Intitulada “Vale do Junco e o Passado Romano no Território de Mação”, esta mostra vai além dos achados arqueológicos da freguesia de Ortiga, no lugar de Vale do Junco, incluindo muitos outros de Vale do Grou e até do Castro de São Miguel da Amêndoa. A exposição vai ser inaugurada no sábado, 10 de dezembro, às 16h30, no Núcleo Museológico de Ortiga.
Vale do Junco estará em destaque, mas vão constar “peças inéditas” de outros locais como a Senhora da Moita (Carvoeiro), o Castro de São Miguel da Amêndoa com uma lança de legionário que esteve em restauro em Conímbriga tendo regressado há pouco tempo, uma base de coluna de Vale do Grou (Envendos).

Fernando Coimbra, arqueólogo e professor do Instituto Politécnico de Tomar, coordenador da Comissão Organizadora desta iniciativa, referiu em entrevista ao nosso jornal que esta exposição pretende ser uma introdução perante uma obra escrita que está a ser concluída, que servirá uma carta patrimonial de Mação, e ainda um novo projeto de escavações em Ortiga.
“É uma obra demorada, que envolve capítulos de vários investigadores, com especialidade em diversas áreas. Pensou-se apresentar à comunidade uma espécie de output desse trabalho de inventário, desta carta patrimonial. Daí esta exposição sobre o período romano”, disse o arqueólogo, contextualizando a iniciativa.
“Será mais que uma carta arqueológica. Vai ter património histórico construído e geológico. Ainda estamos a acertar qual a denominação. A exposição é quase um relatório de progresso do que se está a fazer no inventário, no estudo alargado de toda a arqueologia, todo o património de Mação”, adiantou.

Quanto à exposição em Ortiga, referiu que “há muitos materiais de escavações antigas, até dos anos 40, que nunca foram estudados, há certas peças inéditas”, caso da estatueta em bronze que protagoniza o cartaz e é capa do catálogo.
Segundo o arqueólogo esta estatueta não tinha ainda sido publicada, na altura era diretora do Museu a professora Maria Amélia Horta Pereira, integrando a reserva quando pela mão de Fernando Coimbra e José Encarnação foi então publicada.
Por outro lado, Fernando Coimbra vai coordenar trabalhos arqueológicos na Estação Arqueológica de Vale do Junco, em Ortiga, onde foi identificado um balneário romano durante os trabalhos conduzidos por João Calado Rodrigues em 1940, mas cujos últimos trabalhos ocorreram nos anos 80, por Rogério Pires de Carvalho.

“Vale do Junco foi minimamente escavado. As últimas foram em 1986. E mesmo o que se tem escavado é uma mínima parte”, afirma.
As novas escavações estão programadas para arrancar em finais de maio de 2023, com aval da DGPC, num projeto de quatro anos. “Esta exposição integra-se no núcleo museológico de Ortiga que é um espaço mais próximo de Vale do Junco”, refere, mencionando servir uma introdução aos novos projetos.
A exposição vai estar patente nos próximos tempos, sem data concreta para o seu término, podendo ser visitada nos dias normais de funcionamento do Núcleo museológico de Ortiga.
Horário:
Quarta-feira (manhã) das 9h30 às 12h30;
Sexta-feira (tarde) das 14h30 às 17h30;
Sábado (manhã) das 10h00 às 13h00;
Domingo (manhã) das 14h30 às 17h00.
Encerrado aos feriados.
