O vereador independente Luís Forinho (ex-Chega) decidiu cortar laços com todos os eleitos do PS na Câmara do Entroncamento, tendo apontado como motivo a não publicação de um artigo de opinião no boletim municipal, o que apelidou de “censura”. O presidente, Jorge Faria (PS) rejeitou “atropelar direitos fundamentais”, em justificação pela não publicação do artigo.
“Na sua ausência fui chamado a esta casa pela vice-presidente Ilda Joaquim, aqui presente, onde fui informado que pela brecha que existe na lei, deixei de ter o direito de expressar a minha opinião livremente, com um tema por mim escolhido, na revista do concelho. Foi-me explicado que como sou vereador independente deixei de ter esse direito pois não represento um partido.”, começou por dizer esta terça-feira, em reunião de executivo, o vereador Luís Forinho.
“Eu ia naquele texto expressar a uma opinião pessoal minha sobre o socialismo e sobre a democracia. Pelos vistos existe pouca democracia neste concelho.”, afirmou ainda o vereador ex-Chega.
O vereador independente (ex-Chega) Luís Forinho afirmou na reunião de executivo de 22 de fevereiro que estava a ser alvo de censura, tendo em conta que a Câmara decidiu não publicar o texto por si enviado para constar na boletim municipal, ao abrigo do Estatuto do Direito de Oposição. O PS, pela voz da vice-presidente, Ilda Joaquim, rejeitou, na altura, a acusação, tendo afirmado que a decisão foi tomada tendo em conta que o texto “está adjetivado de forma ofensiva”.
Esta terça-feira, Forinho, dirigindo-se ainda ao presidente da Câmara, Jorge Faria (PS), criticou a atitude da vice-presidente, Ilda Joaquim, que presidiu à reunião camarária de 22 de fevereiro onde a discussão sucedeu, estando a eleita em substituição do presidente, que se encontrava de baixa médica.
Devido ao sucedido, o vereador decidiu, pela forma como a vice-presidente o tratou na reunião do executivo, cortar os laços com todos os eleitos do PS, no concelho, afirmando, que continuará a estar sempre presentes nas reuniões sempre que for exigido.
O presidente da Câmara Jorge Faria respondeu ao vereador elucidando que todos os eleitos estão a laborar para defender os interesses da cidade e da população e que o boletim municipal não serve para defender “apologias ideológicas” e “atropelar direitos fundamentais”.
“Se disse agora que corta relações, eu também nunca tive relações consigo, não sei que relações é que vai cortar. Eu naquilo que for necessário institucionalmente continuarei a comunicar consigo, de resto, cada um toma as posições que entender”, assumiu o presidente Jorge Faria, em resposta ao posicionamento de Luís Forinho.
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