O alerta foi dado na Assembleia Municipal de Abrantes por Manuel João Alves, presidente da Junta de Freguesia de Bemposta, tendo relatado que o roubo de cortiça é algo que o “preocupa muito”, e que, além de “preocupação acrescida”, tal “não é muito compreensível, uma vez que se trata de uma zona de jurisdição militar”. No local os populares relatam avistamentos de várias viatura em circulação, entrando vazias no perímetro e regressando carregadas de cortiça.
O autarca referia-se ao roubo de cortiça no Campo Militar de Santa Margarida, que, relatou, “de forma continuada, e ao longo de meses, tem causado preocupação às pessoas que vivem perto da zona”.
“Há um alarme social pela forma como as coisas se estão a passar. É de alguma forma incompreensível como é que num terreno cuja competência de fiscalização e responsabilidade é militar, estas coisas continuam a acontecer no dia a dia, e saírem viaturas carregadas de cortiça quase todos os dias daquela zona”, disse ao mediotejo.net Manuel João Alves, que deu conta de uma reunião realizada com diversas entidades, como a GNR, Exército e Associação de Agricultores.
ÁUDIO | MANUEL JOÃO ALVES, PRESIDENTE JF BEMPOSTA:
“Devo dizer que já ocorreram diligências da minha parte com alguns responsáveis do Campo Militar, já tive uma reunião com o presidente da Associação de Agricultores manifestando-lhe aquilo que me tem sido também dito e que partilha da mesma opinião.”, afirmou, dando conta de preocupação dos agricultores.
“Os agricultores circundantes estão preocupados, porque num futuro próximo, eventualmente, passarão a ter de andar de arma em punho. Quando se trata de um campo militar que não consegue conter tal situação, os agricultores da zona começam a ficar preocupados”, alertou o presidente da Junta de Freguesia.
“Esperamos que num futuro próximo possamos reunir e conseguir pôr cobro a esta situação que alerta e preocupa toda a gente”, apelou o autarca.
Em declarações ao mediotejo.net, o presidente da Associação de Agricultores dos concelhos de Abrantes, Constância, Mação e Sardoal, diz que os agricultores estão “preocupados” e fala mesmo em crime organizado “com recolha, transporte e venda” de cortiça extraída de um espaço pertença do Estado, com alarme social e preocupação dos agricultores da zona.
ÁUDIO | LUÍS DAMAS, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE AGRICULTORES:
Contactada a GNR, o comando distrital confirmou a “preocupação” com a situação e disse que, “apesar de não haver registo significativo de caixas ou participação”, com esta informação (da junta de freguesia e agricultores) está “alerta e no terreno” em ação concertada com várias entidades no sentido de promover o sentimento de segurança às populações.
O mediotejo.net solicitou esclarecimentos ao Exército, tendo esta entidade referido apenas estar a “encetar diligencias no sentido de apurar os factos apresentados”, não tendo respondido ainda às questões apresentadas sobre furtos no perímetro militar à sua guarda.
