Uma empresa pretende analisar a viabilidade de instalação de um parque eólico no lugar de Vale Gil/Lomba, em Vila de Rei, e para tal solicitou autorização para a instalação de uma torre metálica para a medição dos recursos eólicos. Em Assembleia Municipal, no dia 24 de fevereiro, foi aprovado com um voto contra o reconhecimento de interesse público à construção de uma antena para medição eólica e de um futuro parque eólico. Ainda assim este processo está dependente do parecer favorável da CCDR.
O Município justifica o reconhecimento de interesse público para a instalação da torre e de um futuro parque eólico no concelho de Vila de Rei, com o facto de ir “ao encontro dos objetivos no âmbito da execução da Estratégia Nacional de Energia, do Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER) e do Plano Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC).
Releva-se ainda a vertente da promoção da produção de eletricidade a partir de fontes de energia renovável”, bem como o facto de “a produção de eletricidade a partir de fontes de energia renovável dar resposta às crescentes preocupações globais em termos ambientais e energéticos, contribuindo para a redução de emissões de gases com efeito de estufa associados ao sistema eletrocutor”.
Por outro lado, reafirma a autarquia “o interesse público do projeto, face aos benefícios dele resultantes para a produção de energia elétrica necessária à satisfação da população local” bem como o facto de “a natureza do projeto se enquadrar na tipologia de projetos que promovem novas estratégias de transição para a promoção de um território sustentável, focado na estratégia da economia circular, e nas iniciativas que fomentam ou promovam tecnologias, que contribuam para uma redução efetiva do consumo de matérias primas, geração de resíduos e emissões de gases com efeito de estufa e de poluentes atmosféricos na totalidade da cadeia de valor associada gerando simultaneamente valor acrescentado económico e social”.
Uma vez que o local sinalizado pela empresa está classificado na planta de ordenamento como Espaço Florestal de Produção e na Carta da Reserva Ecológica (REN) está classificado como áreas de máxima infiltração e áreas de risco de erosão, houve necessidade de solicitar a emissão de parecer da CCDR Centro, sendo que está prevista a sua emissão a 7 de março.
O ponto foi aprovado com um voto contra do deputado Miguel Jerónimo (PS) que admitiu estar “em dissonância” com a sua bancada, tendo alegado “convicções pessoais e profissionais” e a sua experiência e envolvimento profissional numa associação ambientalista, que o fez argumentar contra a instalação da torre de medição.