Esta semana passei por Tancos e depois fui até ao outro lado do rio Tejo, ao Arripiado. Passei pelo miradouro situado antes de chegar àquela aldeia, via-se o Castelo de Almourol e o barco que voltava de terra, vazio, novamente para o Castelo, talvez para ir buscar um visitante ou outro.
Era dia de semana o que contribui para a fraca afluência turística. No Arripiado, apenas um casal de idosos e uma criança, a brincar por ali. Foi então que reparei numa das obras de José Coelho que estão naquele espaço, um barco elevado, lá no alto do seu pedestal, como que a imortalizar o rio e os peixes, talvez fonte de sustento em tempos.
Este barco também simboliza este nosso interior, sem ninguém para o viver, sem ninguém para o lembrar, o tal interior que está a pouco mais de uma centena de quilómetros da capital. Ainda procurei por ali perto por algum café, queria comprar uma garrafa de água, mas logo percebi que estava tudo fechado.
Fotografia: Obra de José Coelho, em Arripiado, Chamusca. Julho de 2020