O Centro Interpretativo Templário, inaugurado no Complexo Cultural da Levada, em Tomar, propõe-se ser a “porta de entrada” para uma visitação ao património deixado pela Ordem do Templo e pela Ordem de Cristo na região. A inauguração do espaço expositivo, na segunda-feira, foi acompanhada da apresentação de uma rede que visa a criação de “um novo produto turístico a nível nacional”, a qual envolve, no Médio Tejo, Tomar, Vila Nova da Barquinha e Ferreira do Zêzere. A parceria inclui ainda o Turismo de Portugal, as entidades regionais de turismo e vários municípios, disse a autarca.
Depois de um intenso trabalho entre o município e o Instituto Politécnico de Tomar, ao qual foi lançado o desafio de fazerem o programa funcional para o espaço do Complexo Cultural da Levada, foi inaugurado o Centro Interpretativo Tomar Templário, numa cerimónia que contou com a presença da presidente da Câmara, Anabela Freitas, acompanhada pelo executivo e por diversas entidades do concelho, a par de representantes do Turismo de Portugal, da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e do Convento de Cristo, parceiros deste Centro Interpretativo. À GloryBox, empresa responsável pelo conceito arquitetónico da exposição, coube a visita guiada e explicativa ao espaço.
São mais de 3000 anos apresentados num percurso expositivo único e contínuo, organizado de modo cronológico com suaves passagens entre temas que abordam as transformações de Tomar, iniciando na pré-história entre outras épocas representativas das origens deste território, passando pelos períodos romanos, medievais, modernos e prospetivos, o Centro Interpretativo Tomar Templário evidencia-se, simultaneamente, pela sua relação e apresentação dos Templários.
Anabela Freitas inaugurou o espaço explicando de seguida o mote do Centro Interpretativo. “Este espaço faz parte da história e memória dos tomarenses. É uma forma de quem nos visita conhecer a nossa importância, o nosso passado industrial, arquitetónico e patrimonial. Queremos que ele seja um ponto de chegada dos turistas, ficarem a conhecer e percorrer a história de Tomar, um levantar do véu, abrir o apetite para que estes fiquem mais tempo em Tomar”.
O espaço surgiu de uma candidatura do programa Valorizar, do Turismo de Portugal, realizada pela Comunidade Intermunicipal, que abrangeu os concelhos de Ferreira do Zêzere, Vila Nova da Barquinha e Tomar, ou seja, os que têm ligações e património templário.
ÁUDIO | ANABELA FREITAS, PRESIDENTE CM TOMAR:
Contudo, Anabela Freitas, explicou que “a abertura destes três espaços, nestes três concelhos, não é suficiente para transformá-lo em produto turístico, mas, a partir desta candidatura, foi já assinado com o Turismo de Portugal, e com um conjunto de municípios, um protocolo de entendimento para a criação da rota templária nacional”.
Articulado de forma ativa com a identidade do município de Tomar e com a Rota dos Templários, este equipamento é o mote para afirmar e contribuir para a dinamização do município em diferentes redes nacionais e internacionais, assim como para o desenvolvimento e oferta de atividades concertadas em torno da Ordem do Templo e da Ordem de Cristo”, afirma uma nota do município tomarense.
“Todo o trabalho que estamos a desenvolver nesta rede nacional tem como base o rigor cientifico e histórico, que também está presente aqui neste espaço”. Anabela Freitas afirmou que a instalação do Centro Interpretativo Tomar Templário no Complexo da Levada, equipamento turístico e cultural que aborda o desenvolvimento industrial secular do território, permitirá um “primeiro contacto” dos turistas que visitam aquele espaço com o património templário, o qual poderão depois visitar nos municípios envolvidos, ficando depois a faltar inaugurar a Moagem, para completar a requalificação da Levada.
A empresa Glorybox foi a escolhida para a requalificação do espaço, sobretudo na parte escrita e informativa, que vai muito mais além dos templários.
Paulo Monteiro, responsável pela Glorybox, deu a conhecer o espaço e a sua versatilidade. “Este espaço está conseguido para alta mobilidade, ou seja, todo este mobiliário aqui presente pode encostar a um sitio e ser transformado num espaço de espetáculo, é multifacetado”.
No equipamento começamos a visita com o presente e o passado. Desde uma parede com informações e dados dos últimos censos, para que os visitantes possam conhecer melhor o presente tomarense. Depois, o passado, as origens, até aos dias de hoje. Este é um espaço interativo, sendo possível tocar em algumas peças. Há também memórias gráficas, visuais e sonoras da cidade e da suas gentes.
Pretende-se, com o circuito disponibilizado, com a narrativa concebida, assim como com a visita sensorial e tecnológica proposta, abrir portas à contemporaneidade local e que suscite uma reflexão no visitante sobre o desenvolvimento territorial e comunitário.
ÁUDIO | PAULO MONTEIRO, EMPRESA GLORYBOX:
Uma das preocupações do centro interpretativo foi a inclusão. A edil tomarense adiantou que este espaço é “para qualquer pessoa com mobilidade reduzida ou alguma incapacidade, porque está preparado para invisuais e surdos mudos”.
Articulado de forma ativa com a identidade do Município de Tomar e com a Rota dos Templários, este equipamento é o mote para afirmar e contribuir para a dinamização do município em diferentes redes nacionais e internacionais, assim como para o desenvolvimento e oferta de atividades concertadas em torno da Ordem do Templo e da Ordem de Cristo.
Em Tomar, o Castelo Templário/Convento de Cristo, sede da Ordem do Templo até 1314, e da Ordem de Cristo a partir de 1357, classificado pela UNESCO como Património Mundial em 1983, tem particular destaque, a que se junta, na região, o Castelo do Almourol, em Vila Nova da Barquinha, e a torre sineira pentagonal de Dornes, em Ferreira do Zêzere.
No Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha funciona, desde 2018, o Centro de Interpretação Templário de Almourol, com uma sala de exposição permanente, espaço de exposições temporárias, uma sala de projeção de filmes sobre a temática dos templários e uma Biblioteca – Arquivo Templário.
C/LUSA