A cidade de Tomar homenageia esta terça-feira, 16 de novembro, José-Augusto França, historiador, sociólogo e crítico de arte que faleceu em setembro último, aos 98 anos. Nascido em Tomar a 16 de novembro de 1922, doou o seu espólio ao museu da cidade.
No dia em que faria 99 anos, o Município de Tomar promove uma visita guiado ao Núcleo de Arte Contemporânea (NAC) com espólio por si doado, além de atribuir o nome de José-Augusto França ao Centro de Documentação no edifício da Museologia, sito na Rua Gil Avô.
Assim, esta terça-feira, pelas 15h00, decorrerá o descerramento da placa do Centro de Documentação Professor José-Augusto França no Edifício da Museologia, onde será feita a apresentação do programa do centenário do seu aniversário.
Meia hora de pois, existirá uma visita guiada pelo NAC – Núcleo de Arte Contemporânea pela professora Cristina Azevedo. A tarde termina com beberete cerca das 17h00.
Nascido em Tomar em 16 de Novembro de 1922, esta figura de relevo da cultura portuguesa doou parte do seu espólio à cidade natal, que deu origem ao Núcleo de Arte Contemporânea (NAC) e a dezenas de exposições que puseram Tomar na rota das artes plásticas no início do século XXI.
Da sua extensa obra, marcada por títulos como “A Arte em Portugal no Século XX” e “O Retrato na Arte Portuguesa”, destacam-se os estudos sobre a arte em Portugal nos séculos XIX e XX, monografias sobre Amadeo de Souza-Cardoso e Almada Negreiros, além de outros volumes de ensaios de interpretação e reflexão histórica, sociológica e estética sobre questões da arte contemporânea.
Enquanto teórico e divulgador, participou entre 1947 e 1949 nas atividades do Grupo Surrealista de Lisboa, de que fizeram parte, entre outros, Mário Cesariny de Vasconcelos e Alexandre O’Neill, e foi, na década seguinte, um defensor da arte abstrata.
Foi condecorado diversas vezes, como Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1991), a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (2006) e as medalhas de Honra da Cidade de Lisboa (1992) e de Mérito Cultural (2012).

Diplomado pela École d’Hautes Études de Paris e doutorado pela Sorbonne, foi professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa desde 1974, onde criou os primeiros mestrados de História da Arte do país, e jubilou-se em 1992, tendo recebido das mãos do então Presidente Mário Soares a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, no final da última aula que deu.
Também lecionou na Sociedade Nacional de Belas Artes, presidiu à Academia Nacional de Belas-Artes, foi diretor do Centro Cultural Calouste Gulbenkian, em Paris, membro do Comité Internacional de História da Arte e presidente de honra da Associação Internacional dos Críticos de Arte.
O historiador, sociólogo e crítico de arte morreu no dia 19 de setembro, aos 98 anos, na casa de saúde de Jarzé, perto da cidade francesa de Angers. Considerado uma referência na área das artes visuais e da cultura em Portugal, José-Augusto França encontrava-se internado há vários anos nessa unidade de cuidados continuados, após uma operação na sequência da qual sofreu diversos acidentes vasculares cerebrais.
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