A Assembleia Municipal de Ferreira do Zêzere, reunida na noite de sexta-feira, 27 de abril, aprovou por maioria o documento de prestação de contas da câmara de 2017, no valor de cerca de nove milhões de euros. A discussão das contas gerou-se ao redor das críticas da bancada do PS que considera que há falta de investimento na economia local, com a autarquia a recorrer a empresas de fora do concelho.
O social democrata Jacinto Lopes, presidente da Câmara, rejeitou estas acusações, que considerou “infundadas”. O documento acabou por ser aprovado com 11 votos a favor e 10 abstenções.
A eleita da bancada do PS, Fernanda Moura, referiu que a população não deve ter dúvidas que o município existe para resolver e não para complicar, dinamizando a economia local e dando valor aos empresários sedeados no concelho.
“O município deve adquirir o maior número de bens e serviços dentro do concelho. Temos bons profissionais, devemos potenciá-los”, considerou. A eleita do PS questionou, dentro de um orçamento de cerca de 9 milhões, qual a percentagem de bens e serviços adquiridos aos empresários de Ferreira do Zêzere em 2017 e o que leva o executivo a adquirir bens e serviços fora do concelho.
Também o eleito Carlos Salgado (PS) frisou o elevado número de adjudicações diretas de bens e serviços. “Há muitas pessoas que me perguntam porque é que a câmara não pede orçamento aos empresários e casas comerciais (do concelho). Podem não ficar com o fornecimento dos bens mas é de bom tom agradecer aos empresários e convidá-los a apresentar orçamentos”, disse.
Jacinto Lopes refere que o documento não espelha estas críticas, sendo que os ferreirenses depositaram neste executivo confiança suficiente para os voltar a eleger em outubro.
“Se há algo que faço é comprar 100% do que posso comprar aos ferreirenses”, defendeu-se, considerando que Fernanda Moura não olhou para o documento das contas.
O autarca disse ainda que algumas empresas não concorrem, por decisão própria, a certas obras sendo que depois “não podem estar no café a queixar-se que a câmara não lhes adjudica obras”