A Câmara Municipal de Abrantes vai pedir uma reunião com o Ministro do Ambiente sobre o rio Tejo, onde pretende abordar as questões da poluição, as obras da Pegop e se o Governo vai, ou não, arrancar com o projeto da mini-hídrica prevista no açude de Abrantes.
Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, informou esta terça-feira, 5, durante a reunião do executivo camarário, que vai pedir uma reunião com o Ministro do Ambiente para que seja esclarecida sobre diversos assuntos relacionados com o Tejo.
O vereador Avelino Manana (CDU) salientou que, no que se refere às obras no Tejo e também à poluição e caudal do Tejo, “defendemos que só com ações conjuntas entre as câmaras por onde passa o Tejo e também com o envolvimento das empresas que precisam do Tejo para se melhorarem os caudais é que se conseguem atingir os objetivos”.
Em declarações ao mediotejo.net, a presidente da autarquia de Abrantes explicou que há dois assuntos distintos no pedido de reunião ao Ministro do Ambiente: “O primeiro diz respeito a um assunto que para nós é recorrente que é a poluição e a diminuição de caudal do rio Tejo e por isso queremos perceber as consequências das diligências que o Ministério tem levado a efeito para acompanhar o acordo entre Portugal e Espanha para a manutenção de um caudal do rio Tejo e as ações de vigilância a montante de Belver relativamente aos focos de poluição que têm vindo sistematicamente a causar as perturbações que temos conhecimento”.
Maria do Céu Albuquerque salienta que “a Convenção da Albufeira do Tejo vai reunir e importa que a questão do caudal e da poluição seja tida em conta para se criarem as melhores condições do rio Tejo, nomeadamente para podermos promover o rio Tejo como um grande ativo do turismo, na Península Ibérica, para valorizar e rentabilizar os investimentos que muitos municípios têm vindo a fazer neste âmbito, a par do grande investimento que fizemos para qualificar os efluentes que, de forma direta ou indireta, estão no rio Tejo. Importa perceber o que foi feito e o que falta fazer”.
Mini-hídrica no açude de Abrantes
A concretização de uma mini-hídrica no açude de Abrantes é outro dos assuntos que a autarquia local quer esclarecer com o Governo. Um tema que Maria do Céu Albuquerque diz ter sido “colocado na gaveta e esquecido pelo anterior Ministério”.

Sobre a importância deste projeto da mini-hídrica para o concelho, Maria do Céu Albuquerque refere que “é um investimento brutal, de grande significado, seja ao nível do investimento financeiro, seja do ponto de vista ambiental, porque vai permitir a produção de energia limpa e a monitorização da passagem dos peixes que, para nós, é um processo fundamental para concluir o processo de instalação e licenciamento do açude”.
“Para nós é um processo que não está esquecido mas que não depende exclusivamente da CMA, porque é do domínio hídrico, ou seja, da responsabilidade da administração central. O procedimento que foi lançado, em que foi escolhido um privado para fazer a instalação e em que a contrapartida para a Câmara de Abrantes de instalação daquela unidade produtora de energia é o licenciamento da escada passa-peixe, a instalação de um sistema de monitorização e eventual melhoria, se for caso disso”, explica a autarca.
“Já reunimos com Agência Portuguesa do Ambiente para poder dar seguimento a este processo que não teve andamento e agora queremos perceber o que vai ser feito pelo atual Governo”, refere Maria do Céu Albuquerque.
O que faltou na obra da Pegop?
A obra da Pegop, a decorrer no rio Tejo, de reparação do travessão que foi construído na década de 90 para criar uma bolsa de água para permitir a captação e arrefecimento necessário ao funcionamento da Central Termoelétrica do Pego, será também abordada durante a reunião com o Ministro do Ambiente
“Temos acompanhado de perto a obra com a empresa e temos informação sempre que há qualquer tipo de alteração. Pedimos à APA que nos elucide sobre as diligências que efetuou tanto para o licenciamento como para o acompanhamento da obra, que não sabemos se fez ou não, mas não nos foi dada qualquer informação e queremos pedir ao Sr. Ministro que nos dê informação sobre este assunto”, referiu Maria do Céu Albuquerque.
“Há um licenciamento que foi feito e que queremos saber onde falhou. Há um trabalho técnico realizado pela Tejo Energia com técnicos do LNEC para repararem aquela intervenção. O que sei é que a APA fez algumas exigências agora que não cumprem tecnicamente os requisitos que são exigidos e a APA encontra-se com a Tejo Energia a tentar minimizar os efeitos de algumas decisões que foram feitas em cima deste acontecimento e que prejudicam a Tejo Energia e que também não melhoram de todo aquilo que são as condições do rio Tejo”, refere a autarca.

Maria do Céu Albuquerque lembra que o problema do rio Tejo “é, na realidade, uma falta de caudal, num ano anormalmente seco. Do outro lado da fronteira o caudal que nos chega é diminuto, e temos vindo desde sempre a chamar a atenção” sobre este facto.
A presidente da autarquia de Abrantes lembra ainda que “esta intervenção que a Tejo Energia está a fazer nunca pôs em causa a passagem dos peixes. Se os peixes não estavam a subir é porque não há caudal no rio Tejo que o permita fazer e relativamente às embarcações, elas sempre tiveram este problema, como referi na última reunião de Câmara. Quantas vezes nós fizemos descidas do rio de canoa e naquele local tínhamos de passar com as canoas em braços. Não há aqui alteração nenhuma, a não ser que o rio está com caudal anormalmente baixo. Mas queremos perceber quem errou. A Tejo Energia é uma empresa certificada ambientalmente, com responsabilidade social também certificada e não queremos crer que haja aqui negligência da sua parte, queremos perceber o que aqui se passou”.
A Pegop, lembra, “é um grande empregador não só do concelho de Abrantes, mas de toda a região, é responsável pela energia quando a energia hídrica não é suficiente para abastecer o nosso país, e, digo desde o primeiro momento, é necessário salvaguardar as condições para que esta empresa possa continuar a laborar e a manter os postos de trabalho aqui criados”, conclui Maria do Céu Albuquerque.
Saudações cordiais.
Sra Presidente da Câmara Municipal de Abrantes (CMA) não acha que já chega de distorcer parte do que aconteceu na reabilitação/reconstrução do travessão do Rio Tejo? Quais os fundamentos do que passo a transcrever?- “esta intervenção que a Tejo Energia está a fazer nunca pôs em causa a passagem dos peixes. Se os peixes não estavam a subir é porque não há caudal no rio Tejo que o permita fazer (…)” Pois Sra Presidente da CMA, lamento mas, mais uma vez, está mal informada pois quando a associação SOS-Observatório Ambiental do Tejo, revelou na rede social facebook, no dia 11 de Dezembro, as obras a decorrer e denominadas de “reabilitação do Travessão do Tejo”, o rio estava completamente tapado. Mais informo que vi o video e fui ao local confirmar. E o que vi? Cerca de 80% do rio foi tapado com esta intervenção (pedra cálcária branca) e que, nos restantes 20%, que liga com a margem direita, mantiveram parte da antiga estrutura (pedra escura).
A estrutura antiga estava cerca de um metro mais baixo do que a que foi reconstruída fazendo como que uma rampa para jusante do rio Tejo. Segundo a Pegop, esta era a zona de rampeamento que iria permitir a passagem de espécies piscícolas. Para que isso acontecesse, o nivel da água teria que subir cerca de um metro e meio mas, como a “muralha de pedra” construída não foi vedada, funcionou e funciona, como uma autêntica rede ou como se diz na minha aldeia, com uma autentica “cesta rota”, daí a necessidade da Agencia Portuguesa do Ambiente (APA) solicitar telefónicamente, à PEGOP, a urgente abertura de um canal para tentar minimizar os danos provocados, o que aconteceu cerca de uma semana depois.
Sra Presidente da CMA, é lamentável que continue a fazer declarações pondo em causa a opinião de dezenas e dezenas de cidadãos/ãs, associações e a APA que se deslocaram ao local e filmaram, fotografaram, ou seja, viram no terreno o que se estava a passar. Para que saiba, o rio Tejo esteve tapado cerca de uma semana, por isso, chega de insinuações infundadas e respeite os pescadores e as populações afectadas, as dezenas de cidadãos/ãs, os deputados, os autarcas, os membros das assembleias de freguesia, as associações ambientais e outras, a APA, os elementos do SEPNA, a comunicação social local, regional e nacional e também os projectos de turismo que tanto gosta de apresentar e de se associar tendo como “pano de fundo” o rio Tejo. Nós, os cidadãos e cidadãs, exigimos respeito! Armindo Silveira
É preciso assegurar os caudais mínimos instantâneos.
O Transvase da cabeceira do Tejo para o Segura, beneficia o sul de Espanha, campos de golfe e estufas da região de Murcia.
Rega intensiva com a água que falta em todo o médio Tejo Espanhol.
A partir de Aranjuez, o Tejo sobrevive com os esgotos de Madrid.
São esses esgotos que entram em Portugal regularmente no Verão.
Este ano hídrico 2015/2016 chegámos a janeiro com caudais minimos que colocam em risco todo o ecosistema.
POR QUÉ SAQUEAN AL TAJO Y ADEMÁS LES CONCEDEN AYUDAS POR UNA SEQUÍA QUE NO TIENEN A COSTA DEL DINERO DE TODOS LOS…
Publicado por Río Tajo : VIVO em Segunda-feira, 4 de Janeiro de 2016