Marcelo disse em Abrantes que quer ver de perto "evolução dos acontecimentos" nas urgências dos hospitais, tendo ainda na quarta-feira, já em Lisboa, visItado as zonas de cheias na capital. Foto: CMA

“Tenciono, nos próximos dias e próximas semanas, ir ver nos locais, desde que isso não prejudique os serviços de saúde, a evolução dos acontecimentos”, antecipou, afirmando que irá partilhar, “dentro de dez dias a duas semanas”, as conclusões do que vier a observar.

Em declarações aos jornalistas em Abrantes, à margem de uma visita ao Museu de Arqueologia e Arte, Marcelo Rebelo de Sousa disse que tem “acompanhado” o evoluir da situação, considerando que este é “sempre, todos os anos, um tempo muito difícil” para os serviços de urgência pela aproximação do inverno, “e este ano com três surtos ao mesmo tempo: a gripe clássica, um novo tipo de vírus e o vírus covid-19″.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que quer ver de perto “evolução dos acontecimentos” nas urgências dos hospitais

Perante a “pressão que existe sobre as urgências dos hospitais” e o crescimento das “dificuldades de resposta” em muitos dos hospitais por todo o país, o Presidente da República disse querer ir ao terreno ver o que está a acontecer.

O chefe de Estado deixou ainda um agradecimento aos profissionais de saúde pela “capacidade de resposta, em cima de tanto trabalho nos últimos anos, que têm mostrado num momento difícil”.

PR lamenta morte de mulher em inundação e aponta falta de “obras estruturais” em Lisboa

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa lamentou esta madrugada a morte de uma mulher devido às inundações na região de Lisboa, destacando a necessidade de serem realizadas “obras estruturais” para o escoamento de águas.

“Estava fora de Lisboa e fiquei surpreendido. O problema é mais vasto do que Lisboa, mas em Lisboa, ao final da tarde, início da noite, percebi que a situação estava mais grave”, sublinhou o chefe de Estado, em declarações aos jornalistas na zona de Alcântara.

Marcelo Rebelo de Sousa endereçou os sentimentos à família da mulher que morreu na noite de quarta-feira na zona de Algés, Oeiras, devido à inundação da sua habitação.

O chefe de Estado sublinhou também que as inundações devido às chuvas fortes que atingiram a capital portuguesa mostram a necessidade de serem realizadas “obras estruturais”.

Chuva atingiu em 24 horas 63% dos valores de todo o mês de dezembro – IPMA

A chuva que caiu na última noite atingiu os 80 milímetros, cerca de 63% do valor esperado para o mês de dezembro, ainda assim longe dos 118 milímetros que caíram num só dia em 2008, segundo uma meteorologista do IPMA.

Patrícia Gomes, meteorologista de serviço no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), disse à agência Lusa que a precipitação caída desde o final da tarde de quarta-feira “não tem nada de extraordinário, uma vez que é inverno e situações de chuva são bastante recorrentes nesta altura do ano”.

O que teve de extraordinário, explicou, foram “os valores que ocorreram em alguns locais, bastante elevados e que atingiram valores para avisos laranjas e pontualmente avisos vermelhos em alguns locais, numa hora e em seis horas”.

De acordo com a meteorologista, a situação deveu-se “a uma depressão centrada entre os Açores e o continente, ligeiramente cavada e que transporta uma massa de ar quente e instável e que acabou por afetar o território do continente e originou precipitação forte em alguns locais”.

Patrícia Gomes explicou que os valores médios de precipitação para todo o mês de dezembro rondam os 126 milímetros para Lisboa, valores que não foram atingidos, situando-se nos 80 milímetros, em 24 horas.

“Se compararmos com outros episódios de precipitação em anos passados, estão relativamente longe dos maiores valores de precipitação ocorridos em 24 horas para a cidade de Lisboa”, disse, recordando o dia de 18 de fevereiro de 2008, quando se registaram 118 milímetros em 24 horas.

A meteorologista referiu que, para a noite de quinta-feira e madrugada de sexta-feira, está prevista “precipitação forte” e, devido a esta situação, alguns dos distritos que atualmente estão a alerta amarelo poderão ser elevados para avisos laranja.

Os distritos de Lisboa, Faro e Santarém estiveram até cerca das 02:30 de hoje em aviso vermelho, devido às previsões de chuva forte e trovoada, o mais grave de uma escala de três, é emitido sempre que existe uma situação meteorológica de risco extremo.

Setúbal, Leiria e Beja foram colocados em aviso laranja e os restantes distritos em amarelo.

Entretanto, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil elevou o estado de alerta para laranja nos distritos de Lisboa, Setúbal, Faro e Santarém até às 14:00 devido às chuvas fortes que se fazem sentir no continente.

O comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, disse ainda que Leiria, Beja, Évora e Portalegre se encontram em alerta amarelo.

Falando na sede da ANEPC em Carnaxide, em Oeiras, ao início da madrugada, André Fernandes indicou que no distrito de Lisboa e Setúbal havia várias estradas e linhas de comboio cortadas.

Os 18 distritos de Portugal Continental encontram-se hoje sob aviso amarelo, devido à previsão de chuva por vezes forte, podendo ser acompanhada de trovoada e de rajadas fortes de vento.

Também os arquipélagos dos Açores e da Madeira estão sob aviso amarelo devido sobretudo à agitação marítima e ao vento forte.

O aviso amarelo corresponde a uma “situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica”.

c/LUSA

Mário Rui Fonseca

A experiência de trabalho nas rádios locais despertaram-no para a importância do exercício de um jornalismo de proximidade, qual espírito irrequieto que se apazigua ao dar voz às histórias das gentes, a dar conta dos seus receios e derrotas, mas também das suas alegrias e vitórias. A vida tem outro sentido a ver e a perguntar, a querer saber, ouvir e informar, levando o microfone até ao último habitante da aldeia que resiste.

Agência Lusa

Agência de Notícias de Portugal

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