesia de Tramagal, de Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal, e do padre Adelino Cardoso.

O pároco de Tramagal, Adelino Cardoso, que promoveu uma oração e um minuto de silêncio, elogiou a iniciativa, tendo afirmado que “um povo sem memória não tem futuro”.

Foto: mediotejo.net
Padre Adelino Cardoso
Foto: mediotejo.net

Octávio Oliveira, presidente da direção da Tuna Tramagalense, usou da palavra para sinalizar o momento evocativo e lembrar o sucedido a 20 de abril de 1924.

Octávio Oliveira, presidente da Tuna Tramagalense
Foto: mediotejo.net

O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, natural da freguesia de Tramagal, marcou presença na cerimónia evocativa do trágico momento que abalou a localidade.

Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
Foto: mediotejo.net

A Junta de Freguesia de Tramagal associou-se à evocação, colocando a bandeira a meia haste, tendo o presidente, António José Carvalho, destacado a importância de preservar a memória.

António José Carvalho,, presidente JF Tramagal

Da parte da tarde, o Salão da Tuna Tramagalense/Sala de Baile do TTL, acolheu a sessão evocativa do incêndio da Tuna Tramagalense e o lançamento do livro “Tragédia no Tramagal – Incêndio da Tuna Tramagalense – 20 de abril de 1924, Domingo de Páscoa”, da autoria de Octávio Oliveira, que nos explicou os motivos e a importância de assinalar a data, a par de um livro que perpetua um episódio da vida do Tramagal e de um retrato da época, que é como que um legado para as gerações atuais e vindouras.

Octávio Oliveira, presidente da Tuna Tramagalense

Na trágica ocorrência no dia 20 de abril de 1924, Domingo de Páscoa, perderam a vida, pela ordem apresentada no mausoléu erigido por subscrição pública, no Cemitério Ocidental de Tramagal: Maria José Lopes Contente, de 8 anos; Maria Bernardina Jacob; Maria Antónia Baião, Maria José Gonçalves César, Josefa Calado (ou Josefa Delfina Fernandinho), Tereza Faria, Sofia Ferreira (ou Sofia Lopes Contente, ou Sofia Florinda Contente, ou Sofia Ferreira Jorge) e Tereza Teodora (ou Tereza Rita de Oliveira, ou Tereza Teodora Vitorino).

Associando-se à “Evocação dos 100 anos do Incêndio da sede da Tuna Tramagalense”, a Junta de Freguesia de Tramagal deliberou que, no sábado, 20 de abril de 2024, a bandeira da Freguesia estivesse colocada a meia haste, em memória da trágica ocorrência.

A experiência de trabalho nas rádios locais despertaram-no para a importância do exercício de um jornalismo de proximidade, qual espírito irrequieto que se apazigua ao dar voz às histórias das gentes, a dar conta dos seus receios e derrotas, mas também das suas alegrias e vitórias. A vida tem outro sentido a ver e a perguntar, a querer saber, ouvir e informar, levando o microfone até ao último habitante da aldeia que resiste.

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