Os utentes da freguesia de Sabacheira (Tomar) tiveram direito a prenda de Natal antecipada, com a chegada do jovem médico João Nascimento para substituir Maria João Pinheiro, médica que a tutela não possibilitou que continuasse a exercer e se aposentou com 70 anos, apesar de ser sua vontade prosseguir ao serviço da comunidade onde reside. O polo de saúde de Sabacheira esteve sem médico desde o final de novembro, e esta semana foi anunciada a boa-nova pelo presidente de junta, António Graça. O novo médico estará a tempo parcial neste polo de saúde com 900 utentes.
“Os utentes do Polo de Saúde da Freguesia da Sabacheira podem contar com o profissionalismo do Dr. João Nascimento. Em nome da população, queremos agradecer penhoradamente ao ACES Médio Tejo, ao Município de Tomar e ao Dr. João Nascimento”, pode ler-se no anúncio feito na página de Facebook da Junta de Freguesia.
Recorde-se que a junta de freguesia e a população foram apanhados de surpresa no final de novembro, quando a médica de família anunciou impossibilidade de continuar em funções.
A situação surgiu por imposição legal transmitida pelo Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública, uma vez que a médica Maria João Pinheiro não foi autorizada a prosseguir com a sua atividade profissional devido ao limite de idade, os 70 anos.
Acontece que a própria já se havia manifestado disponível a continuar ao serviço, sendo muito querida na comunidade e no concelho de Tomar, e tinha inclusivamente renovado contrato no verão. O ACES Médio Tejo começou a procurar solução.
Em entrevista ao mediotejo.net, António Graça, presidente da Junta de Freguesia de Sabacheira, uma das freguesias mais distantes da cidade de Tomar e já no limite com o concelho de Ourém, admitiu na altura que este desfecho apanhou a todos de surpresa, tendo sabido do sucedido pelo Facebook, após desabafo da própria médica Maria João Pinheiro no final de novembro.
Também da parte do ACES Médio Tejo, se confirmou que o pedido de autorização para que a médica pudesse continuar ao serviço teve pareceres favoráveis do Ministério da Saúde e da ARS-LVT, no entanto do Ministério da Administração Pública não houve permissão.
“Não estávamos à espera. Efetivamente todos os pareceres para a continuidade da médica foram favoráveis e daí que também, de momento, não tenhamos uma solução rápida. Estamos a tentar encontrar solução designadamente através da prestação de serviços médicos e contamos ser o mais breves possível porque temos consciência do impacto negativo que tem na população”, explicou Diana Leiria, diretora executiva do ACES Médio Tejo, assumindo o compromisso de uma solução com brevidade, que se veio a verificar.
Com falta de 18 médicos de Medicina Geral e Familiar para um funcionamento equilibrado de todos os centros de saúde da região abrangida pelo ACES Médio Tejo, Diana Leiria admitiu que a situação mais preocupante se verifica atualmente no concelho de Ourém, à qual se junta Abrantes com um recente conjunto de saídas para aposentações.
Deste rol ficou resolvida a situação de Sabacheira, que teve direito a um desfecho feliz a tempo do Natal.