Arroz de lampreia na Lena da Barragem, em Ortiga/Mação. Foto: mediotejo.net

O festival gastronómico dedicado à lampreia está em destaque em oito restaurantes do concelho de Mação, entre os dias 01 de março e 17 de abril, no âmbito do tradicional Festival da Lampreia que decorre por esta altura do ano neste município ribeirinho.

Apesar da escassez de lampreia no Tejo e da mesma ter de ser importada, nomeadamente de França, o pescador Francisco Pinto assegura que tem as encomendas feitas e que o produto não irá faltar, quer em qualidade quer em quantidade.

No restaurante ‘Lena da Barragem’, ali mesmo junto à estação ferroviária de Ortiga e da Barragem de Belver/Ortiga, onde decorreu a prova do ciclóstomo, a fama da lampreia atrai todos os anos gastrónomos e apreciadores de todo o país, tanto pelo seu modo peculiar de ser confecionada, como pelo forma como tem sido servida nas últimas décadas.

Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação, e Francisco Pinto, pescador profissional de Ortiga. Foto: mediotejo.net

“O cliente paga um valor fixo e come até querer”, conta-nos Lena Matias, dando conta que o negócio, que vai na terceira geração, passou já para as mãos da filha. Este ano o modelo de “comer até querer” foi suspenso, devido à escassez da lampreia, mas a cozinheira assegura que espera fazer voltar essa tradição nos próximos tempos, assim haja condições.

Vasco Estrela, presidente da Câmara de Mação, por sua vez, saudou o regresso do evento gastronómico após dois anos de pandemia, reativando uma tradição do concelho ribeirinho e granjeada ao longo dos tempos através da aldeia piscatória de Ortiga, rica nas artes de pesca e famosa pelos seus calafates que retiravam sustento do rio ao longo dos tempos. 

Durante um mês e meio, os pratos confecionados à base do ciclóstomo assumem lugar de destaque nas ementas dos restaurantes, tendo as receitas da zona sido eleitas, em 2013, Estrela do Médio Tejo na categoria de Prato Principal, a nível regional.

A história da confeção da lampreia no concelho cruza-se com a do rio Tejo e das gentes de Mação, sobretudo na freguesia ribeirinha de Ortiga, onde ainda existem vários pescadores, apesar deste ano a lampreia ser um produto que rareia pelas águas neste troço do rio.

O tradicional Arroz de Lampreia de Mação é elogiado pelos apreciadores desta iguaria pela forma única e especial como é confecionado. Em Mação o arroz é feito com o sangue da lampreia e servido separado da mesma, numa receita e forma de saber fazer muito procurada por milhares de comensais que, anualmente, se deslocam de todos os pontos do País para degustarem o ciclóstomo.

Festival Gastronómico da Lampreia regressa de 01 de março a 17 de abril a Mação. Foto: mediotejo.net

A par do Arroz de Lampreia que por Mação se confeciona, os apreciadores da iguaria terão também a oportunidade de degustar outros produtos endógenos que a Câmara Municipal disponibiliza aos restaurantes durante o período desta iniciativa, tais como o presunto, o azeite e as azeitonas de Mação.

A iniciativa é da Câmara Municipal de Mação que, nesta edição, conta com a parceria de oito restaurantes do concelho e o apoio da Pinhal Maior.

Restaurantes aderentes:

A Lena – Ortiga – 241 573 457 /926 347 974 / 917 792 996

Todos os dias – almoço, com reserva

Avenida (Pica-Fino) – Mação – 241 572 585 / 966 225 784

Todos os dias – almoço e jantar, com reserva

 (encerra à segunda-feira)

A Reta Café Restaurante – Mação – 969 459 660

Segunda-feira a sábado – almoço e jantar

Domingo –com reserva

Churrasqueira Norberto – Mação – 962 602 382

Segunda a sexta-feira – almoço, com reserva

(encerra sábados e domingos)

O Bigodes – Ortiga – 241 571 230 / 964 677 705

Todos os dias – almoço e jantar

(encerra à quarta-feira)

O Godinho – Mação – 241 572 874 / 962 536 310

Todos os dias – almoço, com reserva

(encerra ao domingo)

O Pescador – Mação – 241 573 180 / 934 244 472

Sábados e domingos, ao almoço, com reserva

(encerra domingo ao jantar e segunda-feira todo o dia)

Solar do Moinho – Cardigos – 274 866 505 / 969 513 633

Segunda a sexta-feira – almoço, com reserva

Sábados – almoço e jantar, com reserva

Mário Rui Fonseca

A experiência de trabalho nas rádios locais despertaram-no para a importância do exercício de um jornalismo de proximidade, qual espírito irrequieto que se apazigua ao dar voz às histórias das gentes, a dar conta dos seus receios e derrotas, mas também das suas alegrias e vitórias. A vida tem outro sentido a ver e a perguntar, a querer saber, ouvir e informar, levando o microfone até ao último habitante da aldeia que resiste.

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