Vereadora do PS defende conclusão da pista de aviação de Pias Longas (Ourém). Foto: Aeródromo Pias Linhas

A vereadora do PS na Câmara de Ourém lançou um repto ao presidente da Câmara, Luís Albuquerque (PSD-CDS) para que “avance com a finalização do futuro Aeródromo de Ourém e coloque o concelho na rota dos concelhos dinâmicos e desenvolvidos do país!”

Cília Seixo falava no período antes da ordem do dia na reunião de Câmara do dia 6 de junho, durante o qual apresentou a proposta de conclusão da pista de aviação de Pias Longas.

Atualmente a pista tem 800 metros de comprimento em terra batida, propriedade da Junta de Freguesia de Nª Srª das Misericórdias, e um edifício, preparado para torre de controle e salas de check in, propriedade da Associação dos Pias Longas.

Na perspetiva da autarca socialista, “Ourém desenvolveu ao longo dos anos uma infraestrutura única na região, que pode contribuir de forma relevante para a economia do concelho e da região: o aeroclube dos Pias Longas”.

Considera que o concelho “possui uma infraestrutura já feita que, com um aumento de pista de cerca de 200 metros, alcatroamento e preparação das faixas laterais pode obter a certificação da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC)”, permitiria “receber voos comerciais e organizar operações aeronáuticas, cumprindo todos os protocolos de segurança e transformar-se no Aeródromo de Ourém”.

Vereadora Cília Seixo (PS). Foto: mediotejo.net

Cília Seixo lembrou que há “empresas na área da aviação comercial a operar nos vários aeródromos do país, interessadas em fazer novas rotas; a pista dos Pias Longas oferece essa possibilidade para servir não só Ourém, mas também os concelhos vizinhos, onde não existe qualquer infraestrutura semelhante (Tomar, Torres Novas, Entroncamento, Batalha, etc)”.

A autarca defende que este aeródromo “além de servir o sector industrial, comercial e turístico de Ourém e Fátima, dada a sua proximidade ao IC9 e A1, serviria todos os concelhos da região e geraria uma dinâmica de desenvolvimento única na região”.

Na sua opinião, “a existência de um aeródromo de classe 2, onde operassem voos domésticos permitiria, entre outros benefícios, “operar aviões até 30 lugares, o que num concelho com cerca de 6 milhões de turistas anuais faz todo o sentido; transportar mercadorias e matérias primas, com evidentes benefícios para o setor industrial e comercial local; fazer transporte de emergência / urgência hospitalar; desenvolver atividades de formação aeronáutica, paraquedismo e acrobacia; enriquecer económica, social e cultural o concelho; e melhorar a mobilidade e acessibilidades”.

Em resposta, o Presidente da Câmara foi assertivo: “arranje-me financiamento. Dois milhões de euros não chegam para acabar aquilo”. Luís Albuquerque disse que já ouvia falar nesse projeto há oito anos e que era preciso “gastar uma pipa de massa para manter a gestão de uma infraestrutura que não é de todo rentável”.

Revelou que, há cerca de um ano, estiveram no terreno elementos da empresa de aviação Seven Air, mas a intenção seria utilizar a pista para a área da proteção civil. Quanto a aviação comercial, o presidente ressalvou que as rotas são concessionadas pelo governo por um determinado número de anos, argumentando que a Câmara “não se pode envolver nisso”.

Pias Longas Aero Club reabriu no ano em que celebrou o 20º aniversário | Foto arquivo: CM Ourém

José Gaio

Ganhou o “bichinho” do jornalismo quando, no início dos anos 80, começou a trabalhar como compositor numa tipografia em Tomar. Caractere a caractere, manualmente ou na velha Linotype, alinhavava palavras que davam corpo a jornais e livros. Desde então e em vários projetos esteve sempre ligado ao jornalismo, paixão que lhe corre nas veias.

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