André Ventura acusa Governo de desrespeitar trabalhadores e diz que greve “podia ter sido evitada”. Foto: DR

O presidente do Chega, André Ventura, afirmou no Entroncamento que a greve geral anunciada para os próximos dias “podia ter sido evitada” e acusou o Governo de “desrespeitar quem trabalha”. A convenção autárquica do Chega foi marcada por críticas ao Governo. à proposta laboral, e a três dos seus adversários na corrida presidencial – Marques Mendes, António José Seguro e Gouveia e Melo.

“Se fôssemos nós a governar, com toda a certeza não haveria greve geral, porque respeitaríamos quem trabalha, penalizaríamos mais os que não querem trabalhar e garantiríamos direitos a quem trabalha”, disse Ventura, insistindo que Portugal precisa de “leis modernas” e não de “leis dos anos 70 e 80”.

À entrada da convenção autárquica nacional, que decorreu no sábado no Pavilhão Municipal do Entroncamento, autarquia presidida desde outubro por Nelson Cunha, membro daquele partido, o líder do Chega rejeitou que a proposta do Governo em matéria laboral seja apenas um problema de forma, sublinhando que há “questões de conteúdo” que considera “graves”, entre elas os alegados impactos sobre direitos de mães trabalhadoras “num país com problemas de natalidade”.

“A questão da amamentação é uma coisa grave. Tirar direitos às mães que trabalham num país que está sem natalidade e com problemas de natalidade é um erro”, afirmou, argumentando que o governo “tem protegido quem não quer trabalhar” e “desvalorizado quem trabalha”.

“É hora de protegermos quem trabalha”, disse, insistindo que um “governo preocupado com os trabalhadores” teria evitado a greve.

À margem da intervenção sobre questões laborais, o presidente do Chega apontou também falhas na gestão das fronteiras e nos aeroportos, classificando a situação como “um embaraço para Portugal” e responsabilizando o Governo pela “incompetência” na reforma do sistema após a extinção do SEF.

“Os aeroportos estão um caos, e isso é assumido pelo próprio Governo”, disse, alertando para o impacto no período do Natal.

Ventura aproveitou ainda para criticar três dos seus adversários na corrida presidencial – Marques Mendes, António José Seguro e Gouveia e Melo –, acusando-os de querer “condicionar a justiça” para “proteger políticos corruptos ou o sistema”.

“Há candidatos que querem limitar os poderes da justiça e a capacidade de investigar corrupção. Isso é muito grave e as pessoas têm de saber”, afirmou.

Referindo-se a debates recentes, o líder do Chega disse ter ficado “genuinamente preocupado” com a postura dos seus adversários que classificou como “assustadora” por visar “condicionar a ação da polícia” e criar “uma espécie de estatuto especial” para quem exerce funções de poder.

“Querem, a todo custo, condicionar a justiça, condicionar a ação da polícia, para poder dar aos políticos, a quem governa, ou a quem está em funções de exercício de poder, uma espécie de estatuto especial”, defendeu.

Ventura acusa adversários de “ofender Portugal” e promete “mão pesada” contra crime

O presidente do Chega acusou este sábado, no Entroncamento, os seus principais adversários nas eleições presidenciais de “ofenderem Portugal” e ameaçou com a “mão pesada da lei” para combater criminalidade e corrupção, num discurso marcado por ataques à classe política.

Perante centenas de militantes reunidos na convenção autárquica nacional do partido, no Pavilhão Municipal do Entroncamento, André Ventura afirmou que “quando todos os corruptos se juntam contra” o Chega, “é sinal que estamos no caminho certo”, numa referência às críticas aos cartazes da sua candidatura presidencial.

“Quando os que vivem de subsídio se juntam contra nós, ou nos metem em tribunal, é porque estamos no caminho certo”, acrescentou, garantindo que o partido “não vai recuar”.

O líder do Chega acusou os seus adversários presidenciais de promoverem “uma agenda para transformar Portugal noutra coisa que não uma nação europeia e orgulhosa”, criticando a escolha do cantor Dino D’Santiago como mandatário da candidatura de Luís Marques Mendes.

Afirmou que “querem mudar o hino nacional, dizem que somos um país racista e defendem a ‘crioulização'”, ideias de que o Chega discorda: “não é nacionalismo bacoco, é amor a Portugal, é patriotismo”.

Ventura prometeu “resistir a qualquer invasão cultural” e defendeu símbolos nacionais nas escolas, alegando que foram retiradas de estabelecimentos de ensino cruzes, árvores de Natal e menus com carne de porco “para não ofender minorias”.

“Sempre fomos um país que recebeu quem vinha para trabalhar e integrar-se, mas não aceitaremos que nos transformem”, disse, apelando à “resistência até ao fim”.

O candidato presidencial voltou a insistir na retirada de apoios sociais a quem “vive de subsídios”, afirmando que isso “não é racismo nem xenofobia, é justiça”.

“Mais de 60% das casas atribuídas pelo poder autárquico são a pessoas que cometeram crimes”, acusou, pedindo aos autarcas do partido que “cortem com a normalização da corrupção” e “deem exemplo, mesmo quando custa votos”.

André Ventura criticou ainda o que chamou “normalização da cunha na politica portuguesa.

O líder do Chega garantiu ainda que o partido é “defensor do Estado de Direito” e não seu detrator, ameaçando com a “mão pesada da lei” para enfrentar “droga a céu aberto”, “prostituição à luz do dia” e “criminalidade associada à imigração ilegal”.

André Ventura terminou com um apelo à mobilização para as eleições presidenciais de janeiro, afirmando que as sondagens colocam a sua candidatura “em primeiro lugar” e que isso prova que o partido tomou “ a decisão certa”.

c/LUSA

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