A Academia do Saber recebeu cerca de uma dezena de empreendedores na manhã desta quinta-feira, dia 19, para a sessão de apresentação do COOPJOVEM. O projeto de apoio ao empreendedorismo cooperativo é promovido pela CASES – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social e dirige-se aos jovens NEET, ou seja, quem não trabalha, estuda, nem frequenta qualquer tipo de formação.
A sessão de apresentação do COOPJOVEM, projeto de apoio ao empreendedorismo cooperativo promovido pela CASES – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, reuniu cerca de uma dezena de pessoas interessadas em criar a sua própria cooperativa. Do lado dos esclarecimentos estiveram Carla Pinto e Paula Correia, vice-presidente e técnica da CASES, respetivamente, e do lado das dúvidas os jovens empreendedores, todos do sexo feminino.
Jorge Faria, presidente da Câmara Municipal do Entroncamento, e Ezequiel Estrada, presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, estiveram presentes no início da sessão, tendo o primeiro salientado diversas cooperativas no concelho, como a SCAFA – Cooperativa de Consumo dos Ferroviários e Aderentes e a Coferpor – Cooperativa de Habitação Económica Ferroviários de Portugal.
Aos exemplos locais, o autarca juntou o do grupo basco Mondragón, cujo lema “em situações de crise, as pessoas primeiro” espelha o lado social associado às cooperativas. Outro traço caraterístico deste tipo de entidades, que são responsáveis pela criação de mais de 100 milhões de postos de trabalho em todo o mundo, foi resumido na frase inicial do vídeo apresentado durante a sessão: “Já viste que fazer as coisas juntos faz toda a diferença?”.

Carla Pinto e Paula Correia apresentaram então o projeto integrado no Plano Nacional de Implementação de uma Garantia Jovem (PNI-GJ) que estimula a materialização de ideias de negócio coletivas junto dos jovens NEET, ou seja, que não trabalham, estudam, nem frequentam qualquer tipo de formação. A vice-presidente da CASES destacou que, mais do que criar emprego, o COOPJOVEM tem como principal objetivo “capacitar os jovens para a sua vida”.
Os diversos apoios na criação e implementação de cooperativas ou de uma nova secção em cooperativas agrícolas existentes dirigem-se a pessoas entre os 18 e os 29 anos, inclusive, que tenham concluído o nono ano ou formação equivalente e residam em Portugal Continental. No entanto, não é exigido que todos os elementos das equipas promotoras cumpram os requisitos NEET, nem que se encontrem na faixa etária referida.

O formulário de candidatura encontra-se disponível no site da CASES (aqui). Depois de preenchido, entra-se na primeira etapa do projeto, que dura até seis meses e durante a qual a dedicação dos promotores a tempo inteiro à sua ideia de negócio é compensada por uma bolsa (isenta de retenção na fonte de IRS e contribuições para a Segurança Social).
A bolsa COOPJOVEM abrange os dois meses em que a ideia de negócio é desenvolvida e os quatro necessários para a estruturação do plano de negócios. Além deste apoio financeiro é assegurado apoio técnico que envolve sessões de mentoria, formação e acompanhamento. No final desta etapa, a viabilidade e sustentabilidade do projeto ditarão a escolha dos promotores em avançar para a materialização da ideia.

A nova etapa implica um apoio financeiro extra e indireto através da linha de crédito MICROINVEST, bonificada e garantida, com um limite de financiamento máximo de 20 mil euros. Este apoio deve ser solicitado antes da constituição da cooperativa e, segundo as representantes da CASES, importa avaliar a sua necessidade uma vez que nem todos os casos o justificam.
Uma vez tomada esta decisão, avança-se para a criação e instalação da cooperativa com apoio técnico, jurídico e na área da gestão assegurado pela CASES. A estes junta-se o apoio financeiro até 15 mil euros, não reembolsável, que varia consoante o número de jovens em situação NEET (cada jovem recebe 1.666,00€).
A segunda fase de candidaturas termina a 28 de fevereiro, tendo Carla Pinto confirmado a possibilidade de se realizar uma terceira. A vice-presidente da CASES alertou que sua abertura dependerá das bolsas atribuídas entretanto uma vez que o número é limitado e podem esgotar na fase que decorre neste momento.