Cerca de 170 refugiados afegãos chegaram a Ourém sem que a autarquia fosse informada. Foto: EPA

Na sessão de Assembleia Municipal de 28 de dezembro, o presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, informou que o Alto Comissariado para as Migrações instalou cerca de 170 refugiados afegãos numa residência em Fátima sem que o município disso fosse informado. Aparentemente, indicou, é uma situação provisória, mas a nova comunidade parece estar a instalar-se.

O tema foi colocado pela deputada Cristela Marto (CDS-PP), referindo que recentemente uma unidade hoteleira de Fátima tinha recebido vários refugiados e questionando como a situação se encontrava a ser gerida pelo município.

Na resposta, Luís Albuquerque referiu que se tratam de refugiados afegãos, que foram colocados em Fátima pelo Alto Comissariado para as Migrações sem que a Câmara Municipal fosse sequer informada da ação.

“Esta é uma questão que demonstra bem como o Estado central trata as autarquias locais”, desabafou. “O município de Ourém não foi visto nem achado na colocação destes 170, penso eu, refugiados no nosso concelho, nomeadamente em Fátima”.

O presidente referiu que soube da situação de forma informal, tendo sido contactado por algumas instituições que lhe pediam informação. Feita a ronda pelos serviços municipais, ninguém sabia da chegada do grupo ao concelho.

Segundo Luís Albuquerque, só passadas duas semanas o município recebeu uma comunicação oficial do Alto Comissariado para as Migrações a dar conta do alojamento em Fátima dos refugiados afegãos. O município colocou-se ao dispor para ajudar no que fosse necessário, mas “foi-nos dito que não, que estariam ali apenas de passagem e que iriam para outros locais no futuro próximo”.

Porém, referiu, entretanto houve necessidade de encaminhar as pessoas à vacinação e a cuidados médicos, havendo ainda jogadoras da seleção de futebol do Afeganistão que quiseram voltar a treinar. Neste sentido, o município foi contactado para ajudar ao transporte, o que sucedeu.

Entretanto há já contactos com escolas para que alguns dos refugiados recebam formação profissional, mas estes procedimentos têm passado ao lado da Câmara de Ourém, que tem sabido do grupo por notícias na comunicação social ou por informação paralela.

“O município colaborou naquilo que era possível colaborar, mas nada mais do que isso”, disse Luís Albuquerque, frisando que “oficialmente nada nos é dito sobre esta questão”.

Cláudia Gameiro

Cláudia Gameiro, 32 anos, há nove a tentar entender o mundo com o olhar de jornalista. Navegando entre dois distritos, sempre com Fátima no horizonte, à descoberta de novos lugares. Não lhe peçam que fale, desenrasca-se melhor na escrita

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3 Comentários

  1. Ourem está a passar de um concelho onde se vivia com óptima qualidade há vinte anos para uma espécie de Amadora em crescendo.

    1. Caro joão, não tenha medo de assumir-se xenófobo e vote no chega. São todos portugueses católicos de bem. Os refugiados islâmicos que fogem da guerra é que são malandros e a biblia diz-nos como tratar os desfavorecidos.
      Votos de uma boa cruzada: Não se esqueça do capacete, do escudo e da espada.

  2. Grande costa wue fazes o que wueres e ainda te sobra tempo para bos gozares. DIA 30 DESTE MÊS DE JANEIRO 2022 EU DOU-TE A RESPOSTA À TUA ALTURA SEU CORRUPTO OLIGARQUICO…

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