O Mercado Municipal e a Praça Salgueiro Maia viram-se “inundados” no sábado, dia 21 de maio, pela cultura destes países, desde contos cabo-verdianos, à muamba de galinha de Angola ou cantos ucranianos, pelo que foram vários os entroncamentenses que puderam socializar e descobrir um pouco mais sobre estes países, trocar experiências gastronómicas e culturais.
Ilda Joaquim (PS), vereadora da autarquia entroncamentense, referiu ao nosso jornal que esta iniciativa é de “grande” importância, até tendo em conta a história e o nascimento do Entroncamento, uma “terra de encontro de gentes”.
“É importante que com o seu desenvolvimento não se esqueça essa raiz, e não poderia nunca esquecer, quando pensamos que o Entroncamento neste momento tem cerca de 40 nacionalidades diferentes a viver cá, uma grande diversidade cultural, perante a qual é essencial que sejam dadas oportunidades de divulgação da sua cultura, da sua história, e ao mesmo tempo do conhecimento da nossa história para que haja uma corrente de integração fundada em laços de amizade e cooperação, que são essenciais a qualquer sociedade no presente e para o futuro”, disse a edil.
Já por parte do CLDS 4G – Entroncamento Território Inclusivo, entidade parceira na organização deste evento e que trabalha em proximidade a inclusão social no Entroncamento durante “todo o ano”, Carla Salvador olha também para este encontro como uma iniciativa “muito importante”, para estas comunidades “também terem oportunidade de mostrar a sua cultura aqui na cidade, sentirem-se cada vez mais integrados e conhecerem os apoios de proximidade que a comunidade tem para eles”, referiu.
“Uma oportunidade imensa para nós”, é assim que Rafaela Sanzi, por parte da comunidade brasileira, vê este encontro pioneiro no Entroncamento, que permite que num espaço “principal” da cidade e num momento – sábado – “em que há muito movimento”, considerando que, além de dar exposição a outras nacionalidades, algo que “é muito importante”, esta é também uma oportunidade “de mostrarmos que nós, estrangeiros, também temos negócios aqui na cidade”, o que permite aumentar a exposição destes pequenos empresários.
Uma das pessoas de origem cabo-verdiana presentes no evento foi Helena Centeio, natural de Mosteiros (Ilha do Fogo), cidade germinada geminada com o município do Entroncamento, e que é contadora de histórias e escritora, sendo autora de “Stória Stória, um livro de contos tradicionais do seu país de origem, contos que lhe eram contados pelas suas avós.
“Trouxe o meu livro e vim contar as minhas histórias”, diz Helena Centeio que faz ainda parte de um grupo musical que canta mornas cabo-verdianas, algo que pôde ser apreciado durante a tarde de sábado.
A sua alegria neste encontro de culturas era evidente enquanto falava com o nosso jornal, tendo Helena Centeio referido que esta iniciativa “é muito importante tanto para adultos como para crianças porque é juntar as culturas, é sempre muito bom juntar as pessoas, o que fazemos e a nossa cultura”, disse.
Em 2020 o município do Entroncamento abriu um gabinete de apoio para os mais de 600 imigrantes de 43 nacionalidades que se encontravam no território nessa altura:
Estou orgulhosa e agradecida por ver o quanto esta feira multicultural colocou os valores das diversidades artistìcas existantes no Entroncamento, onde estou mostrando meu trabalho como artesã, atravès do meu artesanato.. Muito obrigada.