A caminho dos 20 anos, Tagusvalley – Parque de Ciência e Tecnologia quer aproximar-se mais da comunidade

O Tagusvalley – Parque de Ciência e Tecnologia de Abrantes na antiga Quimigal, em Alferrarede, está a promover o evento Open Day’23, com dois dias de portas abertas à comunidade e público escolar em que pretende dar a conhecer os projetos, parcerias e produtos inovadores que ali são desenvolvidos, com diversas atividades e concursos. Ao longo destes dois dias, haverá provas de produtos alimentares, workshops técnicos, exposições com produtos e serviços das várias entidades e empresas parceiras do Tagusvalley e que integram a Instituição e ainda uma Innovation Party.

Ana Paula Grijó, presidente do Tagusvalley, destacou na abertura do Open Day um percurso de quase 20 anos em que a instituição conseguiu “trazer para o território 7 milhões de euros em fundos comunitários e pô-los ao serviço da comunidade” e que, no ano de 2021, “as empresas instaladas no Tagusvalley representaram 60 milhões de euros de volume de negócios”, referindo ainda os cerca de 1.000 alunos que estiveram envolvidos no projeto T-Code no ano de 2022.

Durante a sessão de abertura, na manhã de quinta-feira, dia 25, Ana Paula Grijó, presidente do Tagusvalley, fez um discurso cheio de agradecimentos, nomeadamente à Câmara Municipal de Abrantes, aos associados Instituto Politécnico de Tomar, Instituto Politécnico de Santarém, Nersant e Tejo Energia. Também agradeceu à TecParques – Associação Portuguesa de Parques de Ciência e Tecnologia, na pessoa do presidente da direção, Hugo Coelho.

Salientou o trabalho desenvolvido em parceria com os Agrupamentos de Escolas de Abrantes, considerando a articulação e cooperação “uma boa prática” que “coloca Abrantes num caminho muito interessante no ponto de vista do futuro”, mencionando os bons resultados do projeto tecnológico T_Code, que é financiado pela autarquia abrantina.

Dirigindo palavras aos alunos presentes, agradeceu também aos jovens o seu envolvimento e participação. “Queremos que as nossas crianças e os nossos jovens digam com orgulho que na sua região, no seu concelho, na sua cidade, existe um Parque de Ciência e Tecnologia que está de portas abertas e disponível para vos ajudar a crescer nas vossas aprendizagens e quem sabe a poderem por um dia o vosso talento ao serviço do vosso modelo de negócio e da vossa região”, frisou.

Ana Paula Grijó referiu-se ainda à visão de criar este Parque de Ciência e Tecnologia e o seu nascimento em 2004 para se dedicar às temáticas da inovação, empreendedorismo, conhecimento “ao serviço da economia e desenvolvimento económico”, e completando 20 anos de atividade em 2024, a visão prossegue neste rumo.

Segundo a responsável, em 2022, estavam instaladas mais de 50 empresas no Tagusvalley, perfazendo cerca de 170 postos de trabalho entre empresas e entidades. Em 2021 as empresas que ali estavam incubadas representaram um volume de negócios a rondar os 60 milhões de euros e tinham em média 3 anos e 8 meses de permanência no espaço.

Em 2022 o Tagusvalley trabalhou com cerca de 1000 alunos no âmbito do projeto T-Code e do projeto Atégina. A presidente do Tagusvalley deu conta destes números como forma de ilustrar a vontade e intenção de tornar o Parque de Ciência e Tecnologia de Abrantes “um parque da região, para a região, para a comunidade”.

“Temos sempre projetos de investigação com e para as empresas. Temos três aceleradores construídos e mais três que acreditamos em breve iniciar a construção”, sendo que desde a existência deste parque até aos dias de hoje, Ana Paula Grijó referiu que o Tagusvalley trouxe para o território “cerca de 7 milhões de euros em fundos comunitários e pô-los ao serviço da comunidade”.

A mensagem final da responsável passou pelo intuito de querer que aquele espaço “seja de open day todos os dias”, deixando o desafio a todos para que se sintam em casa, tragam desafios e aceitem os que lhe são colocados.

Ana Paula Grijó deixou ainda uma partilha sobre aquele que foi o dia que mais a marcou neste espaço, lembrando que um aluno do 4º ano, numa atividade do projeto T-Code, disse: “eu quando for grande quero ser cientista e inventar um braço robótico para ajudar as pessoas que não têm braços, mas quero ser cientista no Tagusvalley. E o sr. Presidente da Câmara disse que ele estava contratado. E esta é uma das nossas missões, captar talento”, concluiu.

Também presente na sessão esteve o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, atestando a veracidade daquela tirada da criança, referindo que foi algo que sensibilizou. “O ADN deste que é o único parque de Ciência e Tecnologia da nossa região passa muito pela evolução de processos e sinergias que ajudam a desenvolver o nosso tecido empresarial e pela construção de programas que sejam colocados ao serviço da nossa comunidade, como são bons exemplos o INOV.LINEA, o LINE, ou as atividades no âmbito do T-Code que será o tema de arranque do Open Day”, enumerou o edil.

O presidente da Câmara destacou ainda que “nestes 18 anos de atividade, o Tagusvalley tem sido uma porta aberta para grandes iniciativas de empreendedorismo, impulsionando a criação de novos negócios e criando valor para o desenvolvimento da nossa região. É esta porta que queremos manter aberta a todos, utilizando a Ciência, a Tecnologia e a inovação como reforço da nossa competitividade, permitindo-nos continuar a dar resposta a um mundo em constante transformação”.

No encerramento da sessão, Pedro Saraiva, diretor executivo do Tagusvalley, abordou a programação desta iniciativa que pretende dar a conhecer as valências, parcerias e projetos desenvolvidos no ecossistema do Parque de Ciência e Tecnologia.

O diretor executivo reconheceu que esta iniciativa de Open Day veio colmatar “uma lacuna na comunicação” que não tem permitido uma maior proximidade da comunidade ao espaço e à sua dinâmica, crendo que ainda existe muito desconhecimento da população sobre o que ali é feito e que projetos crescem e vingam no ecossistema Tagusvalley. O objetivo é “partilhar com todos o que vamos fazendo, o que estamos a fazer e o que podemos vir a fazer”.

“Organizámos um programa de dois dias, é extenso (…) com muitas atividades em simultâneo”, notou, seguindo-se uma visita ao espaço e aos parceiros que estão representados no pavilhão. Neste dia os alunos da Escola António Torrado visitaram as atividades, nomeadamente no projeto T-Code, e também na área da economia circular com turmas da região do Médio Tejo a apresentarem projetos.

No dia 26 de maio, a manhã é dedicada ao empreendedorismo e ao financiamento dos projetos de I&D para as empresas numa sessão conduzida pela Agência Nacional de Inovação (ANI). De tarde, haverá um think tank dedicado às oportunidades de inovação na região, apresentar-se-ão os sistemas automatizados de recolha de parâmetros de produção e qualidade, no caso para a manutenção de aerogeradores, e discutir-se-á sobre os desafios e oportunidades que a fabricação aditiva pode aportar aos processos industriais.

O programa completo pode ser consultado aqui.

O Parque de Ci­ência e Tec­no­logia, ins­pi­rado no con­ceito de parque de ci­ência e tec­no­logia, ma­te­ri­a­liza uma das apostas de maior di­fe­ren­ci­ação e al­cance es­tra­té­gico que o Mu­ni­cípio de Abrantes tem vindo a pros­se­guir no sen­tido de am­pliar a ca­pa­ci­dade de ino­vação e ge­ração de valor da eco­nomia local e re­gi­onal.

Lo­ca­li­zado num es­paço com cerca de 15 hec­tares onde ou­trora fun­ci­o­naram as ins­ta­la­ções da União Fa­bril do Azoto (Grupo CUF), o Parque de Ci­ência e Tec­no­logia é ge­rido pela Ta­gus­valley e cons­titui-se como um com­plexo de ser­viços onde, para além do INOV.​POINT – Centro de Ino­vação, In­cu­bação e De­sen­vol­vi­mento de Em­presas, fun­ci­onam muitas outras valências como e entidades como o INOV.​LINEA – Centro de Trans­fe­rência de Tec­no­logia Ali­mentar; A.​LOGOS – As­so­ci­ação para o De­sen­vol­vi­mento de As­ses­soria e En­saios Téc­nicos; LINE.​IPT – La­bo­ra­tório de Ino­vação In­dus­trial e Em­pre­sa­rial do Inst. Po­li­téc­nico de Tomar.

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