Portugal regista hoje mais 10 mortes associadas à covid-19 e 10.016 infeções com o coronavírus SARS-CoV-2, registando os internamentos uma nova descida, indica a Direção-Geral da Saúde (DGS). Portugal tem hoje o terceiro dia consecutivo com mais de 10 mil novos casos. No Médio Tejo, hoje é o terceiro dia seguido acima dos 230 novos casos, tendo este sábado registado 231, ontem 299 e na quinta-feira 270 novos casos de infeção O total de casos acumulados no ACES Médio Tejo ultrapassa os 21 mil (21.074), quase 10% da população destes 11 municípios.
Portugal tem hoje 151 concelhos em risco muito elevado e extremo de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, mais 18 do que na semana anterior, indicou a Direção-Geral da Saúde (DGS). O número de concelhos em risco extremo mantém-se nos 21 esta semana. Na lista dos concelhos com mais de 960 casos de infeção por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias consta Ourém, Sertã, e Tomar (no Médio Tejo), e ainda a Golegã (na Lezíria do Tejo).
Em declarações ao mediotejo.net, a delegada de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Médio Tejo realça o aumento significativo de novos casos de infeção na região e dá conta que, apesar de tudo, a vacinação faz com que este ano o número de óbitos e de pessoas internadas seja muito inferior relativamente ao Natal passado.
Maria dos Anjos Esperança traça um quadro de expectativas pouco animadoras da evolução pandémica para as próximas semanas, deixa alguns conselhos para a população e famílias que se juntam nesta quadra festiva, e fala da grande diferença entre os dois períodos de Natal vividos em pandemia.
ÁUDIO | MARIA ANJOS ESPERANÇA, SAÚDE PÚBLICA ACES MÉDIO TEJO:
“A grande diferença deste ano para o Natal do ano anterior, embora sejam dois Natais que estamos quase proibidos de os celebrar como antigamente, mas a grande diferença é que com a população vacinada, com a taxa de vacinação que temos sobretudo nos mais idosos, não temos tantas pessoas internadas, em unidades de cuidados intensivos, nem temos tantos óbitos. A vacinação da forma que foi feita, e o que ela atingiu em termos de cobertura, trouxe-nos efetivamente esse descanso de a doença não ser tão grave – embora se possa ter a doença – e poupar especialmente os mais velhos que têm outras patologias associadas, de dificuldades respiratórias, problemas cardíacos e renais, diminuição das defesas, e, portanto, as pessoas com a vacinação estão muito mais protegidas e a diferença é essa”, disse Maria dos Anjos Esperança.
Em termos de casos, continuou, “a diferença é que temos mais casos devido também a esta nova variante Ómicron, que é de uma transmissibilidade muito mais rápida, embora a sintomatologia não seja tão exacerbada, mas a transmissibilidade é muito maior e por isso temos vindo desde o início do mês num crescendo do número de casos, acompanhando o resto do país”.
Qual é a perigosidade em termos de saúde pública e qual a faixa etária mais afetada?
Os surtos que temos não nos preocupam, temos alguns casos em estabelecimentos de idosos mas não em número que nos preocupe, temos efetivamente surtos, com maior número de casos positivos em escolas, sobretudo na população até aos 12 anos, agora, enfim, já começaram a ser vacinados também, mas ainda não temos resultados dessas vacinação, naturalmente. Mas é nessa população até aos 12 anos, sobretudo, e temos tido muitos casos em creches e jardins infantis, por razões óbvias – não têm mascaras, não dá para controlar o distanciamento, etc – e é onde a transmissibilidade é mais fácil. Os surtos que temos no Médio Tejo são essencialmente assim, derivados desses contactos. Temos um lar com 1 ou 2 casos, mas não podemos dizer que tenhamos casos que nos preocupem em termos de mortalidade ou morbilidade, o número de casos não nos preocupa muito, e temos acompanhado todas as situações. Nós tivemos no ano passado, sobretudo em lares, antes da vacinação, surtos de quase 100% das pessoas positivas. Neste momento isso não acontece, os casos que temos são casos que as pessoas não precisam de cuidados hospitalares, naturalmente que haverá pessoas internadas com covid, não sei se não-vacinadas, mas ainda há pouco vi estatísticas – a nível mundial até – que são os não-vacinados que estão a ocupar as unidades de cuidados intensivos, os ventiladores, e esta é mais uma prova de que a vacinação é uma das formas de nos protegermos.
Estamos numa quadra de afetos e reuniões, qual o grande perigo e que conselhos deixa?
O grande perigo, sendo uma variante muito mais transmissível, é efetivamente ter muitos mais casos positivos, com todos os problemas que daí advêm – problemas económicos, problemas sociais – temos por vezes pessoas que dizem que se sentem bem e que não vão ficar em casa fechadas, mas essas pessoas são transmissoras e daí vem a dificuldade, de as pessoas não se sentirem doentes, mas de terem o vírus e serem transmissoras. Portanto nesta altura do Natal, entre o Natal e o Ano Novo… o Ano Novo é mais de convívio do que o Natal que é mais familiar, tem de haver o cuidado de se usar sempre máscara sempre que for possível utilizá-la, mesmo junto dos familiares devemos usar a máscara, sempre que possível deve haver um maior afastamento entre pessoas que não são coabitantes, em vez de uma mesa colocar duas mesas, a frequente higienização das mãos, o arejamento. Antes da entrada para essa ceia de Natal, pequeninos e grandes, devem todos fazer o teste, pois pode haver algum positivo, e ao mínimo sintoma, ou sinal, imediatamente fazer o isolamento dessa pessoa. São estas as medidas que temos à nossa disposição para ainda podermos fazer um Natal um bocadinho familiar mas com cuidado.
Portugal com 10.016 novos casos e 10 mortes nas últimas 24 horas
Portugal regista hoje mais 10 mortes associadas à covid-19 e 10.016 infeções com o coronavírus SARS-CoV-2, registando os internamentos uma nova descida, indica a Direção-Geral da Saúde (DGS). Portugal tem hoje o terceiro dia consecutivos com mais de 10 mil novos casos.
Os casos ativos voltaram a aumentaram nas últimas 24 horas, totalizando 99.594, mais 7.647 do que na sexta-feira, e recuperaram da doença 2.359 pessoas, o que aumenta o total nacional de recuperados para 1.157.598.
O boletim epidemiológico diário da DGS revela ainda uma diminuição do número de pessoas internadas, contabilizando hoje 857 internamentos, menos sete do que na sexta-feira, dos quais 152 em unidades de cuidados intensivos, mais três nas últimas 24 horas.
Das 10 mortes, três ocorreram na região Norte, três em Lisboa e Vale do Tejo, outras três duas no Centro, uma nos Açores e outra na Madeira.
Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região com mais novos casos diagnosticados nas últimas 24 horas, num total de 4.713, representando 47% dos casos, seguindo-se o Norte (3.022), o Centro (1.095), o Algarve (452), a Madeira (328), o Alentejo (266) e os Açores (140).
Em relação ao dia anterior, as autoridades de saúde têm mais 3.940 contactos em vigilância, totalizando 122.400 pessoas.
Segundo os dados da autoridade de saúde, a maioria dos óbitos registou-se entre os idosos com mais de 80 anos, num total de sete, seguido da faixa etária dos 70 aos 79, com dois, tendo ainda ocorrido uma morta entre os 60 e os 65 anos.
O maior número de óbitos desde o início da pandemia continua a concentrar-se entre os idosos com mais de 80 anos (12.248), seguindo-se as faixas etárias entre os 70 e os 79 anos (4.077) e entre os 60 e os 69 anos (1.731).
O maior número de novos casos diagnosticados é da faixa etária entre os 20 e os 29 anos (2.202), seguido dos 30 aos 39 anos (1.756), dos 10 aos 19 anos (1.368). dos 40 aos 49 anos (1.258), dos 50 aos 59 anos (1.255), até aos 9 anos (742), dos 60 aos 69 anos (627), dos 70 aos 79 anos (221) e dos idosos com mais de 80 anos (103).
Desde o início da pandemia, em março de 2020, a região de Lisboa e Vale do Tejo registou 491.317 casos e 7.941 mortes.
Na região Norte registaram-se 469.867 infeções e 5.755 óbitos e a região Centro tem agora um total acumulado de 183.154 infeções e 3.338 mortes. O Algarve totaliza 56.109 contágios e 572 óbitos e o Alentejo soma 45.713 casos e 1.085 mortos por covid-19.
A Região Autónoma da Madeira soma desde o início da pandemia 18.718 infeções e 119 mortes e o arquipélago dos Açores 11.175 casos e 51 óbitos.
As autoridades regionais dos Açores e da Madeira divulgam diariamente os seus dados, que podem não coincidir com a informação divulgada no boletim da DGS.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.861 pessoas, 9.899 entre os homens e 8.962 entre as mulheres.
Já foram contabilizados 1.276.05 casos de infeção, segundo dados da DGS, dos quais 596.965 homens, 678.127 mulheres e 961 casos de sexo que se encontram-se sob investigação, uma vez que estes dados não são fornecidos de forma automática.
A covid-19 provocou mais de 5,38 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
c/LUSA