Um cântaro em barro de meados do século XX é a “Peça do Mês” do Museu dos Rios e das Artes Marítimas (MRAM), em Constância. Todos os meses, esta iniciativa dá a conhecer à comunidade os diversos elementos patrimoniais da vila poema e respetiva história.
Recipiente bojudo, em barro, com gargalo e asa, o cântaro era usado para transportar e armazenar a água que se ia buscar às fontes, poços e rios. Era transportado à cabeça, equilibrado pela rodilha que, na maioria das vezes, não passava de um pano enrolado em forma de anel (e, além da cabeça, se necessário fosse, ainda se levava outro cântaro, ou bilha, preso no quadril).
Antes da chegada da água canalizada às nossas casas, este bem essencial obrigava a muitas idas à fonte para garantir o abastecimento das habitações, sendo geralmente necessários 3 a 4 cântaros diários. Conta o Museu dos Rios que “além do transporte para consumo doméstico, muitas mulheres ganhavam a vida com o abastecimento de água a outras casas, a troco de 2 ou 3 tostões por cântaro”.
Uma tarefa essencialmente feminina e que não era fácil: se no inverno a água da fonte corria bastante, no verão quase secava e, para encher os cântaros, demorava-se muito tempo, o que ocasionava nesses locais discussões e brigas mas também o início de muitos namoricos.
O cântaro em destaque no Museu dos Rios e das Artes Marítimas, em Constância, é datado de meados do século XX e foi adquirido pelo município para o espólio do museu, em 1990.
A Peça do mês está exposta numa das salas do museu, onde pode ser apreciada e a sua divulgação é efetuada através das páginas de Facebook do Museu dos Rios e das Artes Marítimas e do Município de Constância.