Em tempos de guerra e de subida do custo de vida, os bancos decidiram voltar as costas aos discursos dos políticos sobre a necessidade de sermos um país mais jovem, menos centralizado no litoral, e que possa, ao mesmo tempo, inverter a situação atual da proteção social após a reforma e decidiram apertar as condições de crédito à habitação.
Isto atinge sobretudo os mais jovens, aqueles que começam a trabalhar em condições precárias, mesmo com licenciaturas, recebendo apenas o mínimo nacional e deixando para depois, sempre para depois, a ideia de saírem de casa dos pais e de terem filhos.
Em várias matérias, os discursos sobre desenvolvimento vão num sentido e as práticas dos vários intervenientes vão noutro. Assim, pouco me resta para acreditar que Portugal possa algum dia voltar a ser mais que Lisboa e Porto.
Fotografia: Família, no fim da tarde, no Parque de Merendas do Sardoal, março de 2022.