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Há quem quisesse que as eleições para a presidência da República fossem um passeio pela passadeira vermelha em que bastasse acenar para um lado e para outro. Há também quem queira fazer desta campanha e desta eleição a sua promoção pessoal e abrir caminho ao ódio como forma de estar e de fazer política. Mas existem candidatos e candidatas que querem debater e defender projectos de sociedade. E este debate, em sede de campanha presidencial e não só, faz muita falta à Democracia.

Já temos experiência suficiente para saber que o papel do ou da Presidente não é nem inócuo, nem irrelevante. É, aliás, muito importante no que diz respeito às grandes escolhas com que nos defrontamos, a começar pelo Serviço Nacional de Saúde, passando pela protecção social e pelo desenvolvimento do país, de todo o país.

Não pode ser indiferente ao Presidente da República a situação dos e das jovens, o desemprego, a precariedade, a desesperança que marca as suas vidas. Não podem ser indiferentes os desafios climáticos e a defesa do ambiente. Em suma, as grandes causas da actualidade e os grandes desafios que a pandemia coloca têm que estar no centro das preocupações e das propostas para sairmos da crise.

É este debate que importa fazer nesta campanha.

Marcelo Rebelo de Sousa não quer fazer este debate. Quer alimentar a campanha com a sua notoriedade, usufruir da retribuição dos afectos e do apoio que conseguiu pelo contraste em relação ao seu antecessor que levou a que fosse aceite por variados sectores da sociedade, alguns bem pouco prováveis.

Pois é, mas a vida exige este debate. Espero sinceramente que seja possível chegar ao fim com clareza sobre as propostas e os caminhos, mesmo que o resultado seja o previsível. Se o debate for claro não cairá em saco roto.

Nem é preciso dizer, mas faço questão de o fazer: Apoio Marisa Matias. Já a apoiei há 5 anos atrás. Pelas suas qualidades políticas e pessoais, pelo empenho que coloca nas causas, pela sua experiência, pela capacidade de diálogo, pela visão sobre o futuro centrada no essencial – Serviço Nacional de Saúde, direitos para a juventude, valorização e respeito por quem trabalha, centralidade das questões ambientais para o desenvolvimento.

Helena Pinto

Helena Pinto, vive na Meia Via, concelho de Torres Novas. Nasceu em 1959 e é Animadora Social. Foi deputada à Assembleia da República, pelo Bloco de Esquerda, de 2005 a 2015. Foi vereadora na Câmara de Torres Novas entre 2013 e 2021. Integrou a Comissão Independente para a Descentralização (2018-2019) criada pela Lei 58/2018 e nomeada pelo Presidente da Assembleia da República. Fundadora e Presidente da Mesa da Assembleia Geral da associação Feministas em Movimento.
Escreve no mediotejo.net às quartas-feiras.

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