Centro de recuperação em Ourém recebe os primeiros feridos da Ucrânia em setembro. Foto: UATP

As obras arrancaram em abril e seguem a bom ritmo para assegurar que aquele antigo seminário que estava desocupado e degradado possa acolher já na primeira quinzena de setembro cerca de 50 ucranianos feridos na guerra mais 50 acompanhantes, segundo indicou Ângelo Neto, tesoureiro da Ukrainian Refugees UAPT (conhecida por HELP UA.PT), entidade responsável pela iniciativa.

O tesoureiro da associação efetuou em julho uma visita ao centro, a par do deputado e responsável do Comité de Políticas Sociais e Proteção de Veteranos do Parlamento ucraniano, Anatoliy Ostapenko.

“O edifício parece estar quase pronto para trazer os militares e poderem fazer aqui a reabilitação. Existem muitos militares que estão feridos e precisam de ajuda. A primeira resposta é dada na Ucrânia, mas depois é necessária uma reabilitação que demora algum tempo”, explicou à Lusa o deputado ucraniano.

Agradecendo a iniciativa para a construção daquele centro de reabilitação, Anatoliy Ostapenko frisou que a Ucrânia precisa de “vários centros” que deem aquele tipo de resposta.

Na visita a Portugal, o deputado ucraniano indicou ainda que irá também tentar “ajudar e adaptar tudo o que seja necessário para ajudar” na ida de veteranos e seus familiares para o centro de recuperação e fortalecer a ligação entre os dois Estados.

Com um total de sete hectares e 4.000 metros quadrados de área edificada, o centro de recuperação terá 53 quartos, uma zona de fisioterapia, um ginásio, piscina, espaços de lazer, refeitório e cozinha, bem como vinha, hortas, jardins e cavalos (que serão usados para terapia), de acordo com Ângelo Neto.

Ainda este ano, segundo acrescentou o tesoureiro da HELP UA.PT, deverão também ser construídos 26 bungalows para famílias de refugiados ucranianos em Portugal, acreditando que o espaço esteja a funcionar “em pleno em novembro”.

A reconversão daquele antigo seminário tem um custo de cerca de 1,5 milhões de euros, contando com parcerias de empresas como a Sonae e a Leroy Merlin, assim como de uma organização cristã estrangeira.

Entre trabalhadores e voluntários, já participaram “cerca de 500 pessoas” na reconstrução do centro, com vários cidadãos ucranianos a viver em Portugal a ajudar aos fins de semana, salientou Ângelo Neto.

No futuro, estão previstas trabalharem 25 pessoas no centro, entre diretor clínico, fisioterapeutas, psicólogos e equipa de manutenção, limpeza e cozinha.

O espaço terá também uma parceria com o hospital do grupo CUF de Santarém, para tratamento médico ou cirúrgico que seja necessário.

“Estamos na reta final”, assegurou o presidente da HELP UA.PT, Roman Kurtysh, notando, porém, algumas dificuldades, nomeadamente no que toca à equipa médica.

“Podemos ter uma equipa médica que vem da Ucrânia, podemos ter médicos ucranianos com equivalência [que são reconhecidos pela Ordem dos Médicos] e temos ainda médicos que chegaram cá como refugiados, mas precisam de equivalência para poderem trabalhar”, referiu.

Segundo Roman Kurtysh, está-se a tentar “criar uma solução que seja eficaz para todos”.

Para o presidente da associação, a visita do deputado Anatoliy Ostapenko foi “muito importante” para o projeto avançar.

O presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, também presente na visita, vincou, por sua vez, que o município tem estado disponível, desde o início do projeto, “para colaborar no que for necessário”.

“Queremos que tudo possa estar em condições para receber bem os militares e terem aqui uma boa recuperação”, salientou.

c/LUSA

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Agência de Notícias de Portugal

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