Portugal nunca teve tantos casos num só dia (17.172), pico pode chegar aos 60 mil em 2022. Foto arquivo: Ricardo Escada

Portugal registou hoje 17.172 novas infeções com o coronavírus SARS-CoV-2, o maior número de novos casos desde o início da pandemia, e mais 19 mortes associadas à covid-19, indicam números divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS). O ACES Médio Tejo teve hoje 293 novos casos confirmados e acompanha a tendência nacional. Até agora, o máximo de novos casos a nível nacional era de 16.432 novos casos, que foram registados em 28 de janeiro.

Portugal deverá atingir 37 mil novos casos de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2 na primeira semana de janeiro, mais do dobro do máximo de 17.172 registados hoje, disse hoje a ministra da Saúde, Marta Temido. Mas já quem fale que Portugal vá chegar a um pico de 60 mil casos por dia, tendo a Delegada de Saúde Pública do ACES Médio Tejo lembrado hoje um estudo que aponta nesse sentido.

“Devido a esta quadra esperávamos estes números e esperamos números muito maiores”, disse ao mediotejo.net Maria dos Anjos Esperança, tendo feito notar que “a gravidade da doença desta nova variante não é tão grande como a da Delta, a transmissibilidade é muito mais rápida, mas esperamos, há um estudo americano que o refere, que em Portugal ainda chegaremos aos 60 mil casos por dia”.

ÁUDIO | MARIA ANJOS ESPERANÇA, SAÚDE PUBLICA ACES MÉDIO TEJO:

Tendo lembrado um estudo que aponta a 60 mil casos por dia em Portugal, a responsável fez notar que “quanto mais pessoas estiverem vacinadas melhor conseguiremos enfrentar esses números, a doença e a gravidade da doença, que é para isso que todos lutamos”.

“Mas precisamos de ter esperança, e os portugueses também sabem estar e sabem cumprir as medidas, salvo raras exceções, temos de ter esperança de que a vacinação e o cumprimento das regras faz – e vai fazer com certeza – com que estes números baixem e não hajam tantos contactos, que a vacinação numa hipotética quarta dose vai continuar a proteger e vai continuar a dar tempo para que o avanço da ciência nos contemple com medicamentos para tratar a doença e outras formas de evitar a doença, se estas não forem as melhores, que até agora são”, concluiu, deixando uma palavra de esperança e de agradecimento aos profissionais de saúde.

“Eu espero (…) que todos tenhamos os olhos postos no futuro para que o ano 2022 seja um ano pós-pandemia e que nos traga a paz e serenidade para que possamos viver 2022 com alegria e um bocadinho mais descansados. E permitam-me que diga, que os profissionais de saúde, todos eles, quer dos cuidados de saúde primários quer dos diferenciados, todos têm contribuído e muito para que esta pandemia não provoque ainda mais desagrados, ainda mais óbitos, e mais doentes do que tem feito”.

Os 11 municípios do ACES Médio Tejo registaram 293 novos casos nas últimas 24 horas, com Tomar a somar 65 casos, seguido de Torres Novas (59), Ourém (51), Ferreira do Zêzere (45), Abrantes (22), Alcanena (17), Entroncamento (15), Vila Nova da Barquinha (8), Mação (7), Sardoal (3) e Constância (1). Desde o início da pandemia, o ACES Médio Tejo regista um total de 21.511 casos de infeção, dos quais 18.783 pessoas recuperaram da doença e 423 não sobreviveram.

Portugal regista 17.172 novos casos nas últimas 24 horas

Portugal registou hoje 17.172 novas infeções com o coronavírus SARS-CoV-2, o maior número de novos casos desde o início da pandemia, e mais 19 mortes associadas à covid-19, indicam números divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Até agora, o máximo de novos casos era de 16.432 novos casos, que foram registados em 28 de janeiro.

O boletim epidemiológico diário da DGS regista também um novo aumento do número de pessoas internadas, contabilizando hoje 936 internamentos, mais 22 do que na segunda-feira, dos quais 152 em unidades de cuidados intensivos, mais dois nas últimas 24 horas.

Os casos ativos voltaram a aumentar nas últimas 24 horas, totalizando 114.541, mais 8.927 do que na segunda-feira, e recuperaram da doença 8.226 pessoas, o que aumenta o total nacional de recuperados para 1.169.841.

Comparativamente com a situação registada em Portugal no mesmo dia há um ano, o país tem hoje mais 15.079 novos casos de infeção (contabilizaram-se 2.093 novos casos a 28 de dezembro de 2020) e mais 46.234 casos ativos (há um ano totalizavam 68.307).

O número de internamentos é significativamente inferior, uma vez que há um ano estavam internadas 2.967 pessoas, 503 das quais em cuidados intensivos, havendo também menos óbitos (no mesmo dia, o boletim da DGS contabilizava 58 mortes nas 24 horas anteriores).

Das 19 mortes, seis ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo, cinco no Centro, quatro no Norte, duas no Algarve e duas na região autónoma da Madeira.

Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região com mais novos casos diagnosticados nas últimas 24 horas, num total de 8.576, cerca de metade das novas infeções, seguindo-se o Norte (5.046), o Centro (2.124), a Madeira (516), o Algarve (417), o Alentejo (325) e os Açores (168).

Em relação ao dia anterior, as autoridades de saúde têm mais 6.976 contactos em vigilância, totalizando 134.645 pessoas.

Segundo os dados da DGS, a maioria dos óbitos diários continua a registar-se entre os idosos com mais de 80 anos, num total de oito, seguido da faixa etária dos 60 aos 69, com seis mortes registadas, tendo ainda ocorrido quatro mortes entre os 70 e os 79 anos e uma entre os 50 e os 59 anos.

O maior número de óbitos desde o início da pandemia concentra-se entre os idosos com mais de 80 anos (12.273), seguindo-se as faixas etárias entre os 70 e os 79 anos (4.089) e entre os 60 e os 69 anos (1.740).

O maior número de novos casos diagnosticados situa-se na faixa etária entre os 20 e os 29 anos (3.653), seguida das faixas entre 40 e 49 anos (3.294), entre 30 e 39 anos (2.941), entre 50 e 59 anos (2.538), entre 10 e 19 anos (1.880), dos 60 aos 69 anos (1.305), até aos 9 anos (840), dos 70 aos 79 anos (469) e dos idosos com mais de 80 anos (252).

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.909 pessoas, 9.930 entre os homens e 8.979 entre as mulheres.

Já foram contabilizados 1.303.291 casos de infeção, dos quais 610.010 homens, 692.235 mulheres e 1.046 casos de sexo que se encontra sob investigação, uma vez que estes dados não são fornecidos de forma automática.

A covid-19 já provocou mais de 5,40 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.

c/LUSA

Mário Rui Fonseca

A experiência de trabalho nas rádios locais despertaram-no para a importância do exercício de um jornalismo de proximidade, qual espírito irrequieto que se apazigua ao dar voz às histórias das gentes, a dar conta dos seus receios e derrotas, mas também das suas alegrias e vitórias. A vida tem outro sentido a ver e a perguntar, a querer saber, ouvir e informar, levando o microfone até ao último habitante da aldeia que resiste.

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