O atleta Ricardo Ribeiro, de Tomar. Foto publicada na rede social Facebook

Chama-se Ricardo Ribeiro mas o seu apelido poderia ser perseverança. Habituado a saltar obstáculos, embora seja um maratonista, o atleta de 40 anos não desiste com facilidade, afinal nem mesmo um pé partido o impediu de terminar uma maratona.

Porém, brevemente o desafio será mais exigente com uma homenagem no seu palmarés. De 1 a 30 de setembro, Ricardo Ribeiro, atleta natural de Tomar mas a residir no Entroncamento, vai percorrer o País, de Norte a Sul, naquela que será uma prova de fundo que inclui bicicleta, numa corrida solidária a favor da luta contra o cancro. Uma prova dividida em 26 etapas (a correr e a pedalar) ao longo de 2180 quilómetros.

O atleta Ricardo Ribeiro, de Tomar. Créditos: DR

“Uma maneira de agradecer a todos os profissionais de saúde que trabalham diariamente no IPO para nos ajudar, familiares e a quem passa pela doença”, explicou Ricardo ao nosso jornal. A doença é o cancro que atingiu a sua família em 2015 e mais tarde também amigos. A verba doada a esta iniciativa solidária reverterá totalmente a favor do Instituto Português de Oncologia (IPO).

O percurso está traçado e inicia em Lisboa (dia 1 de setembro) segue para Sagres, depois Vila Real de S. António, Bragança, Caminha e com ponto de chegada novamente em Lisboa (dia 30 de setembro).

“A minha ideia é fazer uma maratona por dia, 42 quilómetros e 180 metros, e o restante da etapa fazer de bicicleta”, detalha, admitindo que a missão “é um bocado exigente mas com algum treino… e como corro diariamente e também faço ciclismo, ainda que seja muito amador, o treino já cá está. Torna-se mais fácil”.

Ricardo Ribeiro designa-se, portanto, atleta amador, embora na corrida seja atleta federado pelo clube Juventude Ilha Verde, de São Miguel, nos Açores. No ciclismo integra o Grupo Cicloturismo Barquinhense, de Vila Nova da Barquinha.

Pratica desporto há vários anos, o ciclismo (BTT) iniciou em 2010 e desde 2018 que se desafia na corrida, modalidades nas quais o atleta afirma estar “atualmente mais ativo”. Nessa prática competiu em maratonas e até em algumas ultramaratonas.

Corre “por gosto. Sim! Para ocupar o tempo livre, especialmente quando estou fora do País, com mais tempo para andar a correr e de bicicleta”, garante.

Contudo, percorrer Portugal continental implica estar em forma e para tal prática obriga-se “a treino diário, reforço muscular, tudo aquilo que já estamos habituados a fazer. Durante a semana treino diariamente cerca de hora e meia e no fim-de-semana posso correr durante uma manhã ou andar de bicicleta, dependendo do plano de treinos”, explica.

O atleta Ricardo Ribeiro, de Tomar. Foto publicada na rede social Facebook

Para realizar este projeto solidário, Ricardo Ribeiro, que profissionalmente é ferroviário, especificamente eletricista de catenárias, vai estar um mês ausente da empresa e, neste momento, além dos treinos, trabalha na angariação de patrocínios que suportem os custos com combustível, dormidas e alimentação.

A equipa que o acompanha será “a esposa durante duas semanas e outras pessoas que consegui convencer a ir” nesta missão e que será uma novidade para Ricardo.

“Assim tanto tempo… não, nunca fiz nada de semelhante, com uma tão grande logística”, diz o atleta, que prepara o projeto há alguns meses. E com setembro cada vez mais próximo, confessa sentir-se “um bocadinho mais nervoso, mais apreensivo”, porém, otimista, crente que “vai correr tudo bem!”.

A sua formação é jurídica mas, por sorte, o jornalismo caiu-lhe no colo há mais de 20 anos e nunca mais o largou. É normal ser do contra, talvez também por isso tenha um caminho feito ao contrário: iniciação no nacional, quem sabe terminar no regional. Começou na rádio TSF, depois passou para o Diário de Notícias, uma década mais tarde apostou na economia de Macau como ponte de Portugal para a China. Após uma vida inteira na capital, regressou em 2015 a Abrantes. Gosta de viver no campo, quer para a filha a qualidade de vida da ruralidade e se for possível dedicar-se a contar histórias.

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