Possível meteorito ilumina os céus de Portugal. Foto: DR

O alerta foi dado perto da meia-noite. Foi visto um clarão de um possível meteoro em vários distritos, de Norte a Sul do país, e que iluminou os céus às 23h46. sendo visível até em Espanha. O momento foi registado e partilhado nas redes sociais. A Proteção Civil realizou buscas na zona de Castro Daire, onde se supõe que tenha caído um meteorito, mas até à manhã deste domingo nada havia sido encontrado.

O astrónomo Máximo Ferreira, diretor do Centro Ciência Viva de Constância – Parque de Astronomia, diz que meteoros como o desta noite normalmente têm poucos centímetros e vaporizam-se na atmosfera.

Pouco antes da meia-noite, começaram a surgir relatos nas redes sociais sobre um clarão avistado em varias cidades portuguesas, tendo a Proteção Civil acionado meios face à “possível queda de meteorito” na zona de Castro Daire.

“Houve efetivamente um alerta de possível queda de meteorito, mas até ao momento não se confirmou”, disse à Lusa fonte do Comando Sub-regional de Viseu Dão Lafões por volta da 01:20.

A Proteção Civil acabaria por desmobilizar poucas horas depois os meios de socorro da zona de Castro Daire onde houve relatos de uma “possível queda de meteorito”, admitindo novas buscas de manhã.

“Pelo menos agora durante a noite não foi encontrado nada”, adiantou fonte do Comando Sub-regional de Viseu Dão Lafões por volta das 02:45.

Possível meteorito ilumina os céus de Portugal. Foto; DR

Seis veículos auxiliados por 20 operacionais, da GNR e dos bombeiros de Castro Daire, estiveram na zona de Pereira e da serra de Montemuro, mas nada foi encontrado.

Astrofísico diz que meteoros como o desta noite normalmente vaporizam-se na atmosfera

O meteoro visto na noite de sábado em todo o país é um fenómeno normal em Portugal, apesar de raro desta dimensão, e habitualmente essas rochas vaporizam-se na atmosfera e “pode não ter caído nada inteiro de tamanho razoável”.

A afirmação é feita pelo investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e da Universidade de Coimbra Nuno Peixinho, segundo o qual “estes bólides”, devido à elevada velocidade a que se deslocam, podem dar a sensação de estarem a uma distância e, afinal, “não estarem assim tão perto” de onde é observado.

Nuno Peixinho explicou que anualmente caem 50 mil toneladas de poeiras do espaço na Terra e que existe uma rede de câmaras em Portugal e Espanha, acionadas automaticamente, para registar esses fenómenos e que, através do cruzamento desses dados, é possível perceber se caiu ou não e calcular, com alguma margem de erro, o local.

“São bocados de rocha que vêm a grande altitude e velocidade, entre os 10 e os 70 quilómetros por segundo”, explicou Nuno Peixinho, em declarações à agência Lusa.

Segundo o investigador, tal como as estrelas cadentes, embora estas sejam muito mais pequenas, consomem-se na atmosfera e é desse processo químico que resulta o rasto de luz que se vê, que no caso do azul “indica que o tipo de material que está a arder, a vaporizar, é o magnésio”.

“Como andam a vários quilómetros por segundo, contra o ar, a pressão que aquilo faz na atmosfera é tão grande que as temperaturas atingem facilmente os 25 mil graus, e a essa temperatura vaporiza tudo”, sublinhou Nuno Peixinho, para quem, enquanto cientista, seria interessante ter material para analisar.

O investigador frisou que, “como se ensina na escola, se caiu no chão é meteorito, se não caiu é meteoro”.

Astrofísico diz que meteoros como o desta noite normalmente vaporizam-se na atmosfera. Foto: DR

Nuno Peixinho realçou que não há motivo para qualquer receio por um meteoro desta dimensão ser observado em Portugal já que é um “fenómeno isolado”.

A maioria dos meteoritos caem no oceano e, estatisticamente, dada a dimensão de Portugal, é menos provável que caia no solo nacional.

 “Seria preciso muito azar para um meteorito cair em cima de alguém ou de alguma coisa”, acentuou o astrofísico.

Segundo Nuno Peixinho, “pode não ter caído nada inteiro em tamanho razoável para que se perceba que caiu”.

“É bem possível que alguns fragmentos tenham caído, a grande questão é saber se os vamos conseguir encontrar”, o que poderá ser uma “questão de sorte ou persistência”, e não acontecer necessariamente perto daquilo que é a perceção das pessoas que viram o clarão.

O astrofísico enfatizou que quanto maior o tamanho dos meteoros, menos há e “um que faça esta luz, com rasto do bólide [a que os americanos chamam fireball], é raro”.

c/LUSA

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1 Comentário

  1. Tenho varios meteoritos que encontrei gostaria de classificá-los e catalogalos ,podia ajudar-me
    Sei que sao meteoritos porque estudo-os alguns são ferrosos mas outros são de outro metal alguns sente-se que se repelemuns aos outro quem me puder ajudar contate para luisreais247@gmail.com

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