O movimento ALTERNATIVAcom, liderado por Vasco Damas, vereador da CM Abrantes, exorta o executivo municipal de Abrantes “a elaborar um regulamento específico que, além de definir responsabilidades nesta matéria, determine a não utilização do Glifosato e de produtos que ponham em risco a saúde e o ambiente”.
Além disso, “solicita que o executivo esclareça publicamente as razões que o levaram a associar o município e, desse modo, a legitimar a aplicação deste herbicida por parte do consórcio IP – Infraestruturas de Portugal e Somafel/Floresta Bem Cuidada”, alertando que está a ser aplicado um herbicida “cujo princípio ativo é o Glifosato”, e lembrando que este fitofarmacêutico “é não seletivo e mata todo o tipo de plantas, tendo a sua toxicidade efeitos duradouros nos organismos aquáticos”.
“Apesar de permitido na União Europeia até 15 de dezembro de 2022, o Glifosato está proibido em vários municípios e freguesias em Portugal e noutros países europeus, pelo perigo potencial que representa para o ambiente e para a saúde humana e animal”, pode ler-se no comunicado enviado à redação do mediotejo.net.
Esta intervenção na Linha da Beira Baixa, no território do concelho de Abrantes, decorre desde dia 18 de julho e termina a 30 de julho, resultando “de um contrato entre o consórcio Somafel/Floresta Bem Cuidada e a Infraestruturas de Portugal, designado por ‘Realização da atividade de controlo de vegetação (dos 2 metros aos 10 metros) e desmatação na edificado na Rede Ferroviária Nacional’ para o Lote 2”, pode ler-se na informação divulgada pelo Município de Abrantes.
O ALTERNATIVAcom recordou já ter alertado sobre o tema, quer em sede de executivo camarário, quer em Assembleia Municipal, entendendo que “a atividade de higiene e limpeza urbana deva ser encarada com a atenção e exigência que merece, não descurando as ruas e bairros interiores e periféricos”.
Na passada sessão da Assembleia Municipal, o movimento propôs a elaboração de um Regulamento de Higiene e Limpeza Urbana, “que promova o envolvimento dos vários atores sociais na conservação do espaço público, definindo claramente o que compete a quem”.
Esta proposta vai ao encontro dos princípios defendidos pelo Movimento ALTERNATIVAcom, que se prendem com a aspiração sobre “a melhoria da higiene e limpeza urbana, e, em particular, o corte de ervas que tão mau aspeto dão às ruas e bairros da cidade”.
O ALTERNATIVAcom defende que “a eliminação de ervas daninhas deve ser feita de forma responsável e sustentável, preservando a saúde pública e o ambiente”, e enumera exemplos de municípios e freguesias que optaram pela “monda mecânica ou térmica – casos de Alcanena, Mafra, Seixal, Nazaré, Guimarães, Porto e muitos outros – ainda que esta solução possa, para já, revelar-se mais custosa e um pouco menos eficaz”.
“Ficaremos atentos a soluções inovadoras que possam vir a melhorar esta relação custo-benefício”, afirma o movimento.