Do conteúdo histórico às atrações turísticas, da galeria de fotos à gastronomia, passando por vídeos promocionais, são diversos os conteúdos a que os visitantes do portal visitbarquinha.pt vão poder aceder. Foto: mediotejo.net

O presidente da autarquia barquinhense, Fernando Freire, começou por explicar que a nova ferramenta digital vai permitir uma maior valorização dos recursos endógenos do concelho. “Hoje é um dia em que vamos inaugurar uma nova ferramenta (…) Houve um grande esforço por parte do executivo municipal, na questão da valorização da Igreja da Atalaia que foi requalificada e ficou bonita, na questão da inauguração do Trilho Panorâmico do Tejo e também por parte dos particulares, nomeadamente a Teresa Nicolau também, na questão do Pirilau”.

Para o autarca, a “valorização dos chamados recursos endógenos” é muito importante “também para atrair turistas e para criarmos riqueza”.

O investimento na promoção do município tem uma importância na dinamização do turismo da região que, para Fernando Freire, apesar de não ser “o único fator em termos económicos que equilibre a nossa balança de pagamentos, representa um peso significativo”.

O presidente da Câmara Municipal explicou que o lançamento do site permite “dar a conhecer” a região. “É dar a conhecer, porque cada vez mais a digitalização e a informação corre pelas plataformas, pelos sites, corre pelo mundo. É darmos a conhecer aquilo que de belo temos e que de facto, às vezes, não sabemos valorizar”, frisou.

ÁUDIO | Fernando Freire, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha

Pérsio Basso, coordenador do Gabinete de Informação e Relações Públicas da autarquia, destacou os esforços que têm sido feitos para a dinamização do concelho, no âmbito daquela que é já uma marca turística: “Visit Barquinha”.

“Temos aqui uma ferramenta não só para impulsionar o turismo pós-Covid (…). Temos atrações para todo o ano e em bom estado de conservação, mas também temos que as mostrar e importa mostrá-las com uma qualidade na comunicação, porque se elas têm qualidade em si, essa qualidade também tem de ser espelhada na comunicação”.

Para esse efeito foi criado o site, que se afigura como um portal do município, “na sequência de uma marca que nós estamos a implementar o ‘Visit barquinha’, que é uma marca turística, que vai ser aplicada em todos os postos turísticos. Começámos pelos outdoors na autoestrada, também temos uma conta de instagram, a sinalética turístico-cultural também já foi, há mais de um ano, reformulada de acordo com esta filosofia, com esta nova imagem e temos agora o site”, inaugurado na sexta-feira, 16 de dezembro.

Do conteúdo histórico às atrações turísticas, da galeria de fotos à gastronomia, passando por vídeos promocionais, são diversos os conteúdos a que os visitantes do portal visitbarquinha.pt vão poder aceder. Em relação ao site, Pérsio Basso deixou um agradecimento a toda a equipa que, ao longo dos meses, trabalhou com o mesmo objetivo.

“Isto é um trabalho de muitos meses e de uma grande equipa, muitas tardes e manhãs a filmar, com muitas equipas diferentes e eu queria agradecer aqui à Reativa, que é o nosso parceiro tecnológico. Queria agradecer, claro, ao executivo, porque está sempre aberto à inovação na área da comunicação, agradecer ao nosso designer Paulo Passos, porque este site foi feito com muito talento, mas todo natural do concelho de Vila Nova da Barquinha. Temos, por exemplo, fotografias do João Alves ou da Cláudia Miranda, a participação de colegas aqui do município nos vídeos, a Vanda Costa, Ana Alves… Também temos outras empresas que produziram, nomeadamente a Finalmente Azul, ou o meu estagiário Diogo Gameiro, temos aqui um trabalho de equipa de muita gente e que demorou muitos meses”, refere.

O site “Visit Barquinha” é uma ferramenta para atrair visitantes àquela que se afirma como a “terra de sorrisos”.

O responsável pelo gabinete de comunicação conta que “esta é uma ferramenta que (…) serve para gerar atos de comércio, para atrair visitantes, que deixam dinheiro no concelho e no fundo, também causam a felicidade e os sorrisos, que é uma terra de sorrisos”. Pérsio Basso conclui afirmando que Vila Nova da Barquinha é “um concelho com muito potencial turístico e importa ter aqui uma ferramenta, uma montra de todos esses produtos que os nossos visitantes podem usufruir”.

ÁUDIO | Pérsio Basso, coordenador do Gabinete de Informação e Relações Públicas da Barquinha

Durante a cerimónia de lançamento do site foi, ainda, apresentado ao público um vídeo promocional do município de Vila Nova da Barquinha e que marca presença no portal agora inaugurado. Através deste dá-se a conhecer os “segredos mais bem guardados. Desde tesouros e lendas de um passado templário até às mais recentes obras de arte contemporânea”, lê-se na informação patente na descrição do vídeo.

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Para além do site, Vila Nova da Barquinha marca ainda presença nas redes sociais através do Facebook, no Instagram com a conta oficial do município e da marca Visit Barquinha. A autarquia dispõe, ainda, de um canal de Youtube, onde são divulgados diversos vídeos promocionais e de divulgação do concelho.

Apresentação do doce “Pirilau do Frade Ambrósio”

A sessão contou ainda com a apresentação de um histórico doce do concelho, recriado pelas mãos de Teresa Nicolau. Enóloga há mais de 20 anos e natural de Vila Nova da Barquinha, onde reside, começou a produzir licores, numa marca própria, a Tesouro d’Almourol, vendendo para vários pontos do país e estrangeiro, seguindo o gosto pessoal e os conhecimentos adquiridos ao longo da carreira profissional. Durante a pandemia, dedicou-se a uma alargada pesquisa sobre as receitas e produtos tradicionais da Barquinha, aliando, assim, a curiosidade de saber o que havia, a forma como se fazia e reerguendo uma receita, com base no que existia à época.

Para manter os bolos e as tradições, Teresa afirma que têm de ser confecionados da mesma forma de antes. Ingredientes muito diferentes dos que hoje se encontram, métodos de confeção igualmente distintos e variações dos ingredientes utilizados. Foi através da recriação, “à luz da receita do século XV”, que nasceu o Pirilau do Frade Ambrósio.

A sua produção foi possibilitada através de uma pareceria com uma chefe pasteleira que “faz todos os bolos”, e em conjunto conseguem assegurar todas as receitas e encomendas, e há um detalhe: “são utilizados ingredientes tal como antigamente”, afirma Teresa.

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“São as receitas originais. Com base nos apontamentos históricos”, explica.“Tivemos o cuidado de verificar o tipo de farinha que usavam. Não faz sentido ter uma farinha industrial, tivemos que pesquisar quem nos fornecesse farinha de moagem, em que o grão é mais irregular, e isso faz diferença nas texturas e nas massas. Os açúcares, como na altura não havia refinaria como agora, tivemos de contratar fornecimento de açúcar de primeira escolha”, acrescentou a enóloga

A utilização da gema ajuda o pirilau a não estalar, dando um aspeto cremoso àquele bolo de “formato fálico”, e isso era uma das situações que gerava brincadeiras e tiradas matreiras entre os frades e as freiras, com apontamentos que indicam terem sido as freiras de Odivelas a dar o nome ao bolo em jeito de piada e reconhecendo os dotes do Frade Ambrósio, referiu a empresária.

O recheio da marmelada baseia-se ao facto de existir “abundância de marmeleiros nas bordaduras dos terrenos, algo que é característico da região”. O marmelo era utilizado para dividir terrenos e para servir de alimento, porque existia em excesso. A maioria dos marmeleiros que existiam, e que nos dias de hoje ainda vão resistindo, são bravos e muito ácidos. E por isso pouco usados para comer, sendo canalizados para confeção de compota.

ÁUDIO | Teresa Nicolau deu a conhecer a história por trás do “Pirilau do Frade Ambrósio”

O bolo acabou, por graça, por ser recheado com a marmelada e, mais tarde, o Frade Ambrósio, quando visitava o Convento de Odivelas “começou a fazer o bolo nesta forma fálica, com todos os ingredientes que dispunha – a marmelada, a farinha moída no moinho de Tancos, o açúcar que abundava na época nas trocas comerciais que ali se faziam, e foi assim que criou este bolo”.

Aos presentes, Teresa Nicolau explicitou a lenda que está por trás da história e da receita do bolo. O Frade Ambrósio “levou o bolo por maroteira para oferecer à ordem religiosa feminina em Odivelas, e de 15 em 15 dias, lá ia o Frade Ambrósio oferecer os bolinhos. Reza a lenda que, de 15 em 15 dias, aumentava a ansiedade e quando o frade chegava havia uma grande festa dentro do convento”.

No final do evento, a recriação de Teresa Nicolau foi posta à prova e os presentes tiveram a oportunidade de ficar a conhecer um doce tradicional, com base numa receita do século XV e que renasceu pelas mãos da enóloga barquinhense.

Os licores da marca “Tesouro D’Almourol”, também por si criados, fizeram, de acordo com o público, jus ao seu nome, sendo um “ótimo veículo” para transportar o concelho de Vila Nova da Barquinha pelo país e pelo mundo.

Jéssica Filipe

Atualmente a frequentar o Mestrado em Jornalismo na Universidade da Beira Interior. Apaixonada pelas letras e pela escrita, cedo descobri no Jornalismo a minha grande paixão.

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