Hugo Costa sucede a António Gameiro na liderança do PS de Santarém. Foto: mediotejo.net

O XIX Congresso da Federação Distrital de Santarém do PS aprovou no sábado, 12 de setembro, em Ourém, uma moção apresentada pelo novo líder, Hugo Costa, centrada nos problemas mais urgentes do próximo ano: a crise pandémica e as eleições autárquicas. O momento serviu ainda como despedida de António Gameiro, depois de 12 anos na presidência da Federação. Ana Catarina Mendes, presidente do grupo parlamentar do PS na Assembleia da República, encerrou os trabalhos.

“É uma moção que está enquadrada no contexto em que vivemos”, explicou Hugo Costa em declarações ao mediotejo.net. A crise pandémica é assim o pano de fundo do documento, nomeadamente a necessidade de dar respostas económicas e sociais a empresas e ao próprio Sistema Nacional de Saúde.

Ainda olhando à pandemia, o responsável apontou os novos desafios digitais e a necessidade de se intervir ao nível das redes de telecomunicações, deficitárias um pouco por todo o distrito num momento em que se fala na transição para o 5G.

A defesa dos recursos hídricos, do Tejo aos seus múltiplos afluentes no território, é outra das preocupações de Hugo Costa, que destacou ainda a importância do investimento público ao nível da infraestruturas, nomeadamento com o IC3.

“É uma moção que prepara o partido para o desafio das eleições autárquicas”, acrescentou Hugo Costa, lembrando que o PS lidera 13 câmaras do distrito e 14 assembleias municipais e mais de 80 juntas de freguesia.

Durante o congresso foi anunciada a candidatura de Hugo Santarém à Câmara Municipal de Alcanena, mas o responsável preferiu não avançar com mais nomes, destacando que esse processo terá ainda que passar pelas respetivas concelhias. Por tal, nos municípios onde o PS é oposição ainda há várias incertezas, podendo optar-se por manter as mesmas equipas ou apresentar caras novas, explicou.

Hugo Costa apresenta-se com a candidatura “Proximidade e Confiança – Um PS para Todos”. No texto da moção há ainda destaque para a defesa da regionalização e outros caminhos intermédios, como a fusão do Médio Tejo com a Lezíria e o Oeste, no âmbito da criação de uma nova NUT. Também a agricultura e a valorização do mundo rural estão entre as prioridades deste programa, que apela ainda a uma aposta na indústria e na ligação à NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém.

O presidente da Federação do PS lembra ainda o turismo, um dos setores mais afetados nesta crise pandémica, e a necessidade de uma estratégia integrada com o Oeste.

Com foco nas autárquicas, a Federação vai apostar na criação de departamentos que estudem propostas para áreas como a Justiça, Educação, Saúde, Turismo, Agricultura, Ambiente, entre outras. Está também prevista a criação de um Gabinete das Freguesias e um Gabinete Autárquico. A área da comunicação é aliás um dos setores onde Hugo Costa deixa um destaque para a necessidade de reforço.

Na sua intervenção, Ana Catarina Mendes lembrou o trabalho desenvolvido por António Gameiro na Federação e elogiou o perfil de Hugo Costa, que agora assume funções.

“O momento que vivemos é um momento particularmente exigente”, comentou, referindo que, numa altura em que o PS tinha conseguido trazer alguma confiança ao país, um vírus desconhecido veio alterar as prioridades. Saudou assim a presença maioritária dos socialistas a nível nacional e as respostas sociais que têm conseguido dar neste contexto de pandemia.

A responsável salientou a necessidade de se apostar numa estratégia de combate à pobreza, por forma a fazer face às consequências da pandemia. “É também importante que não percamos de vista que a pandemia coloca um desafio novo às relações laborais”, referiu, referindo-se às implicações do teletrabalho e a importância de se criar mais legislação.

A proteção dos idosos foi outro dos temas abordados pela governante. “Temos muitos desafios pela frente”, frisou, referindo que hoje temos voz na Europa e o maior pacote financeiro para o país. Mas “cada euro tem que ser bem gasto e bem justificado”, defendeu, em prol da coesão e do futuro.

Mário Balsa sublinhou que é importante defender a regionalização “sem demagogia e sem pudor”. Foto: PS

A regionalização está no centro da estratégia defendida pela distrital do PS de Santarém. Durante a apresentação da Moção Global de Orientação Política, no XIX Congresso da Federação Distrital do Partido Socialista, o diretor de campanha, Mário Balsa, sublinhou que é importante defender esta ideia “sem demagogia e sem pudor”.

Para o PS as fronteiras administrativas existentes são um “entrave ao desenvolvimento e impedem que se enfrentem os desafios que se colocam”.

“Ao nível do turismo somos a região da Sopa da Pedra, da Bênção do Gado, do Sal Gema, do Castelo de Almourol, do Cavalo, do Lago Azul, das Rotas Pedestres, do Toiro Bravo, do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, da Casa dos Patudos, das Praias Fluviais, do Vinho, dos tapetes de flores, da Falcoaria, da Palha de Abrantes, da Feira Nacional da Agricultura, do Museu Nacional Ferroviário, do Convento de Cristo e de Fátima. Juntando-nos ao Oeste, estamos no mar”, lê-se na moção apresentada e aprovada por unanimidade.

Nesta moção “Proximidade e confiança: um PS para todos”, o PS apresenta a sua visão para a área da saúde, educação, ambiente, alterações climáticas, mas também indústria, inovação e competitividade, sem deixar de lado o estado social.

Mário Balsa sublinhou ainda que todos os investimentos previstos no Plano Nacional de Investimentos, que são bandeira a nível nacional, serão defendidos pela distrital do PS.

Cláudia Gameiro

Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita

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