Os deputados do PSD entregaram no parlamento um projeto de resolução que exige ao Governo a conclusão do IC3, desviando o trânsito da vila da Chamusca, particularmente afetada pelo tráfego em direção ao Eco Parque do Relvão.

Assinado pelos deputados do partido eleitos por Santarém e pelos que integram a Comissão de Economia e Obras Públicas, o documento, entregue na sexta-feira, dia 2 de março, refere que “esta é provavelmente uma das obras mais prioritárias e justas da região, já que a população local viu a sua qualidade de vida bastante afetada pela construção dos CIRVER (Centro Integrado de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos perigosos) que afinal servem todo o país”.

A par dos impactos para a qualidade do ar e para a saúde das populações, o texto refere ainda os constrangimentos na ponte José Joaquim Isidro dos Reis sobre o rio Tejo, que liga os concelhos da Golegã e da Chamusca, que “já se revelava insuficiente para o tráfego existente”, lembrando que a criação de uma alternativa rodoviária nesta zona “faz parte das obras prioritárias previstas no Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas para 2014-2020”.

Agência de Notícias de Portugal

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1 Comentário

  1. Estes senhores que estiveram tantos anos no governo, nunca fizeram nada pelo IC3 mas agora reclamam. Eu já em 02.06.06 escrevi um artigo no jornal O Almonda onde falava nesse problema do atravessamento da Chamusca, e não só, pelos camiões carregados de matérias preigosas a caminho do CIRVER. Já lá vai uma dúzia de anos e tudo cada vez está pior. só para lemrar quem está esquecido e porque o artigo não falava só desse grave problema mas de muitos outros que afectavam e afectam o nosso distrito, atrevo-me a transcreve-lo, só para lembrar: NÃO É MÁ LINGUA…É VERDADE (17)
    OUTRAS OBRAS

    A região alargada onde estamos inseridos, por razões desconhecidas, tem vindo a sofrer com a falta de lançamento de obras estruturantes novas, e inclusivamente no prosseguimento e acabamento de outras lançadas e iniciadas há anos.

    Aqui bem perto de nós, a bem conhecida, a A23, no troço desde a A1 até Abrantes Norte, nunca levou bandas sonoras, nunca levou os seus nós iluminados e electrificados e até a sua manutenção é bem diferente, para muito pior, daquela que a Scutvias faz de Abrantes até à Guarda. Aqui no troço referido, o seu proprietário é o Instituto de Estradas. Será tudo isto ainda por causa da designação antiga, IP6, desta importante via? Quem souber que responda. Mas, considerando que se trata de uma infra-estrutura de carácter nacional, nunca, mas nunca haverá razão que justifique sejam as Autarquias a substituírem o Instituto de Estradas, nomeadamente na iluminação dos nós, como a de Torres Novas já deu a entender que estaria nos seus planos a iluminação do nosso nó a expensas da Câmara.

    Ainda aqui perto de nós, o IC3 é mais uma obra que nunca mais acaba. E, convenhamos, há muito que não é inaugurado qualquer bocado de troço. Está tudo para mas também está tudo calado. E como quem cala consente, se calhar está bem assim.

    Também a Ponte Salgueiro Maia, em Santarém, nunca beneficiou de uma iluminação digna desse nome, já que a amostra que lá montaram, a título provisório, só ajuda a complicar. Quanto à sua manutenção, ou a falta dela, quem lá passa é que vê.

    É como o IC10 que há-de ligar o nó de Santarém, da A1 à A13, em Almeirim, que nunca mais anda.

    Entretanto, no concelho da Chamusca estão a ser aumentadas as capacidades e as valências do aterro para resíduos, pelo que cada vez é mais assustador, pelo menos por onde passam, os camiões que para ali convergem com todo o tipo de resíduos.

    Se os camiões vêm do lado de Santarém, atravessam Almeirim, Alpiarça, Chamusca, etc., com os inconvenientes conhecidos. Mas se o IC 3 estivesse concluído, pelo menos nessa zona, o impacto seria muito menor e nenhuma daquelas travessias perigosas aconteceria.

    Mas se esses camiões vão daqui deste lado do Tejo, seguem a A23, saem em Constância e atravessam o citado rio pela antiga ponte ferroviária que foi cedida pela CP às Câmaras da Barquinha e de Constância em 1984, ponte esta que denota degradação, falta de manutenção e só permite um sentido de tráfego.

    Segundo o JN de 25.05, a deputada do BE, Helena Pinto, requereu ao Governo informações sobre as condições de segurança e de manutenção daquela ponte, mas o MOP “descarta responsabilidades quanto à sua conservação e assume que a prioridade deverá ser dada à construção do IC9 que prevê uma nova ponte em Abrantes”.

    Mas, segundo o mesmo jornal, “os presidentes de Câmara de Constância e da Barquinha estão preocupados” e o caso não é para menos. Continuando a transcrever o JN, “sem conhecer oficialmente o teor da resposta ao requerimento, o presidente da Câmara de Constância considera que uma decisão destas só pode ter sido tomada por alguém que não conhece a ponte”. Diria até, não conhece a ponte nem a realidade dos factos.

    Mais à frente, no mesmo jornal, António Mendes diz tratar-se de “uma obra do país, que deve ser feita com o apoio do Governo e não tem dúvidas que quando estiver feita a ponte de Abrantes, continuará a haver tráfego que justifique uma nova travessia nesta zona”, que substitua a ponte que já leva 150 anos de vida, que foi construída para os comboios, que a abandonaram por já não oferecer a segurança que os transportes ferroviários exigem.

    “Segundo o autarca de Constância, foi efectuada uma vistoria a 11 de Abril, à actual ponte”. ” O resultado ainda não chegou às minhas mãos, mas sei que o reforço dos pilares da ponte é uma das medidas apontadas como urgentes”. Ouso perguntar: Se for assim, se estiver em risco a segurança das pessoas e bens, quem é que faz essa manutenção? Será que vão fechar a ponte ou destiná-la só a ligeiros? E as complicações que daí advirão?

    O JN também ouviu o presidente da Câmara da Barquinha, que, referindo-se à vistoria disse que aguarda”serenamente as conclusões”, lembrando que “esta ligação assumirá maior importância quando estiverem prontos os centros de resíduos na Chamusca”.

    Considerando também que as unidades militares de Tancos e de Santa Margarida, por razões óbvias, são obrigadas frequentemente a movimentar colunas militares, com viaturas pesadas e outras muito pesadas, que atravessam a tal ponte, num sentido e noutro, nessas alturas a complicação do trânsito é ainda maior, como se compreenderá. E se a ponte for de facto fechada ao trânsito pesado como será?

    Por isso, se a A23 tivesse uma saída condigna em Tancos e não aquele caminho municipal, sem qualquer tipo de condições, as unidades militares, e naturalmente toda a região ficariam servidas em condições, se fosse feita uma via rápida entre a tal saída da A23 e a Nacional 118, incluindo uma nova ponte, que tanta falta faz e desde que fossem devidamente salvaguardados os impactos ambientais, já que estamos a falar de uma zona onde está um monumento nacional de grande valor histórico, o Castelo de Almourol, cuja imagem deve ser preservada a todo o custo. É tudo uma questão das pessoas responsáveis se sentarem à mesa e discutirem as vantagens desta obra, pesando naturalmente os custos dos investimentos a efectuar, dada a conjuntura em que vivemos.

    Ainda na nossa região alargada, a Estrada Nacional de Minde a Fátima, há quantos anos é que não sofre obras de conservação dignas desse nome? Será que os responsáveis ainda não se aperceberam que aquela estrada, em dias de muito movimento em Fátima poderia ser uma alternativa à A1 que está sempre congestionada junto aquela cidade? Mas o piso desta estrada, principalmente nos seus últimos quilómetros, é mesmo uma manta de retalhos.

    Mas obras, ou melhor a falta delas, é o que não falta, nomeadamente na área do ambiente que cada vez é mais desprezado.

    Por exemplo, a requalificação e remodelação do sistema de tratamento dos efluentes da indústria de curtumes, de toda a bacia de Alcanena, não podem continuar a ser adiados. É certo que a Câmara de Alcanena e a Câmara de Santarém estão interessadíssimas que a obra arranque. Mas é o costume. É preciso dinheiro. Por isso estão a recolher assinaturas para exigirem um debate parlamentar que permita sensibilizar o poder, para que seja elaborada uma candidatura a fundos comunitários, cujo projecto prevê um investimento de muitos milhões de euros. Trata-se de um projecto tão arrojado como necessário à preservação da qualidade de vida de uma região alargada. Assim o poder se deixe sensibilizar.

    São de facto bem precisas obras estruturantes em toda esta nossa região. Mas para tanto as forças vivas, as Câmaras da região, os Deputados pelo nosso Distrito, o Nersant como representante do sector empresarial regional e, porque não, até o Ministério da Defesa, considerando os importantes pólos militares do Entroncamento, de Tancos, de Santa Margarida, de Abrantes e de Tomar, têm que se unir e falar a uma só voz perante o Estado, para que os investimentos e a modernização apareçam e a todos galvanize.
    Carlos Pinheiro
    02.06.06

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