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Depois de um investimento de meio milhão de euros para requalificação das instalações no interior e exterior da Escola Básica de Alvega, na antiga E.B. 2/3 Dr. Fernando Loureiro, a Câmara de Abrantes frisa estarem reunidas “as melhores condições” quer para alunos, quer para professores e auxiliares. O objetivo passa por fixar as crianças da União de freguesias de Alvega e Concavada nesta escola, mas o presidente de Câmara considera natural que exista migração entre concelhos vizinhos, dependendo da vida das famílias.

“Estamos preocupados em fixar os nossos. Temos muitos alunos do nosso território que vão para concelhos vizinhos. Mas, como sabem, muitos alunos dos concelhos vizinhos também vêm para as escolas de Abrantes noutros níveis de ensino, nomeadamente no ensino secundário”, assumiu Manuel Jorge Valamatos, presidente da CM Abrantes.

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ÁUDIO | MANUEL JORGE VALAMATOS, PRESIDENTE CM ABRANTES:

Entrevista | Manuel Jorge Valamatos, presidente da CM Abrantes

A escola abriu as portas no dia 27 de junho à comunidade, com a ação “Escola Aberta”, contando ao final da tarde com a presença de um pequeno grupo de pais, também eles ex-alunos daquela instituição, e encarregados de educação, além do pároco da freguesia, Manuel Mendonça, e o presidente de junta António Moutinho, juntamente com a comitiva da Câmara Municipal de Abrantes

Antes de visita às instalações, o presidente de Câmara proferiu algumas palavras de enquadramento sobre a escola de Alvega mas deixou ainda um desafio e incentivo aos pais presentes: a criação formal de uma associação de pais.

“Em todas as escolas temos as associações de pais formalmente constituídas ao serviço da comunidade educativa”, disse, referindo que a sua presença ali também visava “tentar estimular para que isto possa verdadeiramente materializar-se na escola de Alvega, era muito importante”.

“A associação de pais desempenha sempre um papel muito relevante no seio da comunidade educativa na medida que pode resolver e ajudar a resolver e ultrapassar algumas dificuldades de capacidade de reagir a certas matérias. A associação de pais tem um papel importante na articulação com a junta de freguesia, com os serviços da Câmara Municipal, com os serviços culturais”, prosseguiu.

O autarca disse deixar uma “palavra de incentivo e motivação” para que se conseguisse avançar com a constituição da associação de pais de Alvega e Concavada, ao que os pais presentes responderam afirmativamente e indicaram que o processo “está a andar” no sentido de criar este organismo de forma oficial no seio da comunidade educativa.

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Recordando ter estado há dois anos de visita informal à escola, Manuel Jorge Valamatos, que ali lecionou Educação Física no início de carreira, diz ter-se deparado com uma escola “pior do que há 30 anos”.

“Embora algumas coisas estivessem melhor, eram piores porque há 30 anos a escola funcionava para níveis de ensino do 5º ao 9º ano. E as casas de banho e estruturas estavam adaptadas a uma idade escolar dos 10 aos 15 ou 16 anos. Viemos encontrar uma escola que não estava adaptada a estas crianças do pré-escolar e primeiro ciclo”, com “salas pequenas e devolutas”, e perante este cenário comprometeu-se a levar à autarquia as necessidade prementes de intervenção naquele estabelecimento escolar.

A autarquia avançou com o projeto, considerando urgente atuar, na senda da estratégia municipal de reabilitação de escolas no parque escolar do concelho, e admitindo que a escola de Alvega estava numa “situação de grande fragilidade”.

Encontrado enquadramento para financiamento comunitário, a autarquia efetuou um investimento de cerca de 500 mil euros, levando à requalificação não só no interior do edifício, mas também no campo de jogos nas traseiras e com a criação de um parque infantil.

Nesta visita os pais indicaram necessidade de criar uma barreira de segurança na entrada, na portaria da escola, uma vez que se encontra junto da Estrada Nacional 118, um via de muito movimento e que pode colocar em causa a segurança de crianças e pais na entrega e recolha das crianças.

“Tentámos perceber o que era mais urgente, o que fazia mais falta, e qual o enquadramento necessário para que esta escola fosse competitiva”, mencionou o edil.

“Estamos preocupados em fixar os nossos. Temos muitos alunos do nosso território que vão para concelhos vizinhos. Mas, como sabem, muitos alunos dos concelhos vizinhos também vêm para as escolas de Abrantes noutros níveis de ensino, nomeadamente no ensino secundário. Não podemos criar confrontos entre concelhos, não faz muito sentido”, afirmou.

Crendo que por questões de vida, as famílias poderão levar consigo os seus filhos para outros concelhos e outras escolas, adiantou que “ninguém nos pode acusar que os nossos alunos saem da escola porque não têm boas condições”.

“Temos um quadro de excelência de professores, temos uma estrutura científica e pedagógica consolidada, com professores que estão aqui há algum tempo e que vão ficar mais alguns anos”, enumerou, concluindo que existem ali condições para ser efetuado “um bom trabalho”.

“Do ponto de vista físico e estrutural temos muito boas condições e não acredito que outras escolas quaisquer tenham melhores condições daquelas que temos aqui para este nível de ensino”, comentou o edil abrantino.

A iniciativa abriu as portas da escola à comunidade, à semelhança do que fora feito na abertura ao público do novo centro escolar em Abrantes, na Escola Maria de Lourdes Pintasilgo, uma vez que os pais desta união de freguesias acharam pertinente dinamizar iniciativa similar ao que sucedera após a inauguração e visita do Ministro da Educação e Ministra da Agricultura a Abrantes e Alvega.

O autarca assumiu não se ter apercebido da necessidade de promover iniciativa no sentido de abrir a escola à comunidade de Alvega e Concavada, referindo acreditar que “a comunidade viesse naturalmente conhecer a escola”.

Presente na iniciativa esteve também a recentemente empossada diretora do Agrupamento de Escolas nº 1 de Abrantes, Ana Rico, que reconheceu que as iniciativas que abrem a escola à comunidade são de louvar.

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“A escola está sempre aberta à comunidade, queiram as pessoas vir. E isso é que é importante, mesmo que não tenham filhos em idade escolar, está sempre aberta e estaremos sempre cá enquanto professores para receber as pessoas. É nessa condição que lanço um repto, e às professoras também, que devem ter a mesma opinião que eu, recebemos sempre todos e queremos é que as pessoas venham à escola. Mesmo até entrando nas nossas aulas”, mencionou.

“É gratificante olhar para alguns rostos, porque também já fui aqui professora logo no meu início de carreira, e ver rostos que na altura eram meninas e meninos e agora já são mães e pais. É muito gratificante podermos voltar aqui à escola”, concluiu.

Refira-se que Alvega e Concavada dispõem nos últimos anos da Escola Básica de Alvega, com pré-escolar e 1º ciclo, no edifício da antiga E. B. 2/3 Dr. Fernando Loureiro, que no passado também foi Externato de Santo António, em Alvega.

A Escola Básica de Alvega, após um investimento superior a 500 mil euros, passou a estar dotada de uma sala de atividades para o pré-escolar, duas salas de aula para o 1º ciclo, duas salas polivalentes, centro de recursos/biblioteca, refeitório, copa de preparação, sala de professores, instalações sanitárias modernizadas e adaptadas ás crianças e uma sala dedicada ao pessoal não docente. No exterior a autarquia procedeu ainda a arranjos e à instalação de um parque infantil para o recreio.

A Escola Básica de Alvega contém Jardim de Infância e 1º Ciclo, e no ano letivo 2022/2023 contou com 16 alunos no pré-escolar, 18 no 1º ciclo – 1 turma de pré-escolar e 2 de 1º ciclo. Lecionam nesta escola três professoras, podendo os alunos contar com apoio de cinco auxiliares.

Formada em Jornalismo, faz da vida uma compilação de pequenos prazeres, onde não falta a escrita, a leitura, a fotografia, a música. Viciada no verbo Ir, nada supera o gozo de partir à descoberta das terras, das gentes, dos trilhos e da natureza... também por isto continua a crer no jornalismo de proximidade. Já esteve mais longe de forrar as paredes de casa com estantes de livros. Não troca a paz da consciência tranquila e a gargalhada dos seus por nada deste mundo.

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