Num ponto de situação sobre o processo relativo à transformação da antiga base aérea n.º3 de Tancos em aeroporto regional de uso civil, a presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo deu conta de que o Ministério da Defesa não se opõe a uma utilização mista (civil e militar) do aeródromo, no entanto, a solução passará por investimento privado. Neste momento, está a ser trabalhada a questão de um modelo de gestão, essencial para se poder lançar no futuro um concurso público.
“Aquilo que está em cima da mesa é uma utilização mista entre civil e militar [do aeródromo de Tancos]”, expôs Anabela Freitas, presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, questionada em reunião de Câmara Municipal de Tomar (a qual preside) sobre o ponto de situação da conversão da antiga base aérea n.º3 de Tancos (no concelho de Vila Nova da Barquinha) em aeroporto regional.
Após o reiterar por parte do Governo, reunido com o presidente do Município de Vila Nova da Barquinha dezembro passado, de que “não há disponibilidade de dinheiros públicos para uma intervenção em Tancos”, ficou em cima da mesa na altura a possibilidade de investimento privado. Situação que a presidente da CIM do Médio Tejo reforçou ao afirmar que existe “aval por parte da tutela, que disse que se houvesse investidor privado, não se iria opor”.
O Ministério da Defesa fez já saber da sua concordância quanto à utilização mista da infraestrutura, quer para uso civil quer para uso militar, tendo colocado “algumas condicionantes”, nomeadamente o ter de haver “um período de quinze dias anual em que a utilização tem que ser exclusivamente militar, por causa dos exercícios no âmbito da NATO”, referiu Anabela Freitas.
A responsável da CIM do Médio Tejo deu ainda conta de que há cerca de duas semanas ocorreu uma reunião entre esta entidade, o Ministério da Defesa e a ANAC – Autoridade Nacional da Aviação Civil, tendo sido colocadas “um conjunto e questões técnicas que está a ANAC a responder”.

Outra das questões a desenvolver pelo grupo de trabalho constituído para a questão do aeródromo de Tancos prende-se com o modelo de gestão que o mesmo vai ter, uma vez que “será um [investimento] privado mas não deixa de ser uma infraestrutura pública”, clarificou Anabela Freitas.
“E aí estão os juristas, sobretudo, do Ministério da Defesa a fazer propostas e vários cenários para modelo de gestão porque depois será necessário definir um modelo de gestão para se lançar o concurso público para os privados”, concluiu.
ÁUDIO | Anabela Freitas faz ponto de situação sobre aeródromo de Tancos
Recorde-se que a possibilidade de converter o aeródromo militar de Tancos num aeroporto regional tem vindo a ser debatida a nível da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, tendo a mesma adjudicado em maio de 2020 um estudo de viabilidade dessa conversão.

Foi em janeiro de 2020 que os 13 autarcas da região do Médio Tejo defenderam em conjunto as “mais-valias únicas” para toda região da criação de um aeroporto regional em Tancos, tendo Anabela Freitas, presidente da CIM do Médio Tejo, anunciado nessa altura o referido estudo preliminar para o aproveitamento do Aeródromo de Tancos para aviação civil.