O PSD referiu-se a “falta de sensibilidade” e a “falta de colaboração dos estabelecimentos comerciais, organismos oficiais e instituições” no que toca a acolher jovens em estágios profissionais do ensino secundário em Abrantes, alertando que a comunidade escolar abrantina “viu-se obrigada a recorrer a parceiros fora do concelho para resolver esse assunto”.
José Moreno, bastante indignado com a situação denunciada, afirmou mesmo que “como abrantino sinto-me envergonhado”, indicando que os estabelecimentos comerciais “recusam-se a colaborar com um estabelecimento de ensino nas vertentes de formação dos seus alunos” e “dificultam a evolução curricular dos próprios alunos e do seu processo formativo”. Também entende que “não contribuem para o desenvolvimento do território onde estão inseridos”, nem tão pouco para o país “que precisa de jovens bem preparados para o futuro”.
“Que comerciantes são estes que recusam a entrada num processo desta importância?”, interrogou, bastante crítico.
Já o presidente da Câmara, Manuel Jorge Valamatos, reconheceu que a dificuldade “não é de agora”, pois “há muitos anos que sentimos que precisamos da comunidade a acompanhar os projetos educativos da nossa comunidade escolar”. O edil entende que é necessário sensibilizar agentes económicos “para reforçar o dinamismo educativo que desejamos”.
“Ninguém nasceu ensinado, todos temos processos de aprendizagem ao longo da vida”, afirmou o autarca, acrescentando que o Município e os Serviços Municipalizados se disponibilizam há muitos anos para acolher estágios destes alunos, mas “nem todos os cursos se adequam às realidades dos nossos serviços”.
O presidente de Câmara entende que a chamada de atenção sobre o tema é pertinente, até como forma de chamar a atenção da comunidade em geral.
PSD regista com apreensão “crescente decréscimo de circulação de viaturas e pessoas no centro histórico” da cidade

Outro tema levantado pela bancada do PSD prende-se com o centro histórico da cidade de Abrantes e a sua vivência e dinâmica, nomeadamente quanto às condições atuais de circulação, acessibilidade e estacionamento.
José Moreno notou que é “muito urgente partir para um trabalho que vise solucionar esta situação e evitar aquilo que poderá ser o fim do centro histórico, quer a nível comercial, quer a nível habitacional”, crendo que o estacionamento existente “não é a solução que a cidade necessita”.
Para o deputado quanto ao acesso pelo parque de São Domingos, “é imperativo que seja feito pelo portão da Rua 17 de Agosto de 1808, facilitando o acesso ao parque e o retorno pedonal ao centro histórico e o regresso, pela mesma via, à sua viatura”.
“A forma como o acesso é feito atualmente é difícil de encontrar para quem não conhece a cidade e desconhecendo, por consequência, que pelo patamar superior terá acesso por um portão à zona do centro histórico. Acho importante meditarmos sobre aquela entrada/saída importantíssima para a cidade”, sugeriu.
Em resposta ao deputado, o presidente da Câmara reconheceu que o estacionamento no centro histórico “é algo que nos preocupa, por isso estamos a fazer o novo estacionamento por trás do novo centro escolar. Vamos ficar com uma bolsa de estacionamento muito significativa”.
Ainda assim, o edil notou a existência de um “efeito psicológico muito forte sobre nós, a nossa orografia obriga-nos a isso. Muitas vezes o parque da fortaleza/Castelo está disponível, o Vale da Fontinha está disponível – precisamos muito do projeto de requalificação do antigo Mercado que terá elevador, escadas, zonas pedonais completamente diferentes, também para agarrar uma bolsa de estacionamento com mais de 300 lugares”.
Ainda assim, no que toca ao estacionamento do Vale da Fontinha reconheceu que o acesso é feito por escadaria muito íngreme, que não atrai os cidadãos a utilizá-las.
“Temos que melhorar as questões do estacionamento no centro histórico, a pouco e pouco vamos melhorando”, disse.
Quanto à entrada junto ao MIAA, que dá acesso ao estacionamento nas traseiras do então Convento de São Domingos, o edil notou que há o “reverso da medalha” por se tratar de uma zona “perigosa”, onde se pretende movimento de pessoas.
O edil assumiu que a solução possa passar pelo reforço de sinalização posterior e sensibilização das pessoas. Por outro lado lembrou que os parquímetros servem precisamente para regular o estacionamento na cidade, permitindo rotatividade dos lugares no centro histórico, servindo maior acessibilidade ao comércio e serviços.